RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília
Os produtos manufaturados e o agronegócio foram os principais responsáveis pelos recordes históricos de US$ 24,831 bilhões no superávit da balança comercial brasileira em 2003 e de US$ 73,084 bilhões nas exportações.
O crescimento das exportações de manufaturados na comparação com o ano anterior foi de 20,2%, chegando a um total de US$ 39,654 bilhões. Dentro deste grupo de produtos, o maior destaque foi para material de transporte (aviões, automóveis, autopeças, motores, entre outros), que gerou um volume de US$ 10,634 bilhões.
No agronegócio, o principal destaque foi para a safra recorde de soja, que junto com seus derivados somaram US$ 8,125 bilhões (35,2% a mais). Em seguida, destacaram-se as carnes, com US$ 4,094 bilhões (+30,8%).
“As exportações de manufaturados representam hoje a maior parte das exportações brasileiras e neste ano tiveram preços estáveis. Tivemos alguma recuperação nos preços da commodities agrícolas e a nossa expectativa é de que essa recuperação se mantenha também em 2004”, disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho.
Segundo ele, a previsão para este ano é que as exportações cresçam entre 10% e 11%, podendo chegar ao patamar de US$ 80 bilhões.
Também foi destaque o crescimento das exportações de papel e celulose, de 37,7%, produtos têxteis (34,7%), equipamentos mecânicos (36,7%), petróleo e derivados (26,7%) e metalúrgicos (25,1%).
Dos 27 Estados brasileiros, 19 tiveram recorde na exportação –17 destes com crescimento superior à média nacional (21,1%). Os destaques foram Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. São Paulo ficou abaixo da média (14,8%), apesar de ser o Estado que mais exportou (quase um terço das vendas externas do país em 2003).