O Globo
O adiamento da correção do salário-mínimo para 1 de maio vai prejudicar 14 milhões de aposentados e pensionistas que recebem o piso da Previdência Social e há dois anos vinham recebendo o reajuste em abril.
A decisão do governo determina que esses trabalhadores vão ficar 13 meses sem ter o benefício corrigido. Em contrapartida, outros oito milhões de beneficiários que ganham acima de dois salários serão beneficiados, porque recebiam o aumento em junho. Agora, a data-base será 1 de maio para todos.
Segundo o tesoureiro do Sindicato Nacional de Trabalhadores Aposentados e Pensionistas, Epitácio Luiz Epaminondas, o adiamento não será aceito.
— Um mês significa que o aposentado vai perder. Matemática é ciência exata. Não tem mágica. Não tem quem diga que não haverá perda — argumenta ele, adiantando que o sindicato vai discutir o assunto com o governo ainda esta semana.
Mudança na data do reajuste aconteceu no ano passado
Para o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), o adiamento é de inteira responsabilidade do governo, que usou a maioria parlamentar para aprovar em 2003 um dispositivo passando a data para 1 de maio. Foi uma mudança de última hora, na votação da medida provisória que elevou o mínimo de R$ 200 para R$ 240.
— Quando dizem que a correção do mínimo será correspondente a treze meses estão enganando o trabalhador. Estão garfando um mês do salário do aposentado — disse Aleluia.
Uma fonte do governo disse que o adiamento poderá resultar em mais um contencioso judicial, já que o aposentado poderá recorrer à Justiça pedindo a correção relativa a abril.
Mas o PT continua insistindo que o 1 de Maio é o símbolo do partido para homenagear o trabalhador e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer anunciar um salário com aumento real, tendo em vista sua promessa de campanha de dobrar o valor do mínimo até o fim do mandato.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) considerou que será cada vez mais difícil para o governo cumprir essa promessa.
— O governo deve estar sofrendo muita pressão para aumentar o funcionalismo e o salário-mínimo. No primeiro ano, o reajuste foi menor do que a inflação e disseram que a culpa era da herança maldita. Agora, a herança é deles. E só faltam dois anos. Deve estar sendo um inferno —observou.
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Por Mhais• 31 de março de 2004• 10:29• Sem categoria
SALÁRIO MÍNIMO: ADIAMENTO PREJUDICA 14 MILHÕES
O Globo
O adiamento da correção do salário-mínimo para 1 de maio vai prejudicar 14 milhões de aposentados e pensionistas que recebem o piso da Previdência Social e há dois anos vinham recebendo o reajuste em abril.
A decisão do governo determina que esses trabalhadores vão ficar 13 meses sem ter o benefício corrigido. Em contrapartida, outros oito milhões de beneficiários que ganham acima de dois salários serão beneficiados, porque recebiam o aumento em junho. Agora, a data-base será 1 de maio para todos.
Segundo o tesoureiro do Sindicato Nacional de Trabalhadores Aposentados e Pensionistas, Epitácio Luiz Epaminondas, o adiamento não será aceito.
— Um mês significa que o aposentado vai perder. Matemática é ciência exata. Não tem mágica. Não tem quem diga que não haverá perda — argumenta ele, adiantando que o sindicato vai discutir o assunto com o governo ainda esta semana.
Mudança na data do reajuste aconteceu no ano passado
Para o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), o adiamento é de inteira responsabilidade do governo, que usou a maioria parlamentar para aprovar em 2003 um dispositivo passando a data para 1 de maio. Foi uma mudança de última hora, na votação da medida provisória que elevou o mínimo de R$ 200 para R$ 240.
— Quando dizem que a correção do mínimo será correspondente a treze meses estão enganando o trabalhador. Estão garfando um mês do salário do aposentado — disse Aleluia.
Uma fonte do governo disse que o adiamento poderá resultar em mais um contencioso judicial, já que o aposentado poderá recorrer à Justiça pedindo a correção relativa a abril.
Mas o PT continua insistindo que o 1 de Maio é o símbolo do partido para homenagear o trabalhador e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer anunciar um salário com aumento real, tendo em vista sua promessa de campanha de dobrar o valor do mínimo até o fim do mandato.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) considerou que será cada vez mais difícil para o governo cumprir essa promessa.
— O governo deve estar sofrendo muita pressão para aumentar o funcionalismo e o salário-mínimo. No primeiro ano, o reajuste foi menor do que a inflação e disseram que a culpa era da herança maldita. Agora, a herança é deles. E só faltam dois anos. Deve estar sendo um inferno —observou.
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