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União banco-varejo ajuda concentração

Cinco grandes redes de comércio varejista fecharam parcerias com bancos privados. Há mais vindo por aí. O Bradesco estuda novas associações ainda para este semestre, disse o banco à Folha. Lojas Cem, Lojas Colombo e a rede Insinuante, a maior de eletrônicos do Nordeste, não aceitaram propostas das instituições financeiras e estão fora do páreo.

Na caça às redes estão Bradesco, Itaú e Unibanco, que já costuraram associações na área de crédito com as lojas. Os modelos de associação definem, basicamente, que os bancos vão prover parte dos recursos necessários para o consumidor na venda parcelada na loja. Dessa forma, a rede pode vender mais, pois ganha um fôlego maior para as suas operações de crediário. Já os bancos ficam mais próximos daquele cliente de baixa renda ainda avesso a operações bancárias. Ao mesmo tempo ainda terá a chance, segundo o acordo com algumas cadeias de comércio, de vender serviços financeiros nos pontos da rede.

Esse cenário que colocou o varejo e os bancos próximos tende a aumentar a concentração no comércio. É aí, principalmente, que o consumidor vai sentir os reflexos das parcerias. Como o negócio faz com que boa parte dos recursos para a venda a prazo agora saiam do caixa dos bancos diretamente, as empresas de varejo vão ter mais recursos para investir em aquisições.

Bahia x Luiza

Nesse caso, leia-se comprar redes concorrentes. A declarada disputa entre Casas Bahia e Magazine Luiza pelas 79 lojas da Lojas Base, do Sul do país, é exemplo disso. Na semana passada as duas cadeias informaram publicamente que adquiriram a rede. A Bahia teria feita uma oferta melhor que a Luiza e anunciou a compra. Na sexta-feira, o Magazine Luiza novamente confirmou ter comprado a rede catarinense.

Com fôlego financeiro maior –a Bahia fechou parceria com o Bradesco neste ano e a Luiza, com o Unibanco–, as aquisições se tornaram um dos focos das redes.

Não se trata apenas desse caso. A Salfer, por exemplo, rede de eletrodomésticos e móveis de Joinville (SC), diz que pretende fazer “uma ou duas aquisições de redes de pequeno porte”, depois do acordo assinado com o Bradesco em dezembro de 2004. “Estamos olhando o mercado para achar as oportunidades”, diz Vanderlei Gonçalves, diretor administrativo e financeiro da Salfer.

A rede quer fechar o ano com 60 lojas e, até o final de 2007, ter 80 pontos. O banco passa a operar dentro da loja em abril e logo vai poder vender produtos e serviços dentro dos pontos.

A outra estratégia que as cadeias devem tomar com esse ganho de capital é a compra de terrenos para a abertura de novas lojas. De forma indireta, isso reforça a concentração do mercado. Com dinheiro em caixa, as redes podem comprar pontos, em alguns casos perto de lojas que já têm, para proteger o negócio. Isso impede a aproximação da concorrência.

Em julho do ano passado, por exemplo, o grupo Pão de Açúcar fechou uma parceria com o Itaú e formou a financeira FIC. Há cerca de dez dias, a operação conjunta começou em três lojas localizadas nos bairros Jabaquara, Indianópolis e próximo à avenida Ricardo Jafet, todos na zona sul da capital paulista. Na conta da rede entraram R$ 380 milhões, valor do ágio pago pelo banco pelo direito de explorar os pontos.

O dinheiro já foi absorvido e é um gás para o grupo. A empresa anunciou há semanas o seu plano de investimentos. Serão R$ 500 milhões –quase o mesmo aplicado em 2004–, sendo R$ 258 milhões para a inauguração de 21 novos pontos. No ano passado, foram abertos só oito.

Além da possibilidade de maior concentração no setor, o que ainda pode afetar a vida do consumidor é a nova politica de juros a ser adotada pelos bancos e lojas pós acordo. Analistas não acreditam numa mudança nas taxas praticadas. A razão é a concorrência. “Os bancos não fizeram parcerias para sufocar as lojas e fazê-las perder autonomia com práticas de juros descabidas. Como estão todos, grandes bancos e gigantes do varejo, juntos na disputa pelo mercado, vai existir interesse de cada um em ter a taxa mais competitiva”, diz Alberto Serrentino, sócio da Gouvêa de Souza&MD.

Além do Pão de Açúcar, com o Itaú, e a Salfer, com o Bradesco, a Lojas Americanas fechou um acordo neste ano com o Itaú, a Casas Bahia com o Bradesco e a Panashop/BestMix com o HSBC.

Fonte: Folha de S.Paulo

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União banco-varejo ajuda concentração

Cinco grandes redes de comércio varejista fecharam parcerias com bancos privados. Há mais vindo por aí. O Bradesco estuda novas associações ainda para este semestre, disse o banco à Folha. Lojas Cem, Lojas Colombo e a rede Insinuante, a maior de eletrônicos do Nordeste, não aceitaram propostas das instituições financeiras e estão fora do páreo.
Na caça às redes estão Bradesco, Itaú e Unibanco, que já costuraram associações na área de crédito com as lojas. Os modelos de associação definem, basicamente, que os bancos vão prover parte dos recursos necessários para o consumidor na venda parcelada na loja. Dessa forma, a rede pode vender mais, pois ganha um fôlego maior para as suas operações de crediário. Já os bancos ficam mais próximos daquele cliente de baixa renda ainda avesso a operações bancárias. Ao mesmo tempo ainda terá a chance, segundo o acordo com algumas cadeias de comércio, de vender serviços financeiros nos pontos da rede.
Esse cenário que colocou o varejo e os bancos próximos tende a aumentar a concentração no comércio. É aí, principalmente, que o consumidor vai sentir os reflexos das parcerias. Como o negócio faz com que boa parte dos recursos para a venda a prazo agora saiam do caixa dos bancos diretamente, as empresas de varejo vão ter mais recursos para investir em aquisições.
Bahia x Luiza
Nesse caso, leia-se comprar redes concorrentes. A declarada disputa entre Casas Bahia e Magazine Luiza pelas 79 lojas da Lojas Base, do Sul do país, é exemplo disso. Na semana passada as duas cadeias informaram publicamente que adquiriram a rede. A Bahia teria feita uma oferta melhor que a Luiza e anunciou a compra. Na sexta-feira, o Magazine Luiza novamente confirmou ter comprado a rede catarinense.
Com fôlego financeiro maior –a Bahia fechou parceria com o Bradesco neste ano e a Luiza, com o Unibanco–, as aquisições se tornaram um dos focos das redes.
Não se trata apenas desse caso. A Salfer, por exemplo, rede de eletrodomésticos e móveis de Joinville (SC), diz que pretende fazer “uma ou duas aquisições de redes de pequeno porte”, depois do acordo assinado com o Bradesco em dezembro de 2004. “Estamos olhando o mercado para achar as oportunidades”, diz Vanderlei Gonçalves, diretor administrativo e financeiro da Salfer.
A rede quer fechar o ano com 60 lojas e, até o final de 2007, ter 80 pontos. O banco passa a operar dentro da loja em abril e logo vai poder vender produtos e serviços dentro dos pontos.
A outra estratégia que as cadeias devem tomar com esse ganho de capital é a compra de terrenos para a abertura de novas lojas. De forma indireta, isso reforça a concentração do mercado. Com dinheiro em caixa, as redes podem comprar pontos, em alguns casos perto de lojas que já têm, para proteger o negócio. Isso impede a aproximação da concorrência.
Em julho do ano passado, por exemplo, o grupo Pão de Açúcar fechou uma parceria com o Itaú e formou a financeira FIC. Há cerca de dez dias, a operação conjunta começou em três lojas localizadas nos bairros Jabaquara, Indianópolis e próximo à avenida Ricardo Jafet, todos na zona sul da capital paulista. Na conta da rede entraram R$ 380 milhões, valor do ágio pago pelo banco pelo direito de explorar os pontos.
O dinheiro já foi absorvido e é um gás para o grupo. A empresa anunciou há semanas o seu plano de investimentos. Serão R$ 500 milhões –quase o mesmo aplicado em 2004–, sendo R$ 258 milhões para a inauguração de 21 novos pontos. No ano passado, foram abertos só oito.
Além da possibilidade de maior concentração no setor, o que ainda pode afetar a vida do consumidor é a nova politica de juros a ser adotada pelos bancos e lojas pós acordo. Analistas não acreditam numa mudança nas taxas praticadas. A razão é a concorrência. “Os bancos não fizeram parcerias para sufocar as lojas e fazê-las perder autonomia com práticas de juros descabidas. Como estão todos, grandes bancos e gigantes do varejo, juntos na disputa pelo mercado, vai existir interesse de cada um em ter a taxa mais competitiva”, diz Alberto Serrentino, sócio da Gouvêa de Souza&MD.
Além do Pão de Açúcar, com o Itaú, e a Salfer, com o Bradesco, a Lojas Americanas fechou um acordo neste ano com o Itaú, a Casas Bahia com o Bradesco e a Panashop/BestMix com o HSBC.
Fonte: Folha de S.Paulo

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