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Brasil reflete desigualdade social também nas doenças

Brasília – Desigual até mesmo nas doenças. Uma parte do Brasil ainda sofre com doenças típicas da miséria, como diarréias e tuberculose. Outra, morre de problemas cardíacos e câncer, doenças da vida moderna, urbana e mais rica. O estudo Radar Social, preparado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), mostra que câncer e coração são os principais problemas de mortes por causas definidas no País. Mas, ao mesmo tempo, a mortalidade infantil e materna, cujas causas são, na maior parte dos casos, a pobreza e a falta de cuidados, ainda estão entre as mais altas da América Latina.

Em 2002, os problemas de coração e de circulação correspondiam a 35% das mortes por doenças definidas. Logo em seguida, vinha os diferentes tipos de câncer, com 15,3%. Associadas especialmente ao estilo de vida – hábitos alimentares, atividade física e condições de trabalho, entre outros -, essas são doenças relacionadas diretamente ao desenvolvimento. Enquanto enriquece, o País troca as doenças da miséria pelas não-transmissíveis.

No entanto, o Brasil ainda está na metade do caminho. “O Brasil encontra-se em uma posição intermediária: vem crescendo bastante a mortalidade por doenças não-transmissíveis, mas ainda é relativamente alta a mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias, especialmente em regiões com menor grau de desenvolvimento”, diz o estudo. A previsão do Ipea é que o peso das doenças não-transmissíveis vão aumentar nos próximos anos, mas as doenças transmissíveis – que incluem malária, febre amarela, cólera e tuberculose, entre outras – continuam a incomodar. Em alguns Estados, como Acre, Alagoas, Pará e Amazonas, elas ainda representam 8% das causas de mortes.

São, também, os problemas relacionados à pobreza que impedem o País de ter uma taxa ainda menor de mortalidade infantil e, principalmente, materna. O estudo do Ipea mostra que, em 2002, a taxa de mortalidade infantil era de 25,1 por mil nascidos vivos no Brasil, mas 37,7 por mil no Nordeste. A morte de crianças com menos de um ano vem caindo no País, mas o Radar Social mostra que a redução da mortalidade em bebê com até seis dias de vida foi a metade das que tem mais de um mês. “Atualmente ganham mais destaque as causas que dizem respeito às condições da gestante, do parto e da criança recém-nascida”, diz o estudo.

Causas relacionadas diretamente à falta de cuidados pré-natal, acesso à saúde e alimentação adequada. O País ainda assiste ao crescimento de outra causa de mortalidade que deveria ser controlável: a violência, seja por homicídios, seja por acidentes de trânsito. Entre 1980 e 2002, as causas externas, como são chamadas, passaram de 11,9% das mortes para 14,9%, mas com um viés cruel: 84,4% das vítimas são homens e 50% delas tem entre 20 e 39 anos.

Fonte: O Estadão

Por 10:20 Notícias

Brasil reflete desigualdade social também nas doenças

Brasília – Desigual até mesmo nas doenças. Uma parte do Brasil ainda sofre com doenças típicas da miséria, como diarréias e tuberculose. Outra, morre de problemas cardíacos e câncer, doenças da vida moderna, urbana e mais rica. O estudo Radar Social, preparado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), mostra que câncer e coração são os principais problemas de mortes por causas definidas no País. Mas, ao mesmo tempo, a mortalidade infantil e materna, cujas causas são, na maior parte dos casos, a pobreza e a falta de cuidados, ainda estão entre as mais altas da América Latina.
Em 2002, os problemas de coração e de circulação correspondiam a 35% das mortes por doenças definidas. Logo em seguida, vinha os diferentes tipos de câncer, com 15,3%. Associadas especialmente ao estilo de vida – hábitos alimentares, atividade física e condições de trabalho, entre outros -, essas são doenças relacionadas diretamente ao desenvolvimento. Enquanto enriquece, o País troca as doenças da miséria pelas não-transmissíveis.
No entanto, o Brasil ainda está na metade do caminho. “O Brasil encontra-se em uma posição intermediária: vem crescendo bastante a mortalidade por doenças não-transmissíveis, mas ainda é relativamente alta a mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias, especialmente em regiões com menor grau de desenvolvimento”, diz o estudo. A previsão do Ipea é que o peso das doenças não-transmissíveis vão aumentar nos próximos anos, mas as doenças transmissíveis – que incluem malária, febre amarela, cólera e tuberculose, entre outras – continuam a incomodar. Em alguns Estados, como Acre, Alagoas, Pará e Amazonas, elas ainda representam 8% das causas de mortes.
São, também, os problemas relacionados à pobreza que impedem o País de ter uma taxa ainda menor de mortalidade infantil e, principalmente, materna. O estudo do Ipea mostra que, em 2002, a taxa de mortalidade infantil era de 25,1 por mil nascidos vivos no Brasil, mas 37,7 por mil no Nordeste. A morte de crianças com menos de um ano vem caindo no País, mas o Radar Social mostra que a redução da mortalidade em bebê com até seis dias de vida foi a metade das que tem mais de um mês. “Atualmente ganham mais destaque as causas que dizem respeito às condições da gestante, do parto e da criança recém-nascida”, diz o estudo.
Causas relacionadas diretamente à falta de cuidados pré-natal, acesso à saúde e alimentação adequada. O País ainda assiste ao crescimento de outra causa de mortalidade que deveria ser controlável: a violência, seja por homicídios, seja por acidentes de trânsito. Entre 1980 e 2002, as causas externas, como são chamadas, passaram de 11,9% das mortes para 14,9%, mas com um viés cruel: 84,4% das vítimas são homens e 50% delas tem entre 20 e 39 anos.
Fonte: O Estadão

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