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Trabalhadores têm papel fundamental na retomada do crescimento do país, constata painel sobe a Agenda do Desenvolvimento

O movimento sindical tem papel fundamental na retomada do crescimento da economia brasileira e nas definições dos caminhos a serem seguidos para que esse desenvolvimento seja sustentável. Essa é, em síntese, a análise dos líderes sindicais que participaram do painel “Agenda dos Trabalhadores para o Desenvolvimento”, no Fórum Social do Mercosul, na tarde de sábado (26), na Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.

O economista Cid Cordeiro, coordenador no Paraná do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), destacou que as conquistas dos sindicatos e centrais sindicais, nos últimos anos, foram “motor” para o crescimento da economia nacional. São conquistas, explicou Cordeiro, que fizeram aumentar a renda das famílias, ampliar a geração de empregos, reduzir as taxas de juros no mercado e que levaram o país a produzir mais riquezas não só em decorrência das exportações, mas sobretudo do aquecimento do mercado interno.

O coordenador do Dieese citou a histórica luta por uma política definitiva de reajuste do salário mínimo que, finalmente, com o Governo Lula, está em vigor. “Trata-se de uma luta que começamos em 1994, quando surgiu o Plano Real. Todos os anos, nas marchas em Brasília, era aquela luta, aquela pressão sobre o Congresso, sobre o então presidente Fernando Henrique Cardoso, para garantir aumento do mínimo. Hoje, não. Graças a um acordo entre o movimento sindical e o governo federal, temos uma política assegurada, até 2011, de correção do mínimo pela inflação mais a evolução do PIB [Produto Interno Bruto]”, frisou Cordeiro.

As discussões do movimento sindical com o governo para o crédito consignado ao trabalhador e, regionalmente, no Paraná, para a criação de um piso mínimo estadual também foram lembradas pelo economista do Dieese. “O piso regional foi implantado em 2006 pelo governador Requião, foi reajustado ano passado e neste ano será de novo. Quando foi criado, o piso regional era 25% superior ao mínimo nacional; agora, será 32% superior ao mínimo nacional. São medidas práticas, negociadas pelo movimento sindical, e que estabeleceram aumento da renda, do emprego e propiciam crescimento sustentável da economia.”

A luta por crescimento econômico sustentável deve ser foco do movimento sindical na opinião do secretário da Central Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA), Rafael Freire. Mais do que batalhar por salários e garantias de emprego, os trabalhadores devem defender propostas de desenvolvimento econômico que não sejam predatórias ao meio-ambiente, aos direitos trabalhistas conquistados, à justiça social.

O movimento sindical, observou Freire, precisa de ter um posicionamento claro, firme, contra o neoliberalismo. “Outro mundo é possível e está sendo construído; construído quando dissemos não à Alca, quando elegemos governos progressistas [na América Latina]”, afirmou o integrante da CSA.

Centrais Sindicais defendem modelo de inclusão social e econômica
Fortalecer a ação sindical dentro das empresas, democratizar relações de trabalho e contribuir com a condução das políticas macroeconômicas para adequar orçamentos, ampliar o papel do servidor público e regulamentar o fluxo de capitais para acabar ou reduzir as taxas de juros, são apenas algumas pautas que compõem o pacote de medidas da Agenda dos Trabalhadores para o Desenvolvimento.

O documento foi apresentado na tarde de sábado, dia 26, durante o painel dos trabalhadores no Fórum social do Mercosul. Participaram dos debates representantes de diversas centrais sindicais brasileiras e de órgãos públicos.

A agenda tem como pressuposto a superação da dicotomia entre crescimento econômico e desenvolvimento social, de forma a garantir a inclusão de todos brasileiros como produtores e beneficiários do progresso. A organização das propostas reuniu as principais centrais sindicais brasileiras: CUT, CAT, CGT, CGTB, Força Sindical, NSCT e SDS e DIEESE.

O documento sugere diretrizes, políticas e ações voltadas para a promoção de mudanças profundas na realidade brasileira, capazes de propiciar crescimento econômico e desenvolvimento. A Agenda está organizada em quatro problemáticas: A desigualdade e concentração de renda; Desemprego e mercado de trabalho; A capacidade do Estado em promover o desenvolvimento; A democracia e a participação social.

“Para alcançarmos tais objetivos precisamos ampliar os espaços do movimento sindical com participação social e política, democratizando os meios de comunicação, fortalecendo a presença dos movimentos sociais organizados e os sentido de representação”, salientou Geraldo Serathiuk, um dos coordenadores do movimento.

As centrais pretendem ainda reorganizar a política tributária brasileira com vistas a acabar com o atual sistema que impõe uma carga expressiva de impostos aos trabalhadores e favorece, em alguns ponte, grandes empresas e multinacionais.

A idéia é garantir que as políticas públicas sejam um instrumento voltado para a promoção do desenvolvimento produtivo e social do Brasil, para a diminuição das desigualdades econômicas e sociais, a exemplo do combate a fome, ao analfabetismo, e a execução de programas de saneamento e moradia popular.

“Queremos integrar a política internacional entre os países da América Latina, com a ampla participação dos movimentos sociais e dos trabalhadores, ampliando os limites das políticas macroeconômicas, objetivando a integração dos povos”, disse Rafael Freire, da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSTA).

Fonte: www.forumsocialdomercosul.org.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cutpr.org.br.

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