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Santander terá privilégio em análise do Cade

Apesar de decisão contrária da Justiça, aspectos financeiros da fusão serão analisados apenas pelo BC

São Paulo – Com a fusão com o Real, o Santander pode tornar-se o maior banco privado do país. O Banco Central ainda está fechando os números, mas, segundo reportagem publicada nesta terça-feira no jornal Valor Econômico, o negócio dará ao Santander 63,4% dos depósitos e 60,8% do crédito no país. O banco terá 1.190 agências em São Paulo, uma rede maior do que a do Bradesco (1.105 agências), do Itaú (810) e do Banco do Brasil (770).

Os números impressionam e anunciam o nascimento de um gigante, que pode reduzir drasticamente a concorrência no mercado brasileiro, criando problemas para os clientes, para a própria economia brasileira e principalmente colocando em risco o emprego dos trabalhadores.

Até agora, o governo não estabeleceu formas de administrar tudo isso, pelo contrário. O órgão antitruste Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) analisa nesta terça, em rito sumário (procedimento mais rápido de julgamento, utilizado quando fica claro que não há riscos à concorrência), os efeitos da operação, mas apenas nos segmentos não financeiros: cartões de crédito, seguros, corretagem de títulos e gestão de recursos de terceiros. Pontos em que não há riscos de monopólio. Para tornar tudo ainda mais fácil para os bancos, o parecer a Procuradoria do Cade é favorável à operação. O mesmo ocorre com a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, que recomenda a aprovação da operação sem restrições e da Secretaria de Direito Econômico (SEA) do Ministério da Justiça.

A parte dita financeira da fusão, o que realmente interessa, será analisada apenas pelo Banco Central (BC), órgão que historicamente evita criar problemas para os bancos. Até o início de setembro, de todos os setores da economia nacional, apenas os bancos estavam livres das análises do Cade em casos de risco de truste nas fusões. Foi quando o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região deu ao Cade a mesma competência que o BC em casos de fusões e aquisições bancárias. Ou seja: acabava a mamata. Mas a desculpa dada para que o Santander continue se aproveitando do privilégio foi a data do registro da intenção do consórcio de adquirir o banco holandês: 24 de agosto.

“Isso é inaceitável. Sempre lutamos contra esse privilégio concedido exclusivamente aos bancos, que não precisavam submeter suas fusões à análise do Cade. Agora que uma decisão da Justiça derruba esta aberração, arrumam uma desculpa para que ela continue valendo”, queixa-se o presidente do Sindicato Luiz Cláudio Marcolino.

Senado – Nesta quarta, dia 10, acontece na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado uma audiência entre dirigentes sindicais e o senador Aloízio Mercadante (PT/SP). Será discutida a importância de leis que garantam o emprego em casos de fusões e incorporações.

Por Danilo Pretti Di Giorgi – 09/10/2007.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.

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