(Curitiba) O que poderia ter sido resolvido por uma atitude de maturidade entre as partes, desde que o bom senso prevalecesse e não tivéssemos a prática de atos anti-sindicais pelo patrão (leia-se, RH do banco), teve que ser reestabelecido pela Justiça do Trabalho.
Em tempos de mudanças constitucionais, visando o amadurecimento nas relações trabalhistas, absorvendo o que traz o projeto de lei que trata da reorganização sindical em nosso país, o banco Itaú perdeu uma excelente oportunidade de estar na vanguarda e reconhecer a importância da Organização por Local de Trabalho (OLT), mecanismo este que objetiva aprimorar a discussão de interesses das partes (trabalho e capital).
Recentemente, um companheiro com mandato sindical na base de Campo Mourão-PR teve o seu direito (consagrado pela lei) desrespeitado pela empresa. Foi preciso a Justiça do Trabalho conceder tutela antecipada para que o companheiro continuasse a exercer o seu valoroso trabalho sindical em sua base.
Assim, estabeleceu a juíza Cynthia Okamoto Gushi em seu despacho, “defiro a tutela antecipada requerida, determinando a suspensão dos efeitos da transferência imposta ao reclamante até o julgamento do mérito da presente ação”.
Isto foi a conseqüência da medida unilateral do banco, ao determinar a transferência do trabalhador da cidade na qual sempre trabalhou para outra cidade. A própria juíza relatou os danos ao companheiro, registrando: “as conseqüências, em convalidada a determinação do empregador em relação à sua transferência para a agência de Luiziana, seriam de difícil reparação, eis que ele ficaria impedido, na prática, de realizar o mister para o qual foi eleito junto ao Sindicato de sua categoria, cuja cidade é nesta cidade de Campo Mourão”.
Sendo assim, o que esperamos é a franqueza entre as partes na mesa de negociação, o respeito ao que determina a lei e, pela proximidade da nossa campanha salarial, desejamos que sejam honrados todos os compromissos assumidos entre as partes.
Fonte: FETEC – CUT – PR