Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta quinta-feira (11), o ex-deputado estadual Tony Garcia relatou ter presenciado uma conversa com os procuradores da Lava Jato envolvendo o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Janot ficou marcado por ser um dos apoiadores da Lava Jato e figura forte do antipetismo durante o mandato de Dilma Rousseff. Além disso, chegou até a comparecer armado no Supremo Tribunal Federal e considerou realizar um atentado contra os ministros do órgão superior judiciário.
Mas segundo Tony, o procurador nem sempre foi alinhado com o lavajatismo. Garcia, que alega ter sido uma espécie de “agente secreto” de Moro, relatou uma reunião em que esteve presente com os procuradores da operação. O procurador-geral era um problema para os membros do Ministério Público de Curitiba.
“Estive um dia dentro da procuradoria quando estavam muito bravos com Janot. Estava lá com Carlos Fernando, Januário Paludo, Deltan Dallagnol e acho que com Diogo Januário”, relatou. “Logo depois estavam xingando Janot. Quando ele percebeu que eu estava presente, depois se conteve”, contou Tony.
“Aí Carlos Fernando disse: ‘Esse embriagado acha que pode continuar agindo assim e deixando os casos engavetados. Estou indo amanhã com Deltan'”, relatou Garcia.
“Houve uma tentativa de chantageá-lo”, disse, afirmando que o material de chantagem estava em posse de Deltan. Ele afirma que, a partir deste momento, o PGR passou a agir conforme os ditames da Lava Jato.
O método teria sido o mesmo relatado por Tony contra os desembargadores do TRF-4 na chamada ‘Festa da Cueca’.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Fonte: Revista Fórum
