A emissora de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, era uma das principais vitrines de Jair Bolsonaro e teve um pedido do Ministério Público Federal (MPF) para a cassação da concessão pública por “alinhamento à campanha de desinformação que se instalou no país ao longo de 2022 até o início deste ano, com veiculação sistemática, em sua programação, de conteúdos que atentaram contra o regime democrático”.
Após adotar a linha editorial de extrema-direita para apoiar Bolsonaro, a emissora recebeu só em publicidade oficial R$ 18,8 milhões em troca da difusão de mentiras e de um apoio descarado e que incitava abertamente o ódio contra quem não se declarava apoiador do ex-presidente.
Em sua delação, Cid vai contar como marcava entrevistas para Bolsonaro em programas da Jovem Pan e do contato com jornalistas e comentaristas da emissora para alinhar pautas ao discurso do ex-presidente.
Um dos principais contatos era no humorístico Pânico, de Emílio Zurita, onde Bolsonaro deu diversas entrevistas e ficou por mais de duas horas conversando com o elenco durante a campanha presidencial em 2022.
Segunda reportagem da Folha, Cid também deve falar sobre a relação com empresários, jornalistas e donos de órgãos de imprensa que teriam recebido financiamento para aumentarem sua estrutura em troca de defesa e divulgação de realizações do antigo governo federal. A defesa de Cid diz ter comprovações de pagamentos que teriam sido feitos e que irá apresentá-los na delação.
Foto: Clauber Cleber Caetano
Fonte: Revista Fórum