A saída da presidente da Caixa, Rita Serrano, foi descartada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Questionado sobre a troca no comando do banco nos em entrevista nesta segunda-feira (25), no Itamaraty, após encontro com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chính, Lula afirmou que não está disposto a mudanças no momento. “Alguma mudança na Caixa a gente vai assistir?”, perguntou um jornalista, que logo foi cortado por Lula.
“Eu acabei de falar que não adianta você ficar torcendo para que a água que você quer que passe debaixo da ponte chegue logo. Ela vai chegar no momento certo. Na hora em que eu tiver de mexer em alguma coisa, eu vou mexer. Vocês saberão porque não vou fazer nada à meia noite. Será sempre de dia, com comunicado expresso à imprensa. Sabe, só eu tenho o direito de colocar, só eu tenho o direito de tirar. Então fique tranquilo, isso será feito com a maior tranquilidade”, disse o presidente.
Lula emendou: “Por enquanto, não estou disposto a mexer com nada. Estou disposto a fechar o ano bem, estou disposto a aprovar as coisas que tem que aprovar no Congresso e passar o final de ano com a minha família, bem feliz”.
A presidência da Caixa, 12 vice-presidências e suas principais diretorias são alvos de cobiça dos aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Desde julho, ele vem negociando a substituição da sindicalista Rita Serrano por nomes ligados ao Centrão, em troca de apoio a projetos do governo. Nessas negociações, o PP e o Republicanos entraram na base do governo.
Lula mostra quem manda: “Só eu tenho o direito de colocar e de tirar”
Havia no Centrão, que pressiona pela troca, a expectativa de novidades com a volta de Lula dos Estados Unidos, após participação na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). No último dia 17, porém, Lira disse em entrevista que as indicações políticas para os cargos no banco público passariam pelo seu aval. E que o ideia era contemplar o PP, seu partido, e também outros de seu grupo. É o caso do União Brasil, Republicanos e parte do PL. As declarações desagradaram o presidente.
Tanto é que na entrevista desta segunda, Lula deixou claro quem é que manda. “Só eu tenho o direito de colocar, só eu tenho o direito de tirar. Então, fique tranquilo que isso será feito com a maior tranquilidade em qualquer mexida que eu vou dar. O único cargo que eu não posso mexer é o meu e o do Alckmin, que foi o povo brasileiro que deu”, afirmou.
“Lula fechou a porteira e barrou a tentativa de pilhagem da Caixa! Presidente deu a resposta contra o fisiologismo, a misoginia, o fogo amigo, o assédio do Centrão e afirmou que nada muda no banco”, comemorou o Comitê Popular de Luta em Defesa da Caixa. “Valeu a luta de todos e todas pela defesa da Caixa. Não vamos baixar a guarda! É hora de trabalhar dobrado, pois é a união do rebanho que faz o leão voltar para casa com fome!”
Foto: Ricardo Stuckert
Fonte: RBA
