O Banco Schahin e o Banco Pine acabam de fechar operações de captação de recursos no mercado internacional de US$ 31 milhões para utilização no crédito ao varejo, principalmente o consignado com desconto em folha. No acumulando do ano, os bancos pequenos e médios brasileiros já obtiveram US$ 200 milhões de recursos externos para este fim.
O Banco Schahin captou US$ 8 milhões com prazo de vencimento em 18 meses pagando juros de 7,5% ao ano, enquanto o Banco Pine obteve US$ 23 milhões, em captação de vencimento em 12 meses pagando juros de 7,75% ao ano. As duas operações foram lideradas pela BCP Securities.
“A captação externa, por ter prazo de vencimento mais longo, é bem adequada para repasse ao crédito consignado com desconto em folha”, afirma Luiz Claudio de La Rosa, diretor-executivo do Banco Pine. “Vamos usar os recursos no crédito ao varejo de uma forma geral e a consignação é o de crescimento mais rápido, sem dúvida”, conta Carlos Eduardo Schahin, diretor-executivo do Banco Schahin.
Com uma carteira de crédito total de R$ 820 milhões, o Banco Pine também faz financiamento à pessoa jurídica, diz De La Rosa. Mas a captação por meio de Certificados de Depósito Bancário, de prazo de até 180 dias, é a que permite o casamento adequado com o crédito às empresas, de vencimento em 75 a 80 dias.
O Pine tem R$ 180 milhões em crédito consignado e espera crescimento de mais de 100% em sua carteira neste ano, com destaque no segmento dos aposentados. Por isso, pretende fazer mais duas operações de captações no exterior em 2005 e lançar um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC), de R$ 100 milhões. O Banco Schahin também pretende voltar ao mercado internacional e ainda neste semestre, diz Carlos Eduardo Schahin, pois o crescimento no crédito ao varejo tem ultrapassado as expectativas de 40% por semestre, podendo chegar a 100% e sem contar os aposentados.
A demanda externa para os títulos dos bancos pequenos e médios brasileiros existe, diz Samy Podlubny, diretor da BCP Securities. A expectativa de alta maior do que a esperada nas taxas de juros americanas afeta menos as captações de vencimento em até 18 meses, conta. A intervenção do Banco Central no Banco Santos, no entanto, tem deixado o mercado mais caro 0,5 ponto percentual para esses bancos, diz ele. O Banco Schahin optou por apertar mais a taxa e alongar o prazo e captar menos do que o Pine, comenta.
Também captaram no exterior para repasse ao crédito consignado em 2005 o Banco Mercantil do Brasil (US$ 30 milhões), o Banco Alfa (US$ 40 milhões), o Banco Cruzeiro do Sul (US$ 17 milhões), o BGN (US$ 50 milhões) e o BMG (US$ 25 milhões).
Fonte: Valor Econômico – Cristiane Perini Lucchesi