Wagner Gomes – GloboNews.com

SÃO PAULO – A Caixa Econômica Federal promete autorizar os financiamentos em 24 horas. O banco anunciou nesta segunda-feira a implantação de um sistema de avaliação on line nas agências para tornar mais ágil o processo de financiamento habitacional. O processo costumava levar semanas, de acordo com o presidente do banco, Jorge Mattoso.

– Em alguns casos, dependendo do perfil do mutuário, a autorização do financiamento poderá sair em até 20 minutos – afirmou, acrescentando que a Caixa é o banco que mais cresce em oferta de crédito por causa do processo de simplificação de seus sistemas.

A Caixa anunciou também nesta segunda-feira a aprovação de financiamento para 5.000 imóveis na planta ou em fase de construção na capital ou na Grande São Paulo. São 58 empreendimentos. Os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do FAT Habitação chegam a R$ 300 milhões.

Para a modalidade de crédito com recursos do FGTS, podem se candidatar pessoas físicas com renda familiar de até R$ 4.500. O financiamento das unidades pode chegar a 100% do valor do imóvel. O prazo de pagamento vai até 20 anos e a taxa de juros varia de 6% ao ano a 10,16% ao ano, de acordo com a renda.

A linha do FAT estará disponível para qualquer pessoa, independentemente da faixa de renda. O limite de financiamento, no entanto, é de R$ 180 mil, para um valor de imóvel que chegue a R$ 450 mil. A taxa de juro é composta de TJLP, acrescida de 4% ao ano, e o prazo máximo para pagamento é de 204 meses.

O presidente da Caixa explicou que nesse caso será financiado 90% do valor do imóvel, sendo que o sistema de amortização é o SAC (Sistema de Amortização Constante). Ele disse ainda que todos os financiamentos têm seguro de término de obra e garantia de entrega do empreendimento.

O ministro das Cidades, Olívio Dutra, que participou do anúncio na sede da Caixa, na avenida Paulista, disse que o governo está dando respostas adequadas ao desafio nacional de reduzir o déficit em habitação, estimado há três anos em 6,6 milhões de moradias nas áreas urbanas e rurais.

– Esse é apenas o número de moradias novas que precisamos produzir. É preciso levar em conta também que mais de 10 milhões de famílias vivem em moradias carentes de uma ou mais de uma infra-estrutura. Cerca de 1,4 milhão de moradias não têm sanitário interno e dois milhões de famílias vivem em moradias superlotadas – afirmou o ministro.

Pelos cálculos do ministério, das 5,3 milhões de famílias que precisam de moradia nas cidades, 4,4 milhões ganham até três salários-mínimos por mês e outras 440 mil famílias têm renda mensal bruta na faixa de quatro a cinco salários-mínimos.

Segundo Dutra, 92% do déficit habitacional está concentrado sobre a faixa de renda familiar de até cinco salários-mínimos – os financiamentos dos fundos públicos destinados à produção, à reforma e à compra de moradia vinham atendendo às famílias que ganham mais de cinco salários-mínimos.

– Isso é mais do que um simples paradoxo. É, essencialmente, uma injustiça. Temos o dever de interromper sua prática – disse Dutra.

O ministro disse ainda que o governo começará a executar nos próximos dias o Programa Especial de Habitação Popular, cuja regulamentação está sendo concluída pela Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das Cidades.

– Vamos aplicas os recursos iniciais desse programa (R$ 50 milhões) na construção de moradias, na aquisição de imóveis e na urbanização de favelas, beneficiando imediatamente 8 mil famílias com renda de até três salários-mínimos – afirmou o ministro Olívio Dutra.