(Rio) Neste domingo, dia 20, os brasileiros vão comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra. Para os trabalhadores negros, a data representa muito mais um momento de reflexão e consolidação da luta contra o racismo e a discriminação do que apenas um dia de festa. No setor financeiro, a discriminação racial fica evidente.
No Distrito Federal, o Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com ação contra os bancos por discriminação contra negros e mulheres. A ação é decorrente das denúncias feitas por bancários e clientes e pelo fato de os banqueiros se negarem a participar do “Programa de Promoção da Igualdade para Todos”, lançado em abril deste ano pela Procuradoria Geral do Trabalho. “Os dados comprovam que há discriminação de raça e de gênero nos bancos e mesmo assim os banqueiros se negam a participar deste programa importante na luta pela igualdade de oportunidades. Isso mostra a arrogância e o desprezo que os bancos têm para com seus funcionários e a população”, afirma o diretor do Sindicato Almir Aguiar, funcionário do Bradesco.
Os números não mentem
Com a ajuda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), o MPT chegou à conclusão de que a discriminação nos bancos é evidente. Os negros e pardos, que constituem 42% da população trabalhadora, representam apenas 13% dos bancários nas agências do Estado do Rio de Janeiro.
No Distrito Federal, os negros constituem 46% dos trabalhadores enquanto que nos bancos eles são apenas 19% do total de bancários. Em São Paulo, onde os afro-descedentes representam 28% da População Economicamente Ativa (PEA), apenas 8% deles ocupam cargos nos bancos.
“O racismo e a discriminação no Brasil se dão, muitas vezes, de forma cínica e sutil, mas são tão perversos como em qualquer país em que este problema é mais escancarado. No caso da nossa categoria, é preciso haver uma mobilização de todos os bancários para acabarmos de vez com todas as formas de discriminação nos bancos”, disse o presidente do Sindicato, Vinicius de Assumpção.
Mulheres negras
A diretora do Sindicato Maria Aparecida Souza Cruz, a Cida, denuncia que as mulheres negras são as maiores vítimas da discriminação. “Sofremos a discriminação por raça e gênero, principalmente nos bancos privados”, critica. A diferença de tratamento dado pelos bancos aparece nos salários. No Rio, o homem negro com a mesma escolaridade ganha 20% menos do que os homens brancos. As mulheres brancas recebem, em média, 78% do salário dos homens brancos, enquanto que as negras, apenas 67%.
Mesmo entre as que possuem melhor escolaridade, com no mínimo o nível superior, as negras continuam ganhando 32% menos do que os homens com ensino médio. Em relação aos homens com a mesma escolaridade, o rendimento médio das negras é 37% mais baixo.
Fonte: Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro
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Comentários
Por Mhais• 23 de novembro de 2005• 10:59• Sem categoria
Discriminação nos bancos tem cor – Seeb RJ – 17/11/2005
(Rio) Neste domingo, dia 20, os brasileiros vão comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra. Para os trabalhadores negros, a data representa muito mais um momento de reflexão e consolidação da luta contra o racismo e a discriminação do que apenas um dia de festa. No setor financeiro, a discriminação racial fica evidente.
No Distrito Federal, o Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com ação contra os bancos por discriminação contra negros e mulheres. A ação é decorrente das denúncias feitas por bancários e clientes e pelo fato de os banqueiros se negarem a participar do “Programa de Promoção da Igualdade para Todos”, lançado em abril deste ano pela Procuradoria Geral do Trabalho. “Os dados comprovam que há discriminação de raça e de gênero nos bancos e mesmo assim os banqueiros se negam a participar deste programa importante na luta pela igualdade de oportunidades. Isso mostra a arrogância e o desprezo que os bancos têm para com seus funcionários e a população”, afirma o diretor do Sindicato Almir Aguiar, funcionário do Bradesco.
Os números não mentem
Com a ajuda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), o MPT chegou à conclusão de que a discriminação nos bancos é evidente. Os negros e pardos, que constituem 42% da população trabalhadora, representam apenas 13% dos bancários nas agências do Estado do Rio de Janeiro.
No Distrito Federal, os negros constituem 46% dos trabalhadores enquanto que nos bancos eles são apenas 19% do total de bancários. Em São Paulo, onde os afro-descedentes representam 28% da População Economicamente Ativa (PEA), apenas 8% deles ocupam cargos nos bancos.
“O racismo e a discriminação no Brasil se dão, muitas vezes, de forma cínica e sutil, mas são tão perversos como em qualquer país em que este problema é mais escancarado. No caso da nossa categoria, é preciso haver uma mobilização de todos os bancários para acabarmos de vez com todas as formas de discriminação nos bancos”, disse o presidente do Sindicato, Vinicius de Assumpção.
Mulheres negras
A diretora do Sindicato Maria Aparecida Souza Cruz, a Cida, denuncia que as mulheres negras são as maiores vítimas da discriminação. “Sofremos a discriminação por raça e gênero, principalmente nos bancos privados”, critica. A diferença de tratamento dado pelos bancos aparece nos salários. No Rio, o homem negro com a mesma escolaridade ganha 20% menos do que os homens brancos. As mulheres brancas recebem, em média, 78% do salário dos homens brancos, enquanto que as negras, apenas 67%.
Mesmo entre as que possuem melhor escolaridade, com no mínimo o nível superior, as negras continuam ganhando 32% menos do que os homens com ensino médio. Em relação aos homens com a mesma escolaridade, o rendimento médio das negras é 37% mais baixo.
Fonte: Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro
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