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Por 09:50 Notícias

ECONOMIA EM 2004 DEVERÁ TER DESEMPENHO SEMELHANTE AO DE 2000

MARIA CRISTINA FRIAS
da Folha de S.Paulo
Economistas vêem 2004 de olho no retrovisor. A lembrança do ano 2000 tem se tornado recorrente no mercado, principalmente depois que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que, com os atuais juros reais (a 10,75%), o país já poderia crescer como naquele ano.
Uma minoria concorda com essa opinião de Meirelles, mas boa parte dos analistas afirma que 2004 deverá ser parecido com 2000, só que com crescimento menor.
Naquele ano, apesar dos juros altos, o PIB cresceu 4,4%, e a inflação foi de 6%, o centro da meta.
“Deverá ser semelhante, mas com crescimento em torno de 3%, 3,5%. A inflação pode ir a 6,5%”, diz Jorge Simino, do Unibanco Asset Management.
Aquele, porém, foi também um ano de cenário externo complicado, o que analistas esperam que não se repita.
“Em 2000, houve o estouro da bolha da internet, que aumentou o grau de aversão a risco. No ano seguinte, vieram a crise da Argentina e a do 11 de Setembro. O rombo nas contas externas foi enorme, foi preciso financiamento. Resultado: mais uma alta de juros”, afirma Alexandre Póvoa, economista do Banco Modal.
“Se crescer demais em 2004 e repicar em 2005, podem surgir problemas e ter que subir juros lá na frente”, diz Simino. “O que precisamos é crescer 3% por cinco anos. Isso faria a diferença.”
Se o cenário externo permanecer favorável, a chance de crescimento é maior, mas “não com juros reais de 10,75%”, afirma Póvoa, do Modal. “A economia mal começou a se recuperar e há saldo em transações correntes. O espaço para reduzir a taxa de juro real sem muito perigo é muito maior que em 2000.”
Inflação
Economistas têm rebaixado suas projeções de inflação, surpreendidos por índices bastante bem-comportados.
Se os vários índices de preços que saem nesta semana, vierem abaixo do esperado, poderão ajudar a corroborar a expectativa de cortes dos juros básicos um pouco mais acentuados.
Por enquanto, o mercado financeiro está dividido, mas afirma acreditar que o BC levará a taxa básica dos juros, a Selic, para algo em torno de 17% e 18% na virada do ano.
A aposta considerada mais “ousada” é a de redução de um ponto percentual em novembro e de um ponto percentual em dezembro.
“Gradativamente, temos reduzido projeções inflacionárias em 0,10%, 0,15% para os próximos três meses, em vez de aumentar”, diz Simino. “Se o país começar a crescer, a inflação começa desse patamar, 0,4%, 0,5%.”
Os preços agrícolas caíram bastante, e os preços industriais estão “calmos”, segundo ele.
Estados Unidos
O mercado comemorou pouco o crescimento de 7,2% do PIB norte-americano, que surpreendeu por ter vindo um pouco acima do esperado, possivelmente porque investidores já haviam embutido essa possibilidade de melhora no preço dos papéis, segundo analistas.
“Até mesmo títulos do governo que poderiam ter sentido mais caíram pouco”, diz um gestor.
Investidores permanecem alertas. Segundo analistas, é inevitável que os juros subam nos Estados Unidos, onde a taxa de juros, hoje em 1% ao ano, é a mais baixa dos últimos 48 anos. As apostas nesse sentido concentram-se entre maio e julho do ano que vem.
Se a alta na taxas de juros ocorrer, deverá haver queda de liquidez e de fluxos para mercados emergentes.

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ECONOMIA EM 2004 DEVERÁ TER DESEMPENHO SEMELHANTE AO DE 2000

MARIA CRISTINA FRIAS
da Folha de S.Paulo

Economistas vêem 2004 de olho no retrovisor. A lembrança do ano 2000 tem se tornado recorrente no mercado, principalmente depois que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que, com os atuais juros reais (a 10,75%), o país já poderia crescer como naquele ano.

Uma minoria concorda com essa opinião de Meirelles, mas boa parte dos analistas afirma que 2004 deverá ser parecido com 2000, só que com crescimento menor.

Naquele ano, apesar dos juros altos, o PIB cresceu 4,4%, e a inflação foi de 6%, o centro da meta.

“Deverá ser semelhante, mas com crescimento em torno de 3%, 3,5%. A inflação pode ir a 6,5%”, diz Jorge Simino, do Unibanco Asset Management.

Aquele, porém, foi também um ano de cenário externo complicado, o que analistas esperam que não se repita.

“Em 2000, houve o estouro da bolha da internet, que aumentou o grau de aversão a risco. No ano seguinte, vieram a crise da Argentina e a do 11 de Setembro. O rombo nas contas externas foi enorme, foi preciso financiamento. Resultado: mais uma alta de juros”, afirma Alexandre Póvoa, economista do Banco Modal.

“Se crescer demais em 2004 e repicar em 2005, podem surgir problemas e ter que subir juros lá na frente”, diz Simino. “O que precisamos é crescer 3% por cinco anos. Isso faria a diferença.”

Se o cenário externo permanecer favorável, a chance de crescimento é maior, mas “não com juros reais de 10,75%”, afirma Póvoa, do Modal. “A economia mal começou a se recuperar e há saldo em transações correntes. O espaço para reduzir a taxa de juro real sem muito perigo é muito maior que em 2000.”

Inflação

Economistas têm rebaixado suas projeções de inflação, surpreendidos por índices bastante bem-comportados.

Se os vários índices de preços que saem nesta semana, vierem abaixo do esperado, poderão ajudar a corroborar a expectativa de cortes dos juros básicos um pouco mais acentuados.

Por enquanto, o mercado financeiro está dividido, mas afirma acreditar que o BC levará a taxa básica dos juros, a Selic, para algo em torno de 17% e 18% na virada do ano.

A aposta considerada mais “ousada” é a de redução de um ponto percentual em novembro e de um ponto percentual em dezembro.

“Gradativamente, temos reduzido projeções inflacionárias em 0,10%, 0,15% para os próximos três meses, em vez de aumentar”, diz Simino. “Se o país começar a crescer, a inflação começa desse patamar, 0,4%, 0,5%.”
Os preços agrícolas caíram bastante, e os preços industriais estão “calmos”, segundo ele.

Estados Unidos

O mercado comemorou pouco o crescimento de 7,2% do PIB norte-americano, que surpreendeu por ter vindo um pouco acima do esperado, possivelmente porque investidores já haviam embutido essa possibilidade de melhora no preço dos papéis, segundo analistas.

“Até mesmo títulos do governo que poderiam ter sentido mais caíram pouco”, diz um gestor.

Investidores permanecem alertas. Segundo analistas, é inevitável que os juros subam nos Estados Unidos, onde a taxa de juros, hoje em 1% ao ano, é a mais baixa dos últimos 48 anos. As apostas nesse sentido concentram-se entre maio e julho do ano que vem.

Se a alta na taxas de juros ocorrer, deverá haver queda de liquidez e de fluxos para mercados emergentes.

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