Valor Econômico – Mônica Izaguirre
O Banco Central fechou o balanço semestral de junho deste ano com resultado positivo de R$ 24,18 bilhões, o maior lucro já registrado pela autarquia em valores nominais num semestre. O recuo do preço do dólar e a valorização dos títulos federais de sua carteira foram os fatores que permitiram reverter com folga o prejuízo registrado em 2002. No ano passado, o resultado do BC foi negativo em R$ 17,19 bilhões. Só o prejuízo do primeiro semestre, já coberto pelo Tesouro Nacional no início de 2003, chegou a R$ 10,91 bilhões. A reversão dos fatores que deram prejuízo em 2002 foi o que assegurou lucro na primeira metade de 2003.
O BC tem mais ativos do que passivos corrigidos pela taxa de câmbio. Mas, quando se considera o efeito dos contratos de “swap” cambial, a situação se inverte e os passivos cambiais ficam maiores. Assim, quando o dólar sobe muito, a autoridade monetária tem perdas, ocorrendo ganhos quando há recuo da taxa.
Com a recuperação do real frente ao dólar no primeiro semestre, o BC ganhou R$ 15,55 bilhões com os ajustes dos contratos de “swap” cambial, informou ontem o diretor de Administração, João Antônio Fleury Teixeira. A quantia corresponde ao que os bancos que adquiriram os contratos tiveram que pagar liquidamente à autoridade monetária por conta da diferença entre a taxa de juros e a variação cambial (no caso negativa). Isso compensou a perda de R$ 9,75 bilhões gerada pela diferença a maior dos ativos cambiais em relação aos passivos indexados ao câmbio antes do efeito do “swap”.
No ano passado, o BC também perdeu muito com a queda do preço de títulos federais de sua carteira, como as LFT, que são contabilizados pelo seu efetivo valor de mercado. No primeiro semestre de 2003, só com a recuperação do preço desses e de outros papéis, o BC teve ganho de R$ 13,64 bilhões. O valor inclui ganhos com a valorização dos títulos de dívida externa brasileira adquiridos na baixa, em operações de recompra (“buy back”) . Em 2003, o BC recomprou no mercado secundário externo cerca de US$ 2,8 bilhões em títulos externos do Tesouro.
Fleury Teixeira disse que o diferencial de juros entre operações ativas e passivas gerou resultado positivo de R$ 3,7 bilhões. Pelo menos 75% do resultado positivo do semestre será repassado ao Tesouro em dez dias, conforme previsto em lei. A mesma legislação não permite que o BC abata do valor a ser repassado ao Tesouro o prejuízo do segundo semestre de 2002 e pelo qual ainda não foi ressarcido.
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Por Mhais• 28 de agosto de 2003• 11:38• Sem categoria
BANCO CENTRAL APRESENTA LUCRO RECORDE DE R$ 24,18 BILHÕES
Valor Econômico – Mônica Izaguirre
O Banco Central fechou o balanço semestral de junho deste ano com resultado positivo de R$ 24,18 bilhões, o maior lucro já registrado pela autarquia em valores nominais num semestre. O recuo do preço do dólar e a valorização dos títulos federais de sua carteira foram os fatores que permitiram reverter com folga o prejuízo registrado em 2002. No ano passado, o resultado do BC foi negativo em R$ 17,19 bilhões. Só o prejuízo do primeiro semestre, já coberto pelo Tesouro Nacional no início de 2003, chegou a R$ 10,91 bilhões. A reversão dos fatores que deram prejuízo em 2002 foi o que assegurou lucro na primeira metade de 2003.
O BC tem mais ativos do que passivos corrigidos pela taxa de câmbio. Mas, quando se considera o efeito dos contratos de “swap” cambial, a situação se inverte e os passivos cambiais ficam maiores. Assim, quando o dólar sobe muito, a autoridade monetária tem perdas, ocorrendo ganhos quando há recuo da taxa.
Com a recuperação do real frente ao dólar no primeiro semestre, o BC ganhou R$ 15,55 bilhões com os ajustes dos contratos de “swap” cambial, informou ontem o diretor de Administração, João Antônio Fleury Teixeira. A quantia corresponde ao que os bancos que adquiriram os contratos tiveram que pagar liquidamente à autoridade monetária por conta da diferença entre a taxa de juros e a variação cambial (no caso negativa). Isso compensou a perda de R$ 9,75 bilhões gerada pela diferença a maior dos ativos cambiais em relação aos passivos indexados ao câmbio antes do efeito do “swap”.
No ano passado, o BC também perdeu muito com a queda do preço de títulos federais de sua carteira, como as LFT, que são contabilizados pelo seu efetivo valor de mercado. No primeiro semestre de 2003, só com a recuperação do preço desses e de outros papéis, o BC teve ganho de R$ 13,64 bilhões. O valor inclui ganhos com a valorização dos títulos de dívida externa brasileira adquiridos na baixa, em operações de recompra (“buy back”) . Em 2003, o BC recomprou no mercado secundário externo cerca de US$ 2,8 bilhões em títulos externos do Tesouro.
Fleury Teixeira disse que o diferencial de juros entre operações ativas e passivas gerou resultado positivo de R$ 3,7 bilhões. Pelo menos 75% do resultado positivo do semestre será repassado ao Tesouro em dez dias, conforme previsto em lei. A mesma legislação não permite que o BC abata do valor a ser repassado ao Tesouro o prejuízo do segundo semestre de 2002 e pelo qual ainda não foi ressarcido.
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