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BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira, que a autorização para o plantio de soja transgênica no Brasil foi uma estratégia para não ter de destruir nove milhões de sacos do produto já existentes no país. Em entrevista coletiva às emissoras de rádio brasileiras, Lula disse não ser contra nem a favor alimentos geneticamente modificados.

– Não se trata de ser contra ou a favor, mas de estar diante de uma realidade em que o presidente da República tem que dizer ou faz ou não faz. Nós vencemos as eleições e, em fevereiro, nos deparamos com uma realidade que até então não conhecíamos, que é o fato que a soja transgênica era plantada não só no Rio Grande do Sul mas também em outras partes do Brasil. Estávamos com nove milhões de sacas estocadas – contou Lula.

Segundo o presidente, só havia duas escolhas a serem feitas: autorizar a venda do estoque ou proibir a comercialização e ordenar que a polícia federal destruísse os nove milhões de sacos.

– Mandar a polícia tocar fogo na soja seria uma fotografia horrível num país cujo povo está com fome, num país que precisa exportar e produzir. Então abrimos a comercialização da soja, uma parte foi exportada e a outra vendida aqui, e foi estabelecida a rotulagem da soja, que não foi cumprida, é verdade – reconheceu o presidente.

Lula afirmou que pretende contornar o problema da falta de rotulagem com a ajuda de uma comissão interministerial, comandada pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Segundo ele, participam do grupo os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva; da Agricultura, Roberto Rodrigues; e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto.