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Por 19:25 Sem categoria

Comparações inevitáveis

Nas campanhas eleitorais só não ocorrem comparações quando elas são realizadas na Lua. A discussão sobre esse assunto pautada por setores da imprensa é, portanto, bizantina. Se mais não fosse porque quem traça a tática e a estratégia de cada candidatura é o partido e a aliança que a sustenta.

Seria, com efeito, absolutamente esquisito se a tática da candidatura do PT fosse ditada por FHC ou por alguns de seus muitos aliados nos meios de comunicação. A campanha da ministra Dilma Roussef declina gentilmente das contribuições provenientes do campo da direita, inclusive porque ela dispõe de um acervo de realizações e de elaborações mais que suficientes para a construção de um discurso sólido. Ao contrário das viúvas do Consenso de Washington, que depois da queda do muro de Wall Street ainda hoje estão ao desamparo e sujeitos a surtos de desatino.

Embora a comparação entre os governos FHC e Lula seja imensamente favorável a Lula, esse certamente não será o único tema a ser abordado pela campanha do PT e de seus aliados. É claro, no entanto, que nem FHC, nem seus aliados na imprensa dispõem de força suficiente para calar a militância do PT e dos partidos aliados sobre este ou sobre qualquer outro assunto.

Evidente que artigos e declarações de FHC contendo ataques ao governo, ao presidente Lula, à ministra Dilma, ao governo e ao PT contribuem para viabilizar nossa tática de dar à eleição um caráter plebiscitário e serve também para colocar na pauta a lembrança do desastre que foi o governo FHC. O PT agradece a contribuição involuntária de FHC. Mas não deixa de perceber que ele é secundado por velhos coronéis que proferem grosserias reveladoras de seu DNA.

Mas quem certamente fica constrangido com as intervenções de FHC é José Serra que, agora, como em 2002, não quer assumir o legado de cinzas de seu amigo e tampouco quer confronto com a imensa popularidade do presidente Lula. Isso é compreensível, pois José Serra é candidato a Presidente da República e FHC é candidato apenas a salvar sua combalida biografia.

O PT e seus aliados seguirão em frente, articulando suas alianças com outros partidos e com os movimentos sociais, debatendo projetos gerais e setoriais e mobilizando as diferentes militâncias para começar a campanha pela eleição de Dilma Presidente da República.

O PT certamente não terá dificuldade em defender o governo Lula, um governo que retomou o crescimento econômico, com inclusão social em larga escala, com inflação sob controle, expansão da oferta de emprego, eliminação da dívida externa e redução substancial da relação dívida pública/PIB.

Para cumprir esta tarefa, o PT e seus aliados contarão com a ajuda da maioria do povo brasileiro que identifica no governo Lula o responsável pela melhoria de sua qualidade de vida, na elevação de nossa auto-estima e na ampliação da projeção internacional do país, como potência emergente, pacífica, próspera e independente.

Mas o partido pode muito bem tratar de outros assuntos, dos investimentos do PAC à defesa do Bolsa Família, passando por outros programas como a ampliação do Pronaf, o Luz para Todos, o Pró-Uni, entre outros.

O PT pode debater qualquer questão da política externa de pés descalços dos tucanos à política externa independente do governo Lula. Da Copa do Mundo de 2014, às Olimpíadas do Rio de Janeiro, de 2016, sem recusar temas tão caros aos tucanos e a seus aliados como a gripe suína, ou os alagões da Vila Romana, o Katrina de José Serra.

Por Fernando Ferro, que é deputado federal (PT-PE), líder do partido na Câmara. Artigo publicado originalmente no Jornal do Brasil , edição de 28-2-2010.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.pt.org.br.

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Eleições 2010: candidatos do movimento sindical

Representantes dos trabalhadores apostam na eleição para deputados e senadores de dirigentes formados na militância sindical para ampliar a conexão entre o Parlamento e os interesses dos assalariados

Atentas à tramitação no Congresso Nacional de proposições de interesse da classe trabalhadora, centrais sindicais estão cada vez mais empenhadas em lançar candidatos ao Legislativo. Temas como a redução da jornada de trabalho e a recomposição das perdas do poder aquisitivo de aposentadorias, de interesse dos trabalhadores, estão nas mãos de senadores e deputados federais.

“Não dá para tratar a relação capital-trabalho só na porta da fábrica. A gente busca melhorias, mas não encontra ressonância (no Congresso)”, afirma o deputado federal Roberto Santiago (PV/SP), vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

O parlamentar ressalta que a entidade não incentiva a filiação dos dirigentes a determinado partido – embora as centrais continuem próximas aos partidos de esquerda. “Não existe um incentivo partidário, a central é pluralista. No momento, é para incentivar candidaturas”, resume.

Fundada há pouco menos de três anos, a UGT fará o primeiro teste nas eleições de outubro. O presidente da entidade, Ricardo Patah, aponta cerca de 15 pré-candidatos a deputado federal e estadual entre os dirigentes da central.

“Uma democracia só se efetiva se há forças equilibradas que vão ao encontro dos interesses. Por isso, vamos lutar para que nossos candidatos sejam eleitos”, argumenta.

Uma das principais críticas de dirigentes sindicais é o desequilíbrio de forças no Congresso entre representantes dos trabalhadores e das demais categorias.

De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 60 parlamentares ligados a causas trabalhistas foram eleitos nesta legislatura – número um pouco abaixo da legislatura anterior (70).

O instituto, cujo objetivo é manter as entidades sindicais informadas sobre propostas em tramitação de interesse da categoria, afirma que o tamanho da classe empresarial, por sua vez, é quatro vezes maior.

“Esse é um movimento dos trabalhadores, e não apenas de uma ou outra central. É claro que há limites partidários (entre as centrais), mas todas estão unidas na defesa da categoria”, afirma Vicente Selistre, presidente do Sindicato de Sapateiros de Campo Bom (RS) e vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Selistre é um dos nomes que a central pretende lançar à Câmara neste ano. O sindicalista concorreu nas últimas eleições pelo PSB, mas não teve votos suficientes para garantir uma vaga na Casa. Ex-vereador de Campo Bom, é o primeiro suplente do deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS).

Capilaridade

Segunda maior central sindical no País, a Força Sindical também está empenhada em lançar candidatos. O presidente da entidade, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), calcula, inicialmente, 10 pré-candidatos à Câmara – o próprio Paulinho da Força tentará a reeleição.

Presente em todas as regiões do país, a estrutura da entidade em estados como São Paulo é capaz de eleger, sozinha, um nome para o Legislativo.

“Com a descentralização da indústria, a força dos sindicalistas cresceu muito”, afirma o parlamentar.

Até mesmo a menor entre as seis centrais sindicais tem planos para as eleições em outubro. A Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) quer lançar o nome de dirigentes para as assembleias legislativas em ao menos 12 estados.

Além disso, o tesoureiro da entidade e um dos vice-presidentes são cotados para disputar vaga de deputado federal.

O secretário-geral da CGTB, Carlos Alberto Pereira, afirma que, apesar da baixa representação no Congresso, o movimento sindical ganhou mais espaço no governo do presidente Lula.

“Houve um avanço muito grande em relação ao governo anterior e nós achamos que devemos trabalhar para não haver retrocessos”, afirma Pereira.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior central sindical do país, preferiu não seguir o caminho das demais entidades.

Em julho do ano passado, a direção nacional da CUT determinou que os dirigentes que assumirem algum cargo ou mandato eletivo, nas três esferas de poder, devem ser afastados da função de dirigente sindical.

O documento defende “a total independência frente ao Estado e autonomia em relação aos partidos políticos”.

Por Flávia Foreque, No Correio Braziliense.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.diap.org.br.

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