Guido Mantega diz que governo reduzirá IPI de automóveis, desde que montadoras não demitam.

BRASÍLIA – O governo decidiu baixar impostos para retomar o crescimento econômico. O primeiro setor beneficiado é o automobilístico. O ministro do Planejamento, Guido Mantega, anunciou ontem que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis será reduzido. Em contrapartida, montadoras e fábricas de autopeças, com a produção parada nos pátios, devem se comprometer a não demitir funcionários.
Mantega acredita que as medidas negociadas com o setor vão gerar mais 300 mil empregos a partir deste ano. O ministro não deu detalhes sobre o percentual de redução de impostos do setor, mas avisou que o governo vai negociar incentivos fiscais.

– Daremos início à agenda de desenvolvimento em 2003 e vamos impulsioná-la em 2004 – disse Mantega.

O ministro saiu confiante do prédio do Ministério do Planejamento depois de sucessivas reuniões com vários colegas para traçar as metas do Orçamento de 2004 e do Plano Plurianual. Mantega projetou a arrecadação do ano que vem em R$ 409 bilhões e a deste ano em R$ 360 bilhões. Descontando a inflação, o governo acredita num crescimento real em torno de 5% na receita em 2004. O ministro promete aumentar os gastos e investimentos em todas as áreas sociais e na reforma agrária.

O governo trabalha com expectativa de expansão entre 3,5% e 4% do PIB para o ano que vem, quando os investimentos públicos deverão saltar de R$ 25 bilhões para R$ 30 bilhões. Somados aos recursos do setor privado, Mantega calcula em R$ 60 bilhões os investimentos em setores estratégicos, como infra-estrutura.

Mantega também anunciou que o Orçamento de 2004 será 10% maior que o deste ano. Segundo Mantega, o anúncio de novas medidas de estímulo ao crescimento, aliadas às mudanças nas regulamentações de setores estratégicos, vai permitir o aumento da captação de recursos e investimentos.

O Plano Plurianual (PPA) referente ao período englobado pelos anos de 2004 a 2007, que define as estratégias orçamentárias do governo, precisa estar concluído até o fim de agosto. A expectativa é de que, este mês, ele seja encaminhado ao Congresso Nacional.

Com Agência Brasil