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Plenária da Central Única dos Trabalhadores realizada em Maringá, definiu a delegação de representantes no evento nacional; Plenária Nacional acontece entre 05 e 08 de agosto, em São Paulo

Votações de emendas e moções marcaram o encerramento das atividades

Após os(as) delegados(as) da 12ª Plenária Estatutária da CUT Paraná se dividirem em seis grupos de trabalho para debaterem os textos base das direções estadual e nacional da Central, chegava a hora de colocar em votações no plenário as propostas de emenda e moções aos documentos. Foi essa tarefa que marcou o encerramento do evento, que contou com três dias de atividades, realizadas no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar) e em salas da UEM, entre os dias 27 e 29 de junho.

Em linhas gerais, os(as) delegados(as) referendaram os textos base e o plano de lutas propostos, mas com algumas modificações e inclusão de termos aditivos. A equipe de sistematização está trabalhando na adequação dos documentos para que em breve seja publicado o caderno de resoluções da 12ª PlenCUT-PR, inclusive com as moções aprovadas (Apoio à luta do movimento dos trabalhadores das fábricas ocupadas / Em defesa da liberdade de organização e associação sindical dos trabalhadores – repúdio à punição do dirigente Rafael Maestrovicz, do Sindipetro PR/SC, pela empresa Manserv-Montadora / Repúdio ao prefeito Fernando Ribas, de Guarapuava, pelo desrespeito aos direitos trabalhistas dos servidores(as) / Apoio ao companheiro Aparecido Bianco, ameaçado de demissão pelo prefeito de Maringá, Silvio Barros II, por participar de greve).

Na avaliação do presidente da CUT-PR, Roni Anderson Barbosa, o evento obteve resultados positivos. “Reunimos quase duzentos militantes que se propuseram a fazer um balanço da gestão para preparar as mobilizações e o plano de lutas do próximo período, envolvendo temas de abrangência estadual e nacional. Os exemplos no plano nacional são pela ratificação das convenções 151 e 158 da OIT, e também pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários. No âmbito estadual, nosso foco de atuação será na recuperação do poder aquisitivo dos trabalhadores, via campanhas salariais, e por uma política permanente de recomposição do piso regional”.

Além das votações, os participantes elegeram os(as) delegados(as) do Paraná à 12ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores, que acontece nos dias 5,6,7 e 8 de agosto, no Paço Municipal de São Bernardo do Campo, em São Paulo. No dia 04 de agosto acontece a 2ª Plenária Nacional das Mulheres da CUT, já no dia 8 será realizada Assembléia Geral dos Trabalhadores no Hotel Holiday Inn, no Parque Anhembi, em São Paulo-SP.

Confira os(as) delegados(as) do Paraná eleitos para a 12ª Plenária Nacional da CUT:

:: Titulares
Ademir Pincheski (SindiVigilantes Curitiba)
André Castelo Branco Machado (Seeb Curitiba)
Carlos Aparecido da Silva Melo (SindServ Cambé)
Diana Cristina de Abreu (Sismmac)
Éder Rossato (Sinteemar)
Márcio André Ribeiro (APP-Sindicato/Londrina)
Maria Neusa Lima de Oliveira (Sintracon Curitiba)
Neveraldo Oliboni (STR Nova Prata/Fetraf-Sul)
Odete Thomaz de Aquino (Seeb Londrina)
Otávio Dias (Seeb Curitiba)
Patrick Leandro Baptista (Sismuc)
Valdir Aparecido Mestriner (Sindiurbano-PR)

:: Suplentes
Dóris Moreira Ribas (Sitravest Curitiba)
Eliana Maria dos Santos (Seeb Londrina)
Jonas Braz (Steem/Maringá)
Mauro César Carvalho Pereira (Metalúrgicos de Ponta Grossa)

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Análises conjunturais e trabalhos em grupo são os destaques do segundo dia do evento

Os trabalhos de sábado (28) da 12ª Plenária Estatutária da CUT Paraná (PlenCUT-PR) começaram com análises das conjunturas internacional, nacional, estadual e econômica. Quintino Severo, secretário-geral da CUT Nacional, fez a análise nos contextos internacional e nacional. Na conjuntura mundial, Severo destacou três fatores importantes da atualidade: o cenário europeu, a crise imobiliária e as eleições dos Estados Unidos. “O pleito para escolher o próximo presidente norte-americano, polarizadas no republicano John Mcain e no democrata Barack Obama, traz preocupações. Se o vencedor for Mcain, teremos a continuidade da política de terror do governo Bush, inclusive com a retomada dos debates em torno da ALCA. Caso Obama vença, será menos ruim para o Brasil e o mundo. No entanto, representa uma nova relação com os países da América Latina. De todo modo, a tendência é que o próximo governo dos EUA se volta para a política interna, de protecionismo”.

Na análise nacional, Quintino fez um resgate a partir da década de 70. “Foram anos de ascensão do movimento sindical e onde houve importantes conquistas para os trabalhadores brasileiros, com a retomada da democracia. Entidades com a UNE, UBES e CUT começaram a se consolidar. Muitas conquistas não foram alcançadas, mas imprimiram diversos avanços, tornando-se um período importante de luta. Na década seguinte, a quase eleição de Lula mudou os ânimos e ampliou a busca por direitos. Porém, a conjuntura internacional, com a vitória do neoliberalismo na União Soviética, trouxe um período onde o Estado se figurou como um vilão. Essa visão enfraqueceu o aparelho da União, com a onda de privatizações. O movimento sindical, por sua vez, entrou num período de descenso das lutas. No último período tivemos a recuperação das políticas de Estado, com as empresas estatais se fortalecendo e colocando um fim nas privatizações. A eleição de Lula trouxe novas condições de organização social. Voltamos a obter o crescimento econômico, com aumento do crédito, e novas políticas públicas, como o Bolsa Família e outros programas sociais; além, é claro, da política de valorização permanente do salário mínimo e os ganhos reais conquistados pela maioria das categorias de trabalhadores”.

No âmbito da CUT, Severo destacou que a Central tem procurado o governo para discutir a necessidade da retomada da produção e a geração de empregos de qualidade, com os trabalhadores consumindo o que produzem. “Só assim se conseguirá conter a inflação”, afirmou. O secretário-geral também disse que a CUT tem quatro eixos de luta para o período. São eles: 1) melhoria das condições do trabalho, como a implementação da Convenção 158 da OIT; 2) Projeto de Desenvolvimento Nacional, ao inverso do PAC, que é apenas um programa de desenvolvimento; 3) ampliação das relações internacionais, pois na nova situação das centrais sindicais, a CUT é uma das principais do mundo e tem que disputar a hegemonia; 4) fortalecer o projeto político, com a retomada das oposições, consolidação dos sindicatos e também a disputa de espaço com outras centrais.

:: Conjuntura Estadual
A análise sobre o Paraná ficou por conta do presidente da CUT-PR, o trabalhador petroleiro Roni Anderson Barbosa, que logo de início criticou a concentração de renda. “86% de tudo que é produzido no mundo é consumido por apenas 20% da população”. Em seguida, abordou o governo Lerner. “Collor e FHC afirmavam que era necessário acumular para depois distribuir. No Paraná, o governo Lerner foi no mesmo caminho. Privatizou estradas e trouxe empresas transnacionais para o Estado. Perdemos empresas importantes, como o Banestado. Seguindo a cartilha neoliberal, os conflitos no campo durante a gestão Lerner aumentaram, inclusive com o assassinato de lideranças dos movimentos sociais. A forma de resistência que os movimentos encontraram foi organizar o Fórum de Luta por Trabalho, Terra, Cidadania e Soberania. Em 2002, finalmente veio a reviravolta, com a eleição de Lula para presidente e de Requião para governador. Assim, o estado voltou a se fortalecer, com a retomada de algumas estatais, como a Ferroeste e a Sanepar. Também tivemos a implantação de programas sociais, que foi importante para estabelecer as diferenças entre os governos Lerner e Requião. Por outro lado, o governo do peemedebista se caracterizou por alguns enfrentamentos com os movimentos, como a interferência na liberdade de organização sindical na APP e a guerra deflagrada contra as 30 horas dos trabalhadores da saúde. Esses ataques, somados com o conflito permanente com a imprensa, especialmente com o Grupo RPC (Retransmissor da Globo no Paraná), e seu caráter autoritário e arrogante quase comprometeram sua reeleição. Na disputa com Osmar Dias, diferença de apenas 10 mil votos. Uma constatação é que a política paranaense continua sendo regida por caciques políticos, que se revezam no poder há mais de três décadas”.

Barbosa também expôs que o governo Requião tem problemas de relacionamento com os movimentos sociais, mas, ao mesmo tempo, está no campo progressista quando se trata de política internacional, se posicionando ao lado de líderes de esquerda como Chávez, Morales e Lugo.

:: Conjuntura Econômica
A análise sobre o campo conjuntural econômico foi abordada pelo economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) Sandro Silva. Ele também fez um resgate dos anos 80 e 90, mas com foco na economia. “Essas duas décadas foram negativas para os trabalhadores, em função da predominância do neoliberalismo. Ao contrário dos anos 80, onde ainda havia uma ascensão das lutas, nos anos 90 houve descenso. O Produto Interno Bruto de 95 a 2003 apresentou crescimento pífio da economia, com minúsculas taxas de emprego. Só a partir de 2003 começa a retomada do crescimento, ainda sob reflexos do cenário anterior. A primeira retomada positiva foi em 2004, quando foi registrada a primeira melhora efetiva da economia desde 1995. De 2004 até setembro de 2007, a taxa básica de juros (Selic) despencou de 19,5% para 13,25% ano. A tendência é fechar 2008 em 14,25%. Assim, estamos indo à contramão do que acontece nos EUA, de onde surgiu a crise econômica atual. Lá os juros caem, aqui no Brasil a opção é pelo aumento da taxa”, afirmou Silva.

O economista ainda apresentou dados sobre o volume de crédito, que desde 2004 até maio de 2008 fechou em 33%, com um aumento considerável. Sobre a inflação, Silva disse que o fenômeno vem ocorrendo desde o final do ano passado e há uma atuação muito grande do mercado sobre as commodities, caracterizando essa onda de inflação simplesmente como especulativa. “Ela é fruto da questão dos alimentos. Se fizéssemos um balanço que desconsiderasse a alimentação, teríamos uma taxa abaixo de 2% neste ano. O que acontece é um aumento pontual e não generalizado”, ponderou.

No campo da geração de emprego, Silva observou que 2004 foi o melhor ano, com queda em 2005 e pequena melhora em 2006. Já sobre a produção industrial, o economista afirmou que há crescimento constante desde 2004, acompanhado pelas vendas no comércio. “O crescimento do PIB propiciou bons acordos salariais para a maioria das categorias, conforme estudo do Dieese. Porém, a nova tendência de mercado aponta para uma queda, na seqüência, dos ganhos reais”, finalizou.

:: Trabalhos em Grupo
Durante toda a tarde e até um pedaço da noite de sábado (28), os cerca de duzentos delegados da 12ª PlenCUT-PR se dividiram em seis grupos de trabalho para debater os textos base das direções nacional e estadual da CUT, bem como o plano de lutas para o próximo período.

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Memórias de lutas e comoção na abertura da 12ª PlenCUT-PR

A solenidade de abertura da XII Plenária Estatutária da CUT-PR ficou marcada por lembranças das lutas compartilhadas ao longo da história do movimento sindical Cutista paranaense e também pela homenagem prestada ao companheiro José Donizetti Viana, o Dodô, que estava à frente da secretaria de organização da Central no estado e faleceu no último dia 26 de janeiro.

A XII PlenCUT-PR foi realizada no último final de semana, de 27 a 29 de junho, em Maringá. A abertura aconteceu no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Sinteemar) e contou com a apresentação do Grupo Abaecatu. Formado por professores e funcionários da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o Abaecatu interpretou clássicos da música popular brasileira, intercalados com poesias declamadas por Marcia, membro do grupo e professora da UEM.

Após o momento cultural, os delegados realizaram a leitura e aprovação do regimento interno da Plenária. Logo em seguida foi composta a mesa de abertura para a saudação inicial. Gustavo Erwin ‘Red’, da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS-PR), abriu as falas com a leitura do manifesto do Comitê pela Cidadania e Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais. O documento faz uma análise acerca da violência com que as manifestações populares são tratadas no Paraná, Rio Grande do Sul e também no âmbito nacional. Destaque para os assassinatos de Eli Dallemole e Keno, lideranças do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra que foram covardemente atacadas por milícias do latifúndio, entre outros episódios que mostram o processo de criminalização da luta popular.

O presidente do Sinteemar, Éder Rossato, ressaltou a volta da entidade para a CUT, após seis anos de afastamento ocasionado por gestões passadas, e também afirmou que a Direção Sindical está muito feliz em receber os companheiros Cutistas de todo estado em sua sede.

Já o presidente do Partido dos Trabalhadores de Maringá, Marino Gonçalves, destacou o bom momento conjuntural que o país atravessa, com crescimento econômico e geração de empregos. “Portanto, agora é a hora de irmos para cima, mobilizados, para obtermos novas conquistas para a classe trabalhadora. Que essa Plenária seja um vendaval de idéias para mudar nossas vidas”.

A Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-PR, Eliana Maria dos Santos, lembrou dos 20 anos de atuação do coletivo estadual de gênero no estado. “Nós, mulheres, ainda temos que conquistar mais espaço, mesmo dentro da nossa Central. As cotas de gênero nas direções sindicais, por exemplo, devem deixar de ser uma orientação dentro do Estatuto da CUT e passar a ser uma obrigação”.

Único parlamentar presente no evento, Tadeu Veneri, deputado estadual pelo PT, citou a passagem do 80º aniversário natalício de Ernesto Che Guevara, no dia 14 de junho, e também lembrou que o último século foi o período no qual a população mais saiu às ruas para lutar. Contestou a presença de tropas militares brasileiras no Haiti e a violência com que o exército vem agindo naquele país. Veneri também disse que os movimentos sociais enfrentam uma fase difícil. “Ao mesmo tempo que nós, trabalhadores, obtemos algumas vitórias, a direita se organiza com grande facilidade e consegue seus objetivos numa velocidade muito maior”.

O representante do Governo do Paraná e assessor da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social (SETP), Edson Luiz da Cruz, apontou que, mesmo tendo um cenário favorável dentro do Executivo paranaense, as organizações dos movimentos sociais e sindical devem fazer o enfrentamento e pressionar Poder Público a fim de construir políticas públicas mais eficazes aos trabalhadores do mercado formal e informal. “Por isso que nós, que estamos dentro do governo, precisamos dos trabalhadores mobilizados para avançar nas conquistas”.

Roni Anderson Barbosa, presidente da CUT-PR, deu ênfase aos desafios que os sindicalistas têm nesse período. “A disputa está colocada. O Congresso Nacional por várias vezes faz ataques aos trabalhadores, sinalizando com a possibilidade de retirada de direitos. Um exemplo disso foi a fatídica emenda 3. No âmbito estadual, também vivemos momentos de contraditoriedade. No dia 28 de maio deste ano realizamos manifestações pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e fomos reprimidos com ações violentas das forças policiais. Isso aconteceu em pleno governo aliado. É, no mínimo, uma enorme contradição”. “Nossa tarefa é lutar para mudar a realidade, e estamos esquecendo de fazer esse debate. Temos que estabelecer lutas conjuntas e estratégias para combater a ofensiva da direita”, completou.

O secretário-geral da CUT Nacional, Quintino Severo, aproveitou o gancho da exposição de Barbosa e disse que a 12ª Plenárias estaduais e Nacional da Central acontecem num momento ímpar. “A conjuntura brasileira continua com a disputa de dois projetos de nação bem distintos. O primeiro é aquele das privatizações, do estado mínimo e da retirada de direitos da classe trabalhadora. Já o segundo é o projeto popular, daqueles que querem continuar a construir a democracia e a melhoria de vida para todos os brasileiros. Temos que ter clareza disso nos nossos debates para poder fazer o enfrentamento às forças reacionárias e retomar a valorização do trabalho no Brasil e na América Latina”.

:: Homenagem ao camarada Dodô
Após a saudação dos componentes da mesa, o secretário-geral da CUT-PR, Ademir Pincheski, iniciou a homenagem ao companheiro José Donizetti Viana, o Dodô. Um vídeo com momentos marcantes da trajetória de luta do camarada foi exibido aos participantes da 12ª PlenCUT-PR. Em seguida, Ademir entregou uma cópia do vídeo e um arranjo de flores aos familiares de Dodô presentes no evento: sua companheira Edna R. Viana e seu filho Paulo André Viana. Muito emocionada, Edna disse para nunca esquecermos de Dodô, pois sua vida foi dedicada à luta em defesa dos trabalhadores.

Foi um momento de muita comoção. Novos e históricos companheiros de Dodô não conseguiram conter as lágrimas e gritaram a tradicional saudação: José Donizetti Viana, Dodô: PRESENTE!

NOTÍCIAS COLHIAS NO SÍTIO www.cutpr.org.br.

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