fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 09:54 Sem categoria

Planalto faz pressão para banco oficial reduzir juro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reunir ontem os dirigentes de bancos federais para, na véspera da decisão sobre a taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, pressionar por uma maior redução das taxas de juros cobradas nas operações de crédito.

A ação vem sendo coordenada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que publicamente sustenta que a baixa das taxas irá se pautar por critérios técnicos. Mas fontes das instituições financeiras expressam preocupação com a ingerência política em um assunto que, para eles, está sendo discutida fora do ambiente adequado. O receio é ainda maior devido às restrições impostas pela legislação nas eleições.

Um dos temas da reunião foi uma ação coordenada para que, caso se confirme hoje o esperado corte de 0,5 ponto percentual nos juros básicos, os bancos federais anunciem em seguida também um corte nas suas taxas. O governo quer não só faturar o impacto positivo da redução nas instituições financeiras federais, mas também forçar os bancos privados a seguir o mesmo caminho.

Além de Lula e Mantega, participaram da reunião os presidentes do BC, Henrique Meirelles; do BB, Rossano Maranhão; da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho; do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith, e do Banco da Amazônia (Basa), Mâncio Lima Cordeiro; o secretário-executivo da Fazenda, Bernard Appy; e o secretário de Política Econômica, Júlio Sérgio Gomes de Almeida.

O único a falar foi o presidente do BNB. “A expectativa é a de ajustar as taxas de juros”, afirmou, ao entrar no encontro. “O presidente Lula pediu o tempo todo que os juros e o spread bancário sejam reduzidos.” Segundo ele, o banco apresentou proposta para a redução de juros nos empréstimos de fundos constitucionais, que será analisada pela Fazenda.

Nos bancos federais, as freqüentes reuniões – inauguradas na gestão Mantega – têm causado constrangimento porque contrariam os esforços feitos nos últimos anos para fortalecer a governança corporativa e os controles internos das instituições. Desde que a Caixa e o BB foram saneados com aportes de recursos públicos, foram criados diversos comitês técnicos, a cargo de quem está a definição da taxa de juros mais adequada.

Os bancos federais sustentam que já praticam taxas de juros mais baixas do que os grandes bancos de varejo privados, seus principais concorrentes. Na semana passada, a Caixa já anunciou um corte nos juros das suas linhas comerciais e, na reunião de maio do Copom, o BB também baixos suas taxas.

Na argumentação de uma fonte ouvida pelo Valor, não é certo que, caso os bancos federais derrubem ainda mais suas taxas, as instituições privadas vão seguir o mesmo caminho. O risco, assinala, é os bancos federais sacrificarem demasiadamente suas margens sem que se concretizem os benefícios esperados.

A precificação dos juros nos bancos federais é uma atividade bastante complexa, na qual linhas comerciais, com maior rentabilidade, compensam os retornos menores em áreas em que são implantados programas de governo, como a de crédito agrícola ou habitacional.

As reuniões com o presidente Lula, lembra uma fonte, estão subvertendo os canais institucionais entre o governo e os bancos, nos quais são acionistas majoritários. No encontro de ontem, por exemplo, estavam reunidos em uma só sala o presidente Lula, o ministro Mantega, o presidente do conselho de administração do BB – o secretário-executivo do Ministério da fazenda, Bernard Appy – e o presidente da instituição, Rossano Maranhão. O caminho natural, no caso, seria o governo defender suas posições nas reuniões do conselho de administração, na qual outros acionistas também estão representados.

No caso do BB, temia-se as repercussões que as ingerências políticas poderiam ter nas ações negociadas em Bolsa, sobretudo depois que a instituição anunciou o seu ingresso no Novo Mercado. No momento, os dirigentes do banco estão impedidos de se pronunciar em público sobre planos do banco, pois ainda não está totalmente concluída a oferta secundária de suas ações.

Fonte: Valor Econômico

Por 09:54 Notícias

Planalto faz pressão para banco oficial reduzir juro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reunir ontem os dirigentes de bancos federais para, na véspera da decisão sobre a taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, pressionar por uma maior redução das taxas de juros cobradas nas operações de crédito.
A ação vem sendo coordenada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que publicamente sustenta que a baixa das taxas irá se pautar por critérios técnicos. Mas fontes das instituições financeiras expressam preocupação com a ingerência política em um assunto que, para eles, está sendo discutida fora do ambiente adequado. O receio é ainda maior devido às restrições impostas pela legislação nas eleições.
Um dos temas da reunião foi uma ação coordenada para que, caso se confirme hoje o esperado corte de 0,5 ponto percentual nos juros básicos, os bancos federais anunciem em seguida também um corte nas suas taxas. O governo quer não só faturar o impacto positivo da redução nas instituições financeiras federais, mas também forçar os bancos privados a seguir o mesmo caminho.
Além de Lula e Mantega, participaram da reunião os presidentes do BC, Henrique Meirelles; do BB, Rossano Maranhão; da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho; do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith, e do Banco da Amazônia (Basa), Mâncio Lima Cordeiro; o secretário-executivo da Fazenda, Bernard Appy; e o secretário de Política Econômica, Júlio Sérgio Gomes de Almeida.
O único a falar foi o presidente do BNB. “A expectativa é a de ajustar as taxas de juros”, afirmou, ao entrar no encontro. “O presidente Lula pediu o tempo todo que os juros e o spread bancário sejam reduzidos.” Segundo ele, o banco apresentou proposta para a redução de juros nos empréstimos de fundos constitucionais, que será analisada pela Fazenda.
Nos bancos federais, as freqüentes reuniões – inauguradas na gestão Mantega – têm causado constrangimento porque contrariam os esforços feitos nos últimos anos para fortalecer a governança corporativa e os controles internos das instituições. Desde que a Caixa e o BB foram saneados com aportes de recursos públicos, foram criados diversos comitês técnicos, a cargo de quem está a definição da taxa de juros mais adequada.
Os bancos federais sustentam que já praticam taxas de juros mais baixas do que os grandes bancos de varejo privados, seus principais concorrentes. Na semana passada, a Caixa já anunciou um corte nos juros das suas linhas comerciais e, na reunião de maio do Copom, o BB também baixos suas taxas.
Na argumentação de uma fonte ouvida pelo Valor, não é certo que, caso os bancos federais derrubem ainda mais suas taxas, as instituições privadas vão seguir o mesmo caminho. O risco, assinala, é os bancos federais sacrificarem demasiadamente suas margens sem que se concretizem os benefícios esperados.
A precificação dos juros nos bancos federais é uma atividade bastante complexa, na qual linhas comerciais, com maior rentabilidade, compensam os retornos menores em áreas em que são implantados programas de governo, como a de crédito agrícola ou habitacional.
As reuniões com o presidente Lula, lembra uma fonte, estão subvertendo os canais institucionais entre o governo e os bancos, nos quais são acionistas majoritários. No encontro de ontem, por exemplo, estavam reunidos em uma só sala o presidente Lula, o ministro Mantega, o presidente do conselho de administração do BB – o secretário-executivo do Ministério da fazenda, Bernard Appy – e o presidente da instituição, Rossano Maranhão. O caminho natural, no caso, seria o governo defender suas posições nas reuniões do conselho de administração, na qual outros acionistas também estão representados.
No caso do BB, temia-se as repercussões que as ingerências políticas poderiam ter nas ações negociadas em Bolsa, sobretudo depois que a instituição anunciou o seu ingresso no Novo Mercado. No momento, os dirigentes do banco estão impedidos de se pronunciar em público sobre planos do banco, pois ainda não está totalmente concluída a oferta secundária de suas ações.
Fonte: Valor Econômico

Close