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Por 08:48 Sem categoria

Porque a crise econômica internacional não afetou o Brasil

Representante do Brasil no FMI, o economista Paulo Nogueira Batista Jr. afirma que hoje o País não sofre mais a chamada vulnerabilidade externa, como acontecia nos tempos de FHC.

O economista Paulo Nogueira Batista Jr., representante do Brasil no FMI, afirma que a crise financeira que surpreende o mundo não deve afetar a economia do País.

“A preocupação é compreensível porque nossa história é marcada por crises”, diz Batista. “Com FHC enfrentamos crises em seis dos seus oito anos”, prossegue. “Cada vez que o País levantava a cabeça, ocorria uma crise e abortava o crescimento”, lembra ele.

Segundo o economista, esses problemas ocorriam por causa da chamada vulnerabilidade externa. Ou seja, naquele período o Brasil era extremamente frágil ao que acontecia no mundo. Por isso, quando estourava alguma crise na Indonésia, Rússia ou Argentina ela logo chegava até nós. “Agora é diferente”, diz Batista.

Solidez – Ele explica que a posição brasileira hoje é mais sólida porque o governo atual combateu a tal vulnerabilidade externa. Assim, incentivou as exportações provocando o aumento das reservas brasileiras (uma espécie de caderneta de poupança), que passaram de R$ 40 bilhões para R$ 320 bilhões em cinco anos. Este alto nível das reservas atraiu investimentos estrangeiros e a confiança internacional, garantindo credibilidade ao Brasil.

Todo este processo ocorreu ao mesmo tempo em que a inflação foi controlada e a economia brasileira passou a crescer em taxas maiores, fortalecendo o mercado interno. “Se a crise externa voltar neste momento, nossas exportações sofrerão e afetarão em alguma medida o ritmo de crescimento brasileiro”, admite Batista.

“Porém, como a expansão atual da economia brasileira se apóia principalmente no consumo interno e não nas exportações, o Brasil deve continuar crescendo mesmo que a economia internacional perca o dinamismo, pois serão os próprios brasileiros que garantirão a evolução do mercado nacional ”, esclarece o economista.

Problema é a turma da bufunfa

Batista alerta que a maior ameaça ao crescimento brasileiro é interna. “A turma da bufunfa, embora cansada, já se agita e se mobiliza. O presidente de um grande banco, que acaba de divulgar lucros exorbitantes, defendeu a interrupção da queda dos juros. Esta medida sim pode provocar a diminuição do crescimento econômico”, protesta.

Ele lembra que a maior parte dos economistas defendem que os juros continuem a cair no Brasil e disse que não havia motivo para pânico aqui. “Na realidade, a turma da bufunfa é incansável”, adverte Batista.

Quem é Paulo Nogueira Batista Jr.

Paulo Nogueira Batista Jr. foi assessor do ex-ministro Dilson Funaro na época do Plano Cruzado (1986), no governo Sarney, e elaborou a moratória da dívida externa decretada pelo Brasil. Alinhado ao PT, é crítico implacável do FMI e sua candidatura ao órgão foi patrocinada pelo governo brasileiro e apoiada por um grupo de pequenos países (Colômbia, Equador, Panamá, Haiti e outros) com o objetivo de provocar um racha no Fundo Monetário Internacional para tentar mudar sua forma de atuação.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.smabc.org.br.

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