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Por 20:32 Sem categoria

Seminário pede prioridade para produtos da agricultura familiar na merenda das escolas

Recife – A comida produzida pela agricultura familiar deve ter prioridade nas merendas escolares da rede pública. A proposta consta de documento divulgado hoje (31), no encerramento do 3º Congresso Internacional de Alimentação Escolar para a América Latina, no Recife.

A sugestão será encaminhada ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo os participantes do congresso, a iniciativa, além de contribuir para a alimentação saudável, sem o risco de contaminação por agrotóxicos, ajuda a criar emprego e renda no campo.

No final do encontro, foi apresentado outro documento: a Carta do Recife. Assinada por representantes do governo, organizações não-governamentais, nutricionistas, agrônomos, professores, pesquisadores e conselheiros escolares, ela pede que a alimentação escolar seja considerada direito humano universal, capaz de ajudar na aprendizagem e no desenvolvimento dos estudantes.

O texto reúne propostas a serem encaminhadas a gestores públicos e privados do Brasil e de mais 13 países do continente, incluindo Estados Unidos, Argentina, Chile, Colômbia e Bolívia. A carta também pede a realização de uma conferência mundial sobre o assunto.

Em relação à Carta do Recife, além da extensão do fornecimento de merenda para todos os estudantes da América Latina e do Caribe, o documento pede que os programas de alimentação escolar tenham caráter pedagógico e estimulem hábitos alimentares saudáveis. Os participantes do congresso reivindicam que a educação alimentar e nutricional seja incluída no currículo escolar, tanto no ensino aos alunos como na formação dos profissionais de educação.

O documento sugere ainda que a oferta de alimento no ambiente escolar esteja associada às necessidades nutricionais de cada faixa etária e às condições de saúde dos estudantes. Para melhorar a qualidade da alimentação das crianças, o seminário apontou a necessidade de os países da América Latina e do Caribe regulamentarem a propaganda de comida destinada ao público infanto-juvenil.

Presidente da Associação Brasileira de Saúde e Alimentação Escolar (Abrae), Rosane Nascimento afirmou que diversos países, principalmente da África e da Ásia, demonstraram interesse na experiência do programa nacional de alimentação escolar, desenvolvido há 52 anos nas escolas públicas brasileiras. ”Por ter um modelo de programa bem-sucedido, que considera a alimentação escolar um direito independente da classe social, o Brasil tem contribuições importante a oferecer”, ressalta.

Segundo ela, o Brasil está aberto a fazer intercâmbio com outros países que tiveram sucesso no acompanhamento da alimentação escolar, como o Chile, onde o programa atende 63% dos estudantes e funciona com base em contratos entre o governo e empresas do setor privado.

Representante da Junta Nacional de Auxílio Escolar do Chile no evento, Gerardo Muñoz afirma que o programa chileno leva em conta a situação alimentar dos alunos. “Dependendo do nível de vulnerabilidade das crianças, é oferecida uma alimentação balanceada, de 700 a mil calorias diárias,” observou.

Sobre o programa brasileiro de alimentação escolar, que atende a 36 milhões de crianças na rede pública de ensino e somente este ano contou com investimentos de R$ 1,6 bilhão, Munõz disse que é uma iniciativa reconhecida mundialmente como “relevante e positiva”.

Por Marcia Wonghon – Repórter da Agência Brasil.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.gov.br.

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