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JUROS CORROEM ECONOMIA DO GOVERNO

Superávit primário de R$ 40 bi atingido no primeiro semestre é o maior da história, mas relação dívida-PIB volta a crescer

BRASÍLIA – Apesar do recorde no superávit primário (todas as receitas do governo deduzidos as despesas e o pagamento de juros) do primeiro semestre do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o esforço não foi suficiente para cobrir os gastos com a rolagem da dívida pública. O endividamento do país voltou a crescer e atingiu 55,4% do Produto Interno Bruto (R$ 856,469 bilhões).
Nos seis primeiros meses de 2003, o Brasil conseguiu superávit primário de R$ 40,009 bilhões, cumprindo com folga de R$ 5,509 bilhões a meta de R$ 34,5 bilhões acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Por outro lado, desembolsou R$ 74,265 bilhões só com juros da dívida no mesmo período.

Em junho, o superávit totalizou R$ 3,029 bilhões, o pior resultado do ano. Uma das justificativas é o gasto maior dos ministérios, que não foi realizado no início do ano e está ocorrendo agora. O superávit mensal foi garantido pela economia de R$ 903 milhões do governo central (as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), de R$ 1,136 bilhão dos governos regionais e outros R$ 990 milhões das estatais.

– Mesmo com a elevação das despesas, que não ocorreram no início do ano, por reflexo, todas as esferas do governo foram superavitárias – disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

O resultado, afirmou, está em linha com as contas do governo para cumprir a meta firmada com o FMI. O gasto maior dos ministérios, observou, acaba beneficiando a economia brasileira.

– Não é objetivo do governo exceder em muito a meta. Uma folga de R$ 5,5 bilhões assegura o cumprimento – afirmou Lopes.

Em setembro, o compromisso do governo com o FMI é atingir uma economia de R$ 54,250 bilhões. Manter a média mensal de R$ 4,730 bilhões é perfeitamente possível, disse Lopes.

– Até agora temos conseguido ir além disso – ressaltou, acrescentando que não houve exagero na economia feita no início do ano.

Em junho, o gasto com juros foi de R$ 8,955 bilhões – inferior a maio (R$ 14,069 bilhões). Naquele mês, o BC ganhou R$ 2,550 bilhões com as operações de swap cambial (contratos que rendem a diferença entre a variação do dólar e juros prefixados).

Segundo números do BC, a dívida líquida do setor público apresentou ligeira redução de maio para junho, passando de R$ 858,369 bilhões para R$ 856,353 bilhões. Em relação ao PIB, no entanto, a dívida vem subindo – de 55,2% do PIB em maio para 55,4%, devido à queda da inflação. Com o dólar fechando a R$ 2,969, a previsão é de que a relação dívida-PIB encerre julho em 56%.

Para o ex-diretor do BC e chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, o consumidor só sentirá no bolso os reflexos do superávit primário no próximo ano.

– Apesar de recorde, o superávit não é suficiente para compensar a disparada dos juros do início do ano. A relação juros-PIB ainda está em 10%, enquanto a de saldo primário-PIB, em 5,5%. Além disso, os juros reais continuam muito altos.

Com Janaina Vilella

Fonte Jb Online

Por 14:28 Notícias

JUROS CORROEM ECONOMIA DO GOVERNO

Superávit primário de R$ 40 bi atingido no primeiro semestre é o maior da história, mas relação dívida-PIB volta a crescer
BRASÍLIA – Apesar do recorde no superávit primário (todas as receitas do governo deduzidos as despesas e o pagamento de juros) do primeiro semestre do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o esforço não foi suficiente para cobrir os gastos com a rolagem da dívida pública. O endividamento do país voltou a crescer e atingiu 55,4% do Produto Interno Bruto (R$ 856,469 bilhões).
Nos seis primeiros meses de 2003, o Brasil conseguiu superávit primário de R$ 40,009 bilhões, cumprindo com folga de R$ 5,509 bilhões a meta de R$ 34,5 bilhões acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Por outro lado, desembolsou R$ 74,265 bilhões só com juros da dívida no mesmo período.
Em junho, o superávit totalizou R$ 3,029 bilhões, o pior resultado do ano. Uma das justificativas é o gasto maior dos ministérios, que não foi realizado no início do ano e está ocorrendo agora. O superávit mensal foi garantido pela economia de R$ 903 milhões do governo central (as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), de R$ 1,136 bilhão dos governos regionais e outros R$ 990 milhões das estatais.
– Mesmo com a elevação das despesas, que não ocorreram no início do ano, por reflexo, todas as esferas do governo foram superavitárias – disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
O resultado, afirmou, está em linha com as contas do governo para cumprir a meta firmada com o FMI. O gasto maior dos ministérios, observou, acaba beneficiando a economia brasileira.
– Não é objetivo do governo exceder em muito a meta. Uma folga de R$ 5,5 bilhões assegura o cumprimento – afirmou Lopes.
Em setembro, o compromisso do governo com o FMI é atingir uma economia de R$ 54,250 bilhões. Manter a média mensal de R$ 4,730 bilhões é perfeitamente possível, disse Lopes.
– Até agora temos conseguido ir além disso – ressaltou, acrescentando que não houve exagero na economia feita no início do ano.
Em junho, o gasto com juros foi de R$ 8,955 bilhões – inferior a maio (R$ 14,069 bilhões). Naquele mês, o BC ganhou R$ 2,550 bilhões com as operações de swap cambial (contratos que rendem a diferença entre a variação do dólar e juros prefixados).
Segundo números do BC, a dívida líquida do setor público apresentou ligeira redução de maio para junho, passando de R$ 858,369 bilhões para R$ 856,353 bilhões. Em relação ao PIB, no entanto, a dívida vem subindo – de 55,2% do PIB em maio para 55,4%, devido à queda da inflação. Com o dólar fechando a R$ 2,969, a previsão é de que a relação dívida-PIB encerre julho em 56%.
Para o ex-diretor do BC e chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, o consumidor só sentirá no bolso os reflexos do superávit primário no próximo ano.
– Apesar de recorde, o superávit não é suficiente para compensar a disparada dos juros do início do ano. A relação juros-PIB ainda está em 10%, enquanto a de saldo primário-PIB, em 5,5%. Além disso, os juros reais continuam muito altos.
Com Janaina Vilella
Fonte Jb Online

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