Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-Econômicos (Dieese) mostra que 87,5% dos sindicatos conseguiram negociar acordos acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no primeiro semestre. No mesmo período do ano passado, esse resultado foi obtido por 81,9% das entidades.
Dados do Dieese demonstram uma evolução crescente desde 2003 no percentual de sindicatos que conseguem reajuste superior à inflação. Naquele ano, apenas 16,8% dos 363 sindicatos pesquisados conseguiram igualar ou superar o INPC no primeiro semestre. Esse grupo se ampliou em 2004 para 45,2% (em 420 entidades pesquisadas), 67,4% em 2005 (em 457 entidades pesquisadas), 81,9% em 2006 (271 entidades pesquisadas) e os atuais 87,5%, com 280 sindicatos participando da pesquisa.
Essas números, entretanto, não permitem comparação estatística, porque são apurados a partir de diferentes bases a cada edição do levantamento. O Dieese recebe os dados relativos aos dissídios a partir dos relatórios enviados espontaneamente por alguns sindicatos, notícias veiculadas na imprensa e dados pesquisados na internet.
Segundo o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, a evolução conquistada pelos sindicatos nas reposições salariais a partir de 2004 foi facilitada pela melhora no quadro econômico do país e pela queda da inflação. estudo também ignora a evolução das negociações do setor público e dos trabalhadores rurais.
Neste primeiro semestre, 9,6% das entidades sindicais obtiveram reajuste igual ao INPC medido de acordo com a data-base e 2,9% não conseguiram repor as perdas inflacionárias da respectiva categoria. No grupo de sindicatos que teve reajuste acima do INPC, 35% teve ganho de 0,01% a 1% acima do índice. Outros 32,5% receberam de 1,01% a 2% além da inflação. Na faixa entre 2,01% e 3%, estão 11,8% dos sindicatos. No topo da tabela, com ganho real de salários acima de 5%, 1,8% dos sindicatos.
NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO: www.valoreconomico.com.br