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JUROS PODEM CAIR PARA ATÉ 18,5% NA REUNIÃO DO COPOM

Correio Braziliense – Vicente Nunes
As apostas já estão na mesa. O mercado financeiro abre as negociações de hoje certo de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai reduzir a taxa básica de juros (Selic) em até 1,5 ponto percentual, de 20% para 18,5% ao ano. A antepenúltima reunião do ano do Copom começa amanhã e termina na quarta-feira sem grandes pressões e sem maiores expectativas de ousadia por parte do Banco Central. ‘‘Os juros vão continuar caindo porque a economia ainda está no atoleiro e, apesar dos ligeiros sinais de que teremos um Natal melhor, o desemprego bate recorde e são remotas as chances de recomposição da renda dos trabalhadores no curto prazo’’, diz Carlos Antonio Magalhães, vice-presidente da Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais (Abamec).
Na avaliação dos especialistas, a redução de até 1,5 ponto percentual pode ser interpretada como conservadora, se forem consideradas as estimativas de inflação para os próximos 12 meses e para todo o ano de 2004. Em qualquer desses períodos, as projeções apontam para índices variando entre 5% e 6%, dentro, portanto, da meta de 5,5% fixada pelo governo para o ano que vem.
Essa perspectiva de inflação mostra, ainda, que a taxa real de juros continua altíssima, inibindo os investimentos produtivos, extremamente necessários à retomada sustentada do crescimento econômico. ‘‘Em todos os cenários que traçamos, a inflação está sob controle’’, diz o economista Roberto Padovani, da Consultoria Tendências. Ele também não vê espaço para fortes oscilações nos preços do dólar, um fator a menos de pressão sobre os preços.
Pelas contas das nove instituições que integram a Comissão de Economia e Mercados da Associação e do Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro — os bancos Arbi, Banif Primus, Cruzeiro do Sul, BVA, Guanabara, Modal, Prosper e UBS e a BB DTVM,— a tendência é de que a Selic feche o ano em 17%, o que resultará em uma taxa real de juros de 9%, fato que não se vê no país há pelo menos nove anos.
Fôlego
Todas as vezes que o governo baixou a taxa real de juros para um dígito, a inflação retomou o fôlego, o custo do dinheiro teve de subir e os sinais de crescimento se perderam no meio do caminho. ‘‘Portanto, o grande teste para o governo, em relação à Selic, começará em janeiro de 2004’’, ressaltou Luiz Roberto Sampaio, diretor da DC Corretora. ‘‘No ano que vem, os cortes na Selic serão muito pequenos, para que a inflação não fuja ao controle’’, emendou Roberto Padovani.
Segundo o economista-chefe da Gap Asset Management, Alexandre Maia, o conservadorismo do BC poderá limitar a queda dos juros em um ponto percentual. Tal conservadorismo foi ressaltado na ata da última reunião do Copom e vem sendo ratificado pelo presidente do BC, Henrique Meirelles. Ele e os demais diretores da instituição temem que as vendas de fim de ano, se muito além do desejado, acabem estimulando aumentos injustificados nos preços. ‘‘Por isso, acredito mais no gradualismo no corte da Selic’’, destacou Luiz Fernando Romano, diretor de Tesouraria do Banco Brascan. Entre junho e setembro, a Selic caiu 6,5 pontos percentuais, de 26,5% para 20% ao ano.

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JUROS PODEM CAIR PARA ATÉ 18,5% NA REUNIÃO DO COPOM

Correio Braziliense – Vicente Nunes

As apostas já estão na mesa. O mercado financeiro abre as negociações de hoje certo de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai reduzir a taxa básica de juros (Selic) em até 1,5 ponto percentual, de 20% para 18,5% ao ano. A antepenúltima reunião do ano do Copom começa amanhã e termina na quarta-feira sem grandes pressões e sem maiores expectativas de ousadia por parte do Banco Central. ‘‘Os juros vão continuar caindo porque a economia ainda está no atoleiro e, apesar dos ligeiros sinais de que teremos um Natal melhor, o desemprego bate recorde e são remotas as chances de recomposição da renda dos trabalhadores no curto prazo’’, diz Carlos Antonio Magalhães, vice-presidente da Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais (Abamec).

Na avaliação dos especialistas, a redução de até 1,5 ponto percentual pode ser interpretada como conservadora, se forem consideradas as estimativas de inflação para os próximos 12 meses e para todo o ano de 2004. Em qualquer desses períodos, as projeções apontam para índices variando entre 5% e 6%, dentro, portanto, da meta de 5,5% fixada pelo governo para o ano que vem.

Essa perspectiva de inflação mostra, ainda, que a taxa real de juros continua altíssima, inibindo os investimentos produtivos, extremamente necessários à retomada sustentada do crescimento econômico. ‘‘Em todos os cenários que traçamos, a inflação está sob controle’’, diz o economista Roberto Padovani, da Consultoria Tendências. Ele também não vê espaço para fortes oscilações nos preços do dólar, um fator a menos de pressão sobre os preços.

Pelas contas das nove instituições que integram a Comissão de Economia e Mercados da Associação e do Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro — os bancos Arbi, Banif Primus, Cruzeiro do Sul, BVA, Guanabara, Modal, Prosper e UBS e a BB DTVM,— a tendência é de que a Selic feche o ano em 17%, o que resultará em uma taxa real de juros de 9%, fato que não se vê no país há pelo menos nove anos.

Fôlego
Todas as vezes que o governo baixou a taxa real de juros para um dígito, a inflação retomou o fôlego, o custo do dinheiro teve de subir e os sinais de crescimento se perderam no meio do caminho. ‘‘Portanto, o grande teste para o governo, em relação à Selic, começará em janeiro de 2004’’, ressaltou Luiz Roberto Sampaio, diretor da DC Corretora. ‘‘No ano que vem, os cortes na Selic serão muito pequenos, para que a inflação não fuja ao controle’’, emendou Roberto Padovani.

Segundo o economista-chefe da Gap Asset Management, Alexandre Maia, o conservadorismo do BC poderá limitar a queda dos juros em um ponto percentual. Tal conservadorismo foi ressaltado na ata da última reunião do Copom e vem sendo ratificado pelo presidente do BC, Henrique Meirelles. Ele e os demais diretores da instituição temem que as vendas de fim de ano, se muito além do desejado, acabem estimulando aumentos injustificados nos preços. ‘‘Por isso, acredito mais no gradualismo no corte da Selic’’, destacou Luiz Fernando Romano, diretor de Tesouraria do Banco Brascan. Entre junho e setembro, a Selic caiu 6,5 pontos percentuais, de 26,5% para 20% ao ano.

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