Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, o secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa, diz que a entidade pretende obter 480 mil assinaturas para o abaixo-assinado pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários. Com um forte argumento: a mudança permitiria que os órgãos públicos federais atendessem a população 12 horas por dia.
Portal do Mundo do Trabalho: Josemilton, qual é a jornada de trabalho dos servidores federais? Há diferenças dependendo do ministério ou do órgão em que trabalham?
Josemilton: Em 90% dos casos, aproximadamente, os trabalhadores federais têm jornada de oito horas, com intervalo para almoço. Só uma pequena parte trabalha seis horas corridas. Nós defendemos que todos trabalhem seis horas, com dois turnos.
Então a campanha pela redução da jornada também é importante para o ramo dos federais.
Muito. A bandeira já faz parte de campanhas salariais que fizemos antes. Defendemos a jornada de 40 horas, com turno duplo, com o atendimento à população por 12 horas, todos os dias. Todos os órgãos públicos passariam a prestar serviço por mais tempo, trazendo melhoria do atendimento e mais conforto para os contribuintes. Além de ampliação de vagas de trabalho, um dos objetivos dessa campanha nacional pela redução da jornada sem redução de salários.
A Condsef vai realizar alguma ação específica para essa campanha?
Nossa Direção Executiva já estabeleceu como meta obter assinatura de ao menos 60% de nossa base, composta por 800 mil trabalhadores. Estamos todos empenhados nisso. Novas ações e formas de mobilização, especialmente para obter apoio da população, serão decididas em nosso Seminário de Planejamento Estratégico, que vai acontecer dias 25 e 26 de fevereiro.
Josemilton, nesta semana acontece a entrega das Convenções 151 e 158 para ratificação no Congresso Nacional. Você prevê muita resistência por parte dos parlamentares?
Por parte dos conservadores do PSDB e do DEM, é claro. Eles querem retirar o que temos, jamais ampliar direitos. Então, vamos nos organizar para o corpo-a-corpo que for necessário. A Condsef vai fazer até rodízio de dirigentes e militantes para marcar presença no Congresso, quando for preciso.
Por Isaías Dalle.
NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cut.org.br.