Estudo da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT estima que 9,5 milhões de trabalhadores serão substituídos no ano que vem por outros com salários menores. O objetivo do patrão é arrochar salários.
Para evitar o crescimento da folha de pagamento, os patrões demitem os trabalhadores e contratam outros por salários menores ou pelo piso.
Eles aumentam os lucros e, ainda por cima, colocam a conta de todas essas demissões nas costas do governo federal.
No próximo ano, o governo vai gastar nada menos que R$ 13,2 bilhões para atender com o seguro desemprego os cerca de 9,5 milhões de trabalhadores que serão demitidos sem justa causa e com mais de 6 meses de trabalho.
“Para um universo de 52 milhões de trabalhadores formais, é chocante saber que quase 10 milhões serão demitidos para as empresas não repassarem nossos ganhos da convenção coletiva”, protestou Valter Sanches, secretário- geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT).
Ele disse que nos últimos dez anos a taxa de rotatividade da mão-de-obra está entre 25%, enquanto que no setor metalúrgico ela é maior e alcança cerca de 30%.
“No ano passado cerca de 559 mil metalúrgicos conseguiram trabalho, mas ao mesmo tempo 489 mil foram demitidos. É muita coisa, é um absurdo”, comentou Sanches. Ele lembrou que o crescimento econômico deve ser dividido com toda a sociedade através do aumento da participação dos salários na renda nacional.
Pela Convenção – “Não é possível o Brasil crescer 5% ao ano, com abertura de milhões de postos de trabalho, e termos uma rotatividade tão grande”, afirmou.
É por isso que a CUT está querendo que o Brasil ratifique a convenção l58 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que protege a demissão sem justa causa.
O Brasil chegou a ratificar essa convenção em 1995 mas, no ano seguinte, durante o governo FHC, ela foi denunciada com o argumento de que seria inconstitucional.
“Foi muito estranho, já que o artigo 7º da Constituição prevê a proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, que tem o mesmo teor da convenção da OIT”, concluiu Sanches.
NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.smabc.org.br.