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Crédito a aposentado cai e eleva concorrência

A babel em que se transformou o centro de São Paulo nos últimos meses revela um acirramento da competição entre os bancos grandes e pequenos e as financeiras pelo mercado do crédito à pessoa física -principalmente o destinado aos aposentados.

Ali, um exército de agentes ou promotores de vendas contratados por essas instituições financeiras literalmente caça potenciais tomadores de “dinheiro fácil e barato”. Alvo principal dessa caçada: os aposentados do INSS que desde maio do ano passado até o último dia 9 haviam tomado R$ 6 bilhões em empréstimo consignado. O movimento das ruas paulistanas se repete pelo Brasil afora e já preocupa a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

A agressividade crescente nesse autêntico “feirão” do crédito se explica. O filão que mais cresceu neste ano -o dos aposentados- começa a dar sinais de desaceleração, de acordo com Roberto Rigotto, vice-presidente do BMG, banco líder no segmento, com 40% do mercado.

“Os corretores ficam mais agressivos, pois o mercado está caindo. A reação natural dos bancos é tentar aumentar a eficiência na captação de clientes para cobrir os custos fixos da carteira”, afirma Rigotto.

Dados fornecidos pela Dataprev aos bancos mostram que desde março o volume médio de empréstimos aos aposentados vem recuando (veja quadro ao lado). A média diária de empréstimos contratados em maio caiu 27,1%, em relação a abril, segundo cálculo do BMG. O número de contratos fechados no período também encolheu -20,4%.

Outro sinal de enfraquecimento do mercado é a redução do tíquete médio das operações. O valor médio de cada empréstimo girava em torno dos R$ 3.000 entre setembro e outubro do ano passado, quando a demanda começou a decolar. Hoje, está em R$ 1.761.

“No início do programa, quem tomava empréstimo eram os aposentados com rendimentos maiores -e mais bem informados- que estavam trocando dívida mais cara feita no cheque especial ou no cartão de crédito pelo consignado, que tem taxas menores”, afirma Rigotto.

“Agora, os tomadores são os de menor renda, que pegam o dinheiro para consumo”, diz.

Segundo o Ministério da Previdência Social, 43% do total das operações realizadas no programa, até o início deste mês, foi para quem recebe um benefício de até um salário mínimo.

Mercado potencial
Lançado pelo governo em maio de 2004, o crédito consignado para os aposentados já atende 2,6 milhões de pessoas. Embora existam 22 milhões de aposentados e pensionistas da Previdência no país, apenas 12 milhões, segundo cálculos de Rigotto, são potenciais tomadores de crédito.

Os demais não são elegíveis ou porque recebem a aposentadoria por meio de fundações, e não de bancos pagadores, ou porque estão na zona rural e não têm relação com instituições financeiras.

Além disso, “historicamente, o máximo do mercado potencial que se atinge com um novo produto financeiro é 30%. Estamos quase lá”, diz Rigotto. De acordo com sua estimativa, o número de tomadores de crédito do INSS poderá chegar a 3,6 milhões -1 milhão a mais do que o patamar atual, estabilizando a partir daí.

O problema é que, por trabalhar com taxas de juros bem inferiores às das demais carteiras de crédito à pessoa física, esse segmento necessita de um volume grande de operações -ou seja, de escala- para compensar os custos operacionais e os investimentos em sistemas de informática.

Infra-estrutura
Para entrar no negócio, os bancos conveniados ao INSS tiveram de expandir sua estrutura. Exemplo desse movimento é o Banco Panamericano. “Investimos em infra-estrutura de sistemas para todas as nossas filiais acessarem a Dataprev, pagamos empresas para serem “fiéis depositárias” de cópias dos documentos dos clientes e contratamos 800 funcionários para dar vazão à demanda”, afirma Renato Vieira, gerente-geral de novos canais do banco.

Ele diz acreditar que a demanda continuará crescendo nos próximos meses. No entanto, mais 13 instituições devem passar a emprestar, de acordo com o Ministério da Previdência Social. O que deverá acirrar ainda mais a competição no mercado.

Fonte: Folha de São Paulo – Sandra Balbi

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A babel em que se transformou o centro de São Paulo nos últimos meses revela um acirramento da competição entre os bancos grandes e pequenos e as financeiras pelo mercado do crédito à pessoa física -principalmente o destinado aos aposentados.
Ali, um exército de agentes ou promotores de vendas contratados por essas instituições financeiras literalmente caça potenciais tomadores de “dinheiro fácil e barato”. Alvo principal dessa caçada: os aposentados do INSS que desde maio do ano passado até o último dia 9 haviam tomado R$ 6 bilhões em empréstimo consignado. O movimento das ruas paulistanas se repete pelo Brasil afora e já preocupa a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
A agressividade crescente nesse autêntico “feirão” do crédito se explica. O filão que mais cresceu neste ano -o dos aposentados- começa a dar sinais de desaceleração, de acordo com Roberto Rigotto, vice-presidente do BMG, banco líder no segmento, com 40% do mercado.
“Os corretores ficam mais agressivos, pois o mercado está caindo. A reação natural dos bancos é tentar aumentar a eficiência na captação de clientes para cobrir os custos fixos da carteira”, afirma Rigotto.
Dados fornecidos pela Dataprev aos bancos mostram que desde março o volume médio de empréstimos aos aposentados vem recuando (veja quadro ao lado). A média diária de empréstimos contratados em maio caiu 27,1%, em relação a abril, segundo cálculo do BMG. O número de contratos fechados no período também encolheu -20,4%.
Outro sinal de enfraquecimento do mercado é a redução do tíquete médio das operações. O valor médio de cada empréstimo girava em torno dos R$ 3.000 entre setembro e outubro do ano passado, quando a demanda começou a decolar. Hoje, está em R$ 1.761.
“No início do programa, quem tomava empréstimo eram os aposentados com rendimentos maiores -e mais bem informados- que estavam trocando dívida mais cara feita no cheque especial ou no cartão de crédito pelo consignado, que tem taxas menores”, afirma Rigotto.
“Agora, os tomadores são os de menor renda, que pegam o dinheiro para consumo”, diz.
Segundo o Ministério da Previdência Social, 43% do total das operações realizadas no programa, até o início deste mês, foi para quem recebe um benefício de até um salário mínimo.
Mercado potencial
Lançado pelo governo em maio de 2004, o crédito consignado para os aposentados já atende 2,6 milhões de pessoas. Embora existam 22 milhões de aposentados e pensionistas da Previdência no país, apenas 12 milhões, segundo cálculos de Rigotto, são potenciais tomadores de crédito.
Os demais não são elegíveis ou porque recebem a aposentadoria por meio de fundações, e não de bancos pagadores, ou porque estão na zona rural e não têm relação com instituições financeiras.
Além disso, “historicamente, o máximo do mercado potencial que se atinge com um novo produto financeiro é 30%. Estamos quase lá”, diz Rigotto. De acordo com sua estimativa, o número de tomadores de crédito do INSS poderá chegar a 3,6 milhões -1 milhão a mais do que o patamar atual, estabilizando a partir daí.
O problema é que, por trabalhar com taxas de juros bem inferiores às das demais carteiras de crédito à pessoa física, esse segmento necessita de um volume grande de operações -ou seja, de escala- para compensar os custos operacionais e os investimentos em sistemas de informática.
Infra-estrutura
Para entrar no negócio, os bancos conveniados ao INSS tiveram de expandir sua estrutura. Exemplo desse movimento é o Banco Panamericano. “Investimos em infra-estrutura de sistemas para todas as nossas filiais acessarem a Dataprev, pagamos empresas para serem “fiéis depositárias” de cópias dos documentos dos clientes e contratamos 800 funcionários para dar vazão à demanda”, afirma Renato Vieira, gerente-geral de novos canais do banco.
Ele diz acreditar que a demanda continuará crescendo nos próximos meses. No entanto, mais 13 instituições devem passar a emprestar, de acordo com o Ministério da Previdência Social. O que deverá acirrar ainda mais a competição no mercado.
Fonte: Folha de São Paulo – Sandra Balbi

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