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Mais da metade dos empreendimentos solidários não tem acesso a crédito

O Brasil avançou na concessão de créditos a empreendimentos solidários, mas nem de longe atende à demanda. A avaliação é de Paul Singer, secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego. Ele participou, nesta sexta-feira (30), em São Paulo, de seminário sobre os desafios do financiamento para este tipo de empreendimentos. Segundo ele, embora os bancos públicos tenham aberto linhas específicas de crédito para a economia solidária, 50% das demandas ainda não são atendidas.

“Os pequenos empreendimentos precisam de microcrédito e o sistema financeiro considera este tipo de financiamento como prejuízo”, analisou Singer. “Os bancos privados enxergam o dinheiro para empreendimentos solidários só como caridade”, destacou. A alternativa seria o fortalecimento das cooperativas de crédito, capazes de atender a maior parte das demandas dos empreendedores.

O seminário desta sexta integra a programação do Conexão Solidária – 1º Mostra Nacional de Comercialização de Produtos e Serviços da Economia Solidária. O Conexão é promovido pela Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS) da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e será encerrado neste sábado (31), no Centro de Exposições Imigrantes.

Participaram ainda Paulo Odair Frazão, gerente da Diretoria de Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil; Guilherme Castanho Montoro, gerente da área social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Pablo Mancini, diretor do Sistema de Cooperativas de Crédito Rural; Arnaldo Liberato da Silva, diretor da Associação Nacional dos Trabalhadores e Empresas de Autogestão e Participação Acionária (Anteag); e Ângela Schwengber, do Departamento Sindical de Estudos e Estatísticas Sócio Econômicas (Dieese).

Foi consenso na mesa de que há ainda muitos desafios a serem vencidos e que ações articuladas através de cooperativas de crédito ou centrais de cooperativas de produção pode gerar um circuito de circulação de riquezas e aumento de consumo.

“O Brasil está atrasado na criação de sistemas solidários de financiamento, como cooperativas”, disse Singer. “Este atraso é decorrente da hostilidade que governos anteriores – desde o regime militar – tiveram em relação a este tipo de cooperativismo. Hoje, o país tem cerca de 1.500 cooperativas de crédito, mas é preciso 10 vezes mais”, destacou.

Ele reconhece, porém, que instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste se abriram para este novo setor da economia. “O Banco Central também mudou. E um exemplo é a que ele realizará, em novembro, o 1º Fórum Nacional de Inclusão Financeira”, revelou Paul Singer.

Por: Solange do Espírito Santo, especial para a Rede Brasil Atual. Publicado em 30/10/2009, 18:23.

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Do algodão à venda de roupas, Justa Trama é referência de rede de empreendimentos

No total, mais de mil trabalhadores estão envolvidos no processo. Previsão é de 12 toneladas de produção em 2009

Fortalecer os empreendimentos por meio de redes e cadeias produtivas tem sido a alternativa de várias cooperativas para escoar a produção e obter créditos. É o caso de apicultores, de cajucultores e também da Justa Trama, rede da qual participam trabalhadores organizados em empreendimentos de agricultura familiar, fiadores, tecedores, costureiras, coletores e beneficiadores de sementes.

Com estande montado no Conexão Solidária – 1º Mostra Nacional de Comercialização de Produtos e Serviços da Economia Solidária, realizada desde quarta-feira (28) até este sábado (31), em São Paulo, os representantes da Justa Trama mostram algumas peças de sua produção.

São camisetas, camisas, vestidos, chinelos e brinquedos de algodão ecológico, comercializados em todo o país e que também começam a ganhar o mercado externo. Quando se uniram, em 2006, a produção era de duas toneladas ao ano. Para 2009, a previsão é de que se alcance a marca de 12 toneladas.

No total, mais de mil trabalhadores estão envolvidos no processo. No início da cadeia, estão os agricultores familiares reunidos na Associação de Desenvolvimento Educacional e Cultural de Tauá. Eles cultivam o algodão, sem agrotóxicos, em nove cidades do Ceará.

De lá, a matéria-prima segue para a Coopertêxtil – empresa autogestionária em Pará de Minas (MG) – responsável pela fiação e tecelagem. As roupas são confeccionadas na Coopstilus, em Santo André (SP), com roupas infantis, na Cooperativa Fio Nobre, em Itajaí (SC), com roupas artesanais, e na Cooperativa Univens, em Porto Alegre (RS), com roupas em série.

Para completar o processo, botões e acessórios são confeccionados pela Cooperativa Açaí, em Porto Velho (RO), com sementes da Amazônia que agregam valor às roupas.

O nascimento da Justa Trama aconteceu no Fórum Social Mundial de 2005, em Porto Alegre. Mas a formalização veio apenas no ano seguinte. O presidente da Fio Nobre, Ismael Eurico Souza, disse que a união na Justa Trama foi fundamental para a abertura de mercados. Hoje, além de vendas pela internet, há lojas em cada estado onde há uma das cooperativas.

“Fazemos negócios também em feiras e exposições. A Justa Trama foi a porta de entrada para o mercado nacional e também internacional. Nossos produtos são vendidos na Itália e na Espanha, através de parceiros de economia solidária. E agora temos também estilistas para desenhar as peças”, contou Ismael.

Ela destaca o que considera fundamental neste processo: “Houve um crescimento dos cooperados enquanto seres humanos, que agora não temem em se desafiar diariamente para mostrar a sua capacidade”.
Conexão

O Conexão Solidária, encerra-se neste sábado (31), no Centro de Exposições Imigrantes. Ao todo, a feira apresenta a produção de 170 empreendimentos solidários de todo o país. A Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), durante todos os dias do evento, promoveu debates, seminários e oficinas, além de rodadas de negócio entre empresários e empreendedores.

“Estamos contribuindo para que os empreendimentos possam comercializar seus produtos em maior escala, atingindo os mercados de maior consumo, como o do Sudeste”, ressaltou Ari Arolaldo do Nascimento, coordenador geral da Agência, que deverá inaugurar, em breve, uma central permanente de comercialização, em São Paulo.

Por: Solange do Espírito Santo, especial para a Rede Brasil Atual.
Publicado em 30/10/2009, 18:59.

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Economia solidária: outra forma de produzir é possível

São Paulo – Percorrer os estandes do Conexão Solidária – 1ª Mostra Nacional de Comercialização de Produtos e Serviços da Economia Solidária é constatar que outra forma de produzir é possível. A exposição, que está acontecendo em São Paulo desde quarta-feira (28) e segue até sábado (31), revela o potencial criativo do trabalhador em várias áreas: das rendas e bordados; da cestaria e da cerâmica; de roupas e acessórios; a fogões a lenha, panelas e peças e maquinários industriais.

Entre os expositores, há convicção de que o caminho da economia solidária é o correto. Há a consciência de se produzir respeitando o meio ambiente e os parceiros de empreitada. E há a esperança de conseguir fazer com que o seu trabalho “ganhe o mundo” e possa ser comercializado em larga escala.

Lado a lado na feira – que acontece no Centro de Exposições Imigrantes – chamam a atenção os estandes da Associação Arts-Fish de Mundo Novo (Mato Grosso do Sul) e da Copescarte (Cooperativa das Trabalhadoras Autônomas da Pesca e Acessórios Artesanais), de Antonina (litoral do Paraná). Ambos produzem bolsas, cintos e acessórios feitos com couro de peixe.

Amália dos Santos Correia, da Arts-Fish, conta que a Associação nasceu em 2005, por iniciativa das mulheres de trabalhadores de outra cooperativa, de piscicultores da cidade. Donas-de-casa que ajudavam os maridos na limpeza e no corte em filé das tilápias, tiveram a idéia de aproveitar o couro para produzir peças artesanais. “Fizemos cursos, com apoio da prefeitura e da Secretaria Especial da Pesca, e a nossa cabeça abriu”, garante Amália, mostrando as bolsas, carteiras, chaveiros e outros acessórios produzidos pela Associação.

Com a Copescarte, a idéia de usar o couro de peixes do mar surgiu em função das dificuldades diárias que as mulheres enfrentam. São 21 “marisqueiras”, que tentavam sobreviver “catando” siris. “Mas o mercado paga apenas R$ 2 por quilo da carne. E para conseguir um quilo, é preciso de 80 siris”, conta a presidente da cooperativa, a amazonense Leocília Silva. Ela, que é bióloga, foi para o Paraná para fazer curso de mestrado. E desenvolveu técnica para o curtimento de peles marinhas. “Me encantei com a cidade de Antonina, resolvi ficar e me unir às marisqueiras para criar a cooperativa”, diz. A Copescarte, além de produtos com o couro, produz também peças com escamas, como flores, brincos e quadros.

As representantes dos dois empreendimentos revelam, porém, a dificuldade comum: comercializar os produtos. Ambas dizem que feiras nacionais de artesanato têm sido a única oportunidade para vender mais, porque nas duas cidades não há consumidores para seus produtos. E depositam no Conexão Solidária a esperança de poder ganhar mercados mais permanentes para o escoamento de sua produção.

O Conexão é promovido pela Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS) da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O evento, que é aberto ao público, teve início na quarta-feira (28) e segue até sábado (31), no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Além da exposição dos empreendedores, a ADS está promovendo no evento rodadas de negócios entre empresários e empreendedores, além de seminários e oficinas para debater o incremento da economia solidária.

A partir do Conexão, a ADS vai colocar em prática um antigo projeto: o de viabilizar uma central permanente de comercialização dos empreendimentos solidários. O prédio para abrigar a central, em São Paulo, já foi adquirido e passa por reformas. Ainda não há data para a sua inauguração.

Mais informações sobre o evento podem ser acessadas no sítio do evento http://www.mostraconexaosolidaria.org/.

Por: Solange do Espírito Santo, especial para a Rede Brasil Atual. Publicado em 29/10/2009, 18:20. Última atualização em 30/10/2009, 19:00

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.redebrasilatual.com.br.

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