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Dilma entra e Lula deixa a Presidência de um governo na mesma linha política

A festa de posse da presidenta eleita, Dilma Rousseff, marca simultaneamente o início de uma nova gestão e a despedida do presidente mais popular da história brasileira, Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente manteve uma agenda cheia em seus últimos dias de mandato, com inaugurações, balanços e muitos discursos emocionados. Em mais de uma ocasião Lula chorou nesse longo processo de despedida. Já a posse de Dilma tem confirmada a presença de pelo menos 23 chefes de Estado ou de governo, segundo o balanço mais recente do Itamaraty. Estão nesta lista, por exemplo, os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, da Venezuela, Hugo Chávez, do Chile, Sebastián Piñera, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, e o da Coréia do Sul, Kim Hwang-sik também estão entre os convidados. Outra importante presença confirmada é a da secretária-geral de Estados dos Estados Unidos, Hillary Clinton. Na posse de Lula foram 12 chefes de Estado ou governo. A posse da primeira mulher presidente da República trará poucas novidades à tradicional e ritualizada cerimônia pela qual passam todos os chefes de Estado do Brasil.

Em vez de cortar diagonalmente um terno, dessa vez a faixa presidencial estará sobre um vestido ou um terninho. Por conta do verde e amarelo da faixa, o vermelho –cor do PT, seu partido– está praticamente descartado para a cerimônia. Dilma deverá usar uma cor mais neutra. Ela também deverá desfilar sozinha no Rolls Royce presidencial. Mas as mudanças não vão muito além disso.

Cerimônia

Na festa, que começará por volta das 14h, Dilma iniciará o desfile em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional. Se estiver chovendo, porém, a presidente será conduzida em carro fechado. De acordo com a programação oficial, Dilma deverá chegar ao Congresso Nacional às 14h30, onde receberá, na rampa, os cumprimentos dos presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

A presidente entrará, então, no prédio do Congresso e, no plenário da Câmara, fará o juramento e um discurso. Depois, por volta das 16h30, ela seguirá para o Palácio do Planalto, onde será aguardada pelo já ex-presidente Lula. Lula entregará a faixa à nova presidente no Parlatório, um púlpito de concreto construído na área externa do Palácio do Planalto, em frente à Praça dos Três Poderes, onde ela discursará para a população.

O ultimo compromisso do dia, a partir das 18h30, é uma recepção no Itamaraty para autoridades estrangeiras e brasileiras. A parte popular da festa da posse, porém, continuará na Praça dos Três Poderes. O Ministério da Cultura e a Fundação Palmares prepararam apresentações gratuitas de cantoras como Elba Ramalho, Fernanda Takai, Gaby Amarantos, Mart’nália e Zélia Duncan.

31/12/2010 11:56, Por Redação – de Brasília

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.correiodobrasil.com.br.

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BC liberal perde poder no governo Dilma, diz economista

Porto Alegre – A condução do governo Dilma Rousseff na economia deve mostrar maior preocupação com aspectos fiscais e monetários do que no governo atual, avalia Adalmir Marchetti. Ainda segundo o professor da Pontífice Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em entrevista ao Sul21, o Banco Central deve perder espaço para o Ministério da Fazenda na decisão dos rumos da área nos próximos anos.

Ao manter o ministro Guido Mantega no posto, a petista tranquiliza o mercado e demonstra que não pretende alterar o modelo mantido por Lula. Entretanto, a troca na presidência do Banco Central (BC), com a saída de Henrique Meirelles e a ascensão do gaúcho Alexandre Tombini é um sinal de que nem tudo ficará inerte na área.

Na avaliação de Marchetti, o BC saiu perdendo com a crise internacional do final de 2008. “Um efeito importante da crise foi ter colocado em xeque a concepção mais liberal de funcionamento da economia (com menor intervenção do Estado). O Banco Central, que defendia essa idéia, perdeu poder. A saída de Meirelles é um indicativo disso”, explica.

Marchetti, especialista em crescimento econômico, projeta que haverá maior aproximação entre as políticas fiscal e monetária. “No governo Lula, a política fiscal era mais expansiva, voltada para o estímulo ao crescimento, e a política monetária era mais voltada ao combate da inflação. Com Dilma, ela passará a olhar para outros fenômenos”, arrisca.

O professor do Programa de Pós-Graduação em economia da PUC-RS especula ainda que o alinhamento entre as duas diretrizes poderá alterar o comportamento da taxa de câmbio e resultar em uma redução da taxa Selic – índice determinado pelo governo, que baliza as taxas de juros cobradas no país. “Não é algo automático, que vá acontecer já em janeiro. Talvez tenhamos uma queda rápida, mas será fruto de um processo.”

Por: Samir Oliveira, Sul21. Publicado em 30/12/2010, 13:01. Última atualização às 13:01.

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Para analistas, relação de Dilma com Congresso será mais tranquila, apesar do PMDB

São Paulo – Ao assumir a Presidência da República, neste sábado (1º), Dilma Rousseff deve ter vida mais tranquila na relação com o Congresso Nacional do que teve o atual governo. Segundo analistas políticos, eventuais descontentamentos de partidos aliados podem ser problemas, mas não devem representar entraves para a aprovação de projetos do interesse do Executivo.

Para Maria Inês Nassif, em sua coluna publicada no jornal Valor Econômico, a futura presidente pode manter a relação com os partidos aliados qualificados por ela como tendo “perfil clientelista”. Para isso, ela precisará manter a ligação com seu partido, o PT, na base do debate político.

“A presidente eleita tem a seu favor também uma base de apoio parlamentar reforçada, que Lula não teve a sorte de ter em nenhum dos seus dois governos. Isso fortalece Dilma e enfraquece os partidos da coalizão, já que as dissensões podem ter efeito limitado de pressão dos partidos sobre o governo”, escreveu.

Em sua visão, nos dois mandatos de Lula, o PMDB tinha proporcionalmente um papel mais preponderante. “Se uma parcela muito grande do PMDB roesse a corda, não era possível aprovar nenhuma medida importante”, explicou. Com uma base mais diversificada, a avaliação de Maria Inês é de que uma dissidência poderia ser mais prejudical ao partido rachado do que ao governo.

Em entrevista ao Sul21, O editor executivo do portal Congresso em Foco, Rudolfo Lago, afirmou que a relação da presidente eleita com os peemedebistas será o termômetro do futuro governo. “Se, na hora em que se começar a discutir os temas de interesse do governo no Congresso, ninguém estiver 100% satisfeito, os parlamentares podem dar o troco”, projeta Lago.

O jornalista apontou que uma das chaves para garantir uma boa relação com o Legislativo passa por evitar que o PMDB eventualmente se una à oposição “para pressionar ou dar recados” como fez na gestão de Lula.

A preocupação com a satisfação do PMDB em relação à montagem de ministérios deve-se à pressão exercida pela legenda, que garantiu seis pastas no primeiro escalão. Apesar de dizer que “para cada ministro nomeado, sempre há cinco ou seis insatisfeitos”, o deputado federal Henrique Fontana (PT) aponta que Michel Temer, futuro vice-presidente, tem um papel a exercer. A análise é de que, por compor a chapa eleita, o presidente nacional da legenda una seus correligionários no Congresso.

PT contrariado

O ex-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados apontou, ainda em entrevista ao Sul21, que Dilma pode precisar entrar em choque com o próprio PT. “O papel do PT tem que ser o de dar equilíbrio às forças aliadas, sem se antecipar ou ditar rumos. Qualquer presidente precisa ser maior que seu partido, e Dilma também será. Muitas vezes ela terá que contrariar interesses petistas”, avalia Fontana.

“As necessidades globais de um governo quase nunca coincidem com a necessidade individual de cada parlamentar. Às vezes a votação de alguma medida do Executivo pode colocar o deputado em contradição com parte da sua base”, reconhece o petista gaúcho.

Com informações do Sul21.

Por: Anselmo Massad, Rede Brasil Atual. Publicado em 30/12/2010, 12:40.
Última atualização às 12:59

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O presidente que não vai se transformar em vaso chinês

São Paulo – “Um ex-presidente é mais ou menos como um vaso chinês: não tem utilidade nenhuma (…) Ele valeria muito se ele ficasse quieto e deixasse o futuro presidente governar o país com tranquilidade, sem dar palpite.”

Estocadas à parte, o autor da declaração acima sabe que esse desejo não irá se cumprir. Pelo contrário, quando deixar a Presidência da República, no dia 1º deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva será recebido com festa no retorno a São Bernardo do Campo. Mais que a celebração em si, vale o simbolismo de demonstrar que não é porque Lula sai do comando do país que deixa de ser reconhecido.

Lula tampouco deixará de ser importante. Nos últimos meses, foram muitas as vezes em que o presidente fez a tal citação do vaso chinês, talvez na tentativa de se forçar a acreditar que deixará de influenciar a vida política brasileira. Lula sabe que não será assim, e mais sinceras consigo são as palavras dos últimos dias. “Deixo apenas a Presidência, mas não pense que vão se livrar de mim, porque estarei pelas ruas desse país trabalhando e lutando para melhorar a vida desse país”, reiterou na última quarta-feira (29) em Recife.

Ex-presidente diferente

Há vários fatores para acreditar que Lula será um ex-presidente distindo dos demais ainda vivos – José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. A taxa de aprovação em 87% segundo o Ibope e a eleição da candidata apoiada por ele são dois dos vetores inéditos na vida política brasileira que fazem crer que a vida de Lula a partir de 2011 será diferente das rotinas dos antecessores.

Por um lado, o líder petista não parece vislumbrar a possibilidade de se candidatar a cargo eletivo no futuro, seja proporcional, seja majoritário. Lula rejeitou recentemente a possibilidade de ocupar cargos diplomáticos ou mesmo ser secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), como pediu o boliviano Evo Morales. Por outro lado, discrição parece difícil a um líder tão reconhecido e com um carisma que simplesmente não pode ser apagado – continuará a existir e, de certo modo, a ofuscar os que dividam as atenções com ele.

O cientista político André Singer defendeu que as linhas estabelecidas no governo Lula, de redução da pobreza e da desigualdade, vão guiar a política brasileira nos próximos anos. O professor avalia que a continuidade dessas propostas assegura, finalmente, voltar ao padrão interrompido pelo golpe de 1964. “A agenda de diminuição da pobreza e da desigualdade do governo Lula avançou por meio de uma estranha combinação de orientações antitéticas: de um lado, manteve linhas de conduta do receituário neoliberal e, de outro, adotou mecanismos de uma plataforma desenvolvimentista”, argumentou Singer em artigo publicado na edição de outubro da revista Piauí.

Isso explicaria, em parte, a migração da base de apoio de Lula – e do PT – das classes médias para as camadas mais pobres. Nesse aspecto, o presidente é um dos poucos políticos brasileiros ainda capaz de reunir massas em diferentes partes do país. Foram poucos os comícios de candidatos neste ano que não tinham Lula no palanque.

Nas últimas semanas de governo, por onde passa, Lula ainda reúne multidões que querem se despedir do líder. Foi assim no dia 23, quando foi realizado em São Paulo o último Natal com os catadores de materiais recicláveis e a população de rua, uma tradição mantida ao longo dos oito anos de governo e à qual Dilma Rousseff promete dar continuidade. O galpão lotado na zona norte de São Paulo abrigava verdadeiros fãs do presidente. “O senhor não esqueceu suas raízes, não esqueceu o que prometeu a seu povo”, lembrava a catadora Maria Lúcia Santos Pereira.

Desencarnar

Não é todo presidente que tem um povo que aceite ser chamado de “seu”. É a primeira vez em muitas décadas que um chefe de Estado brasileiro tem seu nome associado ao “ismo”: não houve itamarismo, collorismo nem fernandismo, mas há um lulismo que, como ressalta Singer, continuará presente mesmo que já não seja o ex-metalúrgico a ocupar o Planalto.

“Eu quero voltar ao Pacaembu para ver jogo do Corinthians, vestido de torcedor, encontrar os meus companheiros do sindicato e tomar uma cerveja, eu quero ser um homem comum…”, confessou em entrevista ao veterano jornalista Ricardo Kotscho, publicada na edição de dezembro da revista Brasileiros.

Kotscho, assessor do ex-sindicalista nas campanhas de 1989, 1994 e 2002, ressaltou por sua vez, em conversa com a Rede Brasil Atual, pouco antes do primeiro turno das eleições, que Lula era uma novidade na política brasileira quando apareceu e que hoje, três décadas depois, continua sendo algo novo, uma estranha soma de líder de massas e líder político, uma espécie de caminho do meio entre a esquerda ortodoxa e os movimentos pelegos.

“Lula é uma figura que alguém no futuro vai ter que explicar. Foi uma coisa absolutamente nova. Tem poucos casos no mundo de uma história assim. O Lula se tornou um líder mundial, reconhecido por todo mundo”, resumiu Kotscho.

Está aí um dos caminhos do presidente ao se “desencarnar” do mandato: já deu várias declarações no sentido de usar seu prestígio internacional para ajudar nações pobres.

Como disse Kotscho, só com o tempo será possível ter a dimensão correta – nem maior nem menor – da figura de Lula. Em algumas semanas, no entanto, saberemos o que o presidente fará com seu prestígio. O certo é que não ficará guardado no canto da sala, feito vaso chinês.

Por: João Peres, Rede Brasil Atual.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.redebrasilatual.com.br.

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