Comitê escolhe nome, mas guarda segredo
Oslo, Noruega – Foi escolhido ontem o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2003, cujo nome será divulgado na próxima semana. Entre os candidatos, estão desde o papa João Paulo II até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A identidade do laureado pelo prêmio de US$ 1,3 milhão permanecerá em segredo até sexta-feira que vem, às 6 horas (pelo horário de Brasília), quando o comitê do Nobel anuncia a escolha em meio a 165 indicações, número recorde.
“O comitê chegou a uma decisão. Ela será anunciada em 10 de outubro”, disse Geir Lundestad, diretor do Instituto Nobel.
No ano passado, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter recebeu o prêmio. Especialistas dizem que não há um grande favorito este ano, dominado pela guerra no Iraque e pela violência no Oriente Médio. Entre os indicados, estão também o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, dissidentes iranianos e grupos de ajuda humanitária.
“A guerra no Iraque é o grande tema, mas premiar alguém relacionado ao confronto pode ser muito difícil”, observou o pesquisador Espen Barth Eide, do Instituto Norueguês para Assuntos Internacionais.
De acordo com Eide, o prêmio ao papa João Paulo II seria “um pouco estranho” se não fosse dividido com um chefe religioso muçulmano. “Mas ninguém no seio do Islã atual se impõe”, frisa.
Reformistas
O pesquisador Kari Vogt, da Universidade de Oslo, aposta em outros reformistas iranianos, incluindo o clérigo dissidente Hassan Yousefi-Eshkevari e a advogada Shirin Ebadi. “Esses seriam vencedores que valeriam a pena, pois defendem uma interpretação diferente do Islã”, disse Vogt.
“Lula seria um nome interessante e não inconcebível”, comentou Barth Eide, que destaca todavia que ele se distingue mais por sua ação socioeconômica do que por seu engajamento pela paz.
Entre os outros pretendentes mais ou menos suscetíveis de ganhar figuram também o militante iraniano dos direitos humanos Hachem Aghajari, a comunidade católica de São Edígio ou o ex-dissidente soviético Serguei Kovalev.
Oswaldo Sardinas, cubano que luta pelos direitos humanos; o dissidente chinês Wei Jingsheng; o ex-presidente checo Vaclav Havel; e Mordejai Vanunu, cientista nuclear israelense acusado de traição por revelar os planos de armas atômicas de Israel, também têm chances. (Agência Reuters)
10
de outubro. É a data do anúncio oficial do ganhador
do Prêmio Nobel da Paz de 2003