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Imprensa estrangeira, ao contrário da brasileira, destaca papel estratégico do pré-sal

Ao contrário da maior parte da mídia brasileira, que atribuiu um viés estatizante nas regras do pré-sal enviadas ao Congresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a imprensa estrangeira enfatizou a importância das mudanças para garantir a independência do País e a implementação de ações de combate à pobreza.

O jornal britânico The Guardian relata em sua reportagem desta terça-feira que Lula “prometeu injetar bilhões de petrodólares na guerra contra a pobreza após as maiores descobertas de petróleo da década”. E acrescenta que a nova legislação permitirá que os lucros sejam usados para “cuidar” da educação e da pobreza de uma vez por todas”

O The Guardian comenta que a descoberta dos novos campos de petróleo a partir de novembro de 2007 levaram o Brasil a suspender os leilões de concessão de novos blocos para a exploração de petróleo “para dar ao governo uma parcela maior dos lucros”. Ao mesmo tempo, afirma que as companhias petrolíferas do mundo reagiram de forma “nervosa” ao anúncio do marco regulatório.

O Wall Street Journal realçou as promessas de riqueza e desenvolvimento feitas por Lula, mas afirma que o País terá que superar as dificuldades encontradas por gerações de governantes sul-americanos: “transformar a riqueza de vastos recursos naturais em uma máquina de desenvolvimento”. “O Brasil, com alguns dos maiores estoques do mundo de minério de ferro e prata, tem uma das maiores diferenças entre os ricos e os pobres”, diz a reportagem.

Já o The New York Times enfatizou a “mudança nacionalista” do País, que fortalece a atuação estatal da Petrobras na exploração da camada. “O governo brasileiro propôs mudanças às leis existentes na segunda-feira para dar o papel principal no desenvolvimento das reservas-chave de petróleo em águas profundas para a gigante estatal da energia, a Petrobras, em detrimento das rivais estrangeiras”, observa o diário.

“O novo marco regulatório do País representa uma virada nacionalista para o Brasil”, diz a reportagem, que comenta que os campos descobertos nos últimos dois anos podem transformar o Brasil em uma grande potência mundial de energia.

Para o deputado Fernando Ferro (PT-PE), a imprensa estrangeira tem tratado o pré-sal com muito mais serenidade que a brasileira. “Os estrangeiros têm destacado a importância do pré-sal para o Brasil e a indústria petrolífera mundial, comemorando a conquista, ao contrário de setores da mídia nacional, que tratam o assunto de forma equivocada e distorcida”.

Ferro questiona a midia brasileira por qualificar a proposta do novo marco regulatório como estatista e nacionalista, numa cobertura com viés superado. “Essa mesma imprensa esquece que o governo dos EUA, a meca do capitalismo, comprou a General Motors e metade do Citybank”. Ele frisou que o novo marco garante a soberania e os interesses nacionais e assegura recursos para combater a pobreza, melhorar a educação e aprimorar a ciência, tecnologia. “Tudo sem romper com os contratos vigentes até agora”.

Por Equipe Informes, com agências.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.informes.org.br.

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Uma imprensa antidemocrática
28/08/2009 15:15:45

A imprensa brasileira tem sido adversária histórica das instituições representativas do País.”

Essa frase, um dos mais duros veredictos já feitos sobre a imprensa brasileira, é de Wanderley Guilherme dos Santos, professor aposentado de teoria política da UFRJ, fundador do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj) da Universidade Candido Mendes, e consagrado pela Universidade Autônoma do México, em 2005, um dos cinco mais importantes cientistas políticos da América Latina.

Ela é parte do começo de uma conversa em torno da histórica tendência golpista da imprensa brasileira, que começa assim: “Com o fim da Segunda Guerra Mundial terminou também o Estado Novo brasileiro, ditadura civil que se iniciara em 1937. No mundo todo, mas em particular no Brasil, as elites políticas tradicionais se viram acompanhadas por um eleitorado em torno de 7 milhões, mais de dez vezes superior ao da Primeira República, e um movimento sindical legalizado e participante de algumas estruturas estatais, como os institutos de pensões e aposentadorias dos trabalhadores urbanos”.

Segundo ele, a imprensa brasileira “sem embargo da retórica democrática”, tornou-se a principal adversária das instituições representativas.

“A exemplo de toda a imprensa, denominada grande, latino-americana, “jamais hesitou em apoiar todas as tentativas de golpe de Estado, quando estas significavam a derrubada de presidentes populares ou o fechamento de congressos de inclinação mais democrática”, denuncia Wanderley Guilherme.

“No Brasil – prossegue –, não existe um só jornal de grande circulação que se posicione a favor dos respectivos congressos nacionais, nas esparsas ocasiões em que estes parecem funcionar.”

Por outro lado, ele anota que “toda vez que a direita recrudesce nas urnas, sempre encontra a simpatia midiática”.

“No Brasil, o único período em que o governo contou com o respaldo de algum jornal de certa respeitabilidade foi durante o segundo governo Vargas, com a Última Hora. Não houve um único jornal popular, de grande circulação no Brasil, durante esse período”, diz Wanderley Guilherme.

Última Hora também foi o único reduto jornalístico contra o golpe de 1964, que toda a mídia apoiou. Sem qualquer constrangimento.

Conceitualmente, ele lembra, a imprensa, além de ser um instrumento de difusão de informação e análise, é um ator político “na medida em que forma opinião, agenda demandas e que, eventualmente, beneficia ou cria obstáculos para governos”.

Wanderley Guilherme comenta: “A imprensa brasileira exerce, e tem todo o direito, de ter opinião e preferências políticas. No Brasil, no entanto, ela diz que apenas retrata a realidade. É falso. Há muito da realidade que não está na imprensa e há muito do que está na imprensa que não está na realidade”.

Não é novidade no mundo democrático. Novidade, como explica Wanderley Guilherme, é presumir e passar a impressão de que isso não acontece.

“A imprensa brasileira não tolera a ideia de governos independentes, autônomos em relação às suas campanhas. Isso implica um caminho de duas mãos. Significa que ela terá de sobreviver sem os governos. Então, é preciso que os governos precisem dela”, conclui.

É um retrato do momento que o Brasil atravessa no alvorecer do século XXI.

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ANDANTE MOSSO

Herança maldita

Como o mais provável adversário de Dilma, o governador José Serra fatura a imagem de bom administrador.
Mas a herança é o “calcanhar de aquiles” do tucano.
O eleitor condena o vínculo umbilical que ele tem com FHC.

Retrato em branco e preto

A equipe da pré-campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff trabalha pesado para conhecer exatamente o que os eleitores pensam dela até agora.
Pesquisas qualitativas, realizadas após a exibição de vídeos, mostram que se sobressaem duas visões até agora: a mulher vista como “antipática e arrogante” e, ao mesmo tempo, “técnica, racional e competente”. Não colou a imagem de “mentirosa” que a oposição queira aplicar nela.

Dilma avança

A ministra Dilma Rousseff virou a tendência eleitoral em Pernambuco.
Ela tem 35% das intenções de voto, em situação de empate com o governador José Serra, que tem 34%, segundo pesquisa do Instituto Maurício de Nassau, feita entre os dias 11 e 14 de agosto, com margem de erro de 2,3%.

O caso tucano

As duas vagas para o Senado, em Pernambuco, parece que já têm dono.
O petista João Paulo, prefeito do Recife, tem 31% para a primeira vaga e o senador Marco Maciel, tem 18% para a segunda.
O senador tucano Sérgio Guerra está em situação eleitoral desesperadora.

Cara e coroa

O senador José Agripino Maia (DEM-RN) sairá de licença em janeiro.
Assumirá o suplente José Bezerra Júnior, uma flor do que há de pior no jardim da elite nordestina. Ximbica, como é conhecido, tem no currículo uma exibição de preconceito contra o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
“Minha família tem 250 anos de tradição na pecuária desse país e hoje chega um maconheiro, travestido de ministro, vestido como gay para chamar os criadores de vigaristas e marginais.”
Está registrado nos anais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

Reeleição

Pesquisa Ibope mostra que a gestão de Wadih Damous na presidência da OAB do estado do Rio tem aceitação recorde.
Ouvidos 400 advogados nos dias 5, 6 e 7 de agosto, ele obteve um porcentual de aprovação para fazer ciúmes até em Lula: 88%.
Segundo a pesquisa, 71% dos advogados pensam em votar em Wadih, que é candidato à reeleição no pleito marcado para novembro.

Aparelhamento tucano

Celso Lafer, Horácio Lafer Piva e Yoshiaki Nakano foram reconduzidos para um mandato de mais seis anos no Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Um flagrante de aparelhamento?
Não. São homens da confiança pessoal e política do governador José Serra, que os nomeou. Aparelhamento só ocorre quando a indicação é feita pelo presidente Lula.
Para a direita, essa é uma praga que só ataca administrações progressistas.

Palanque desfeito

A direita fez o primeiro disparo contra Marina Silva.
Para o ex-prefeito carioca Cesar Maia, ela fez um “cálculo diabólico” ao sair do PT. “Espertamente, escolheu o dia, a sustentação de Sarney. Mas seria hipocrisia destacar a questão ética para sua decisão”, escreveu ele no ex-Blog.
Não se “leu, viu ou ouviu” indignação dela no chamado mensalão, ironizou.
Explica-se: no PV, Marina pode melar o acordo de Maia com o deputado Fernando Gabeira, que incluía um palanque para o candidato tucano em 2010, no Rio.

Laços potiguares

Não é só Alexandre Firmino, marido de Lina Veira, o único a ter ligações com a oposição.
Renata, filha da ex-secretária da Receita, é sócia de Larissa, filha da senadora Rosalba Ciarlini, do DEM-RN.
São donas da marca Lore, especializada em joias, segundo informação no blog do jornalista Ailton Medeiros (www.ailtonmedeiros.com.br).
Dona Lina, no Senado, fingiu que mal conhecia esse pessoal.

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Anistia

A tortura não acabou

A Lei da Anistia faz 30 anos. Negociada, no ocaso da ditadura, o custo da pacificação política alcançada atingiu o objetivo, mas, depois dela, baixou uma cortina de silêncio sobre a continuidade da prática de tortura no País.
Dos ofendidos de agora, cidadãos do Brasil de baixo, raramente encontram apoio. Prova isso o ofício 120/2008, de maio, da procuradora da República em Tabatinga (AM), Rhayssa Sanches, ao tenente-coronel Afrânio Franco Filho, comandante do 8º Batalhão de Infantaria de Selva.
“… há recrutas sendo afetados em suas incolumidades físicas através de tapas, cotoveladas e empurrões…”, anota a procuradora. Ela pede providências “para que cessem, de maneira definitiva, quaisquer atos atentatórios à integridade física de militares em situação de instrução, uma vez que tais atos desencadeiam em responsabilidades cíveis, administrativas e criminais, podendo, além de penalidades judiciais individuais, acarretar prejuízo aos cofres públicos federais por ações judiciais intentadas pelos ofendidos”.
Diante de crime de tortura, inafiançável e imprescritível, em vez de abrir investigação ela se omite preocupada com prováveis danos aos cofres públicos. Sem dúvida, serviria melhor no Banco Central onde é grande a preocupação com o déficit primário. Êta, Brasil.

Por Mauricio Dias.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.cartacapital.com.br.

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