Brasília – A dívida líquida do setor público chegou a R$ 1,475 trilhão em dezembro de 2010. Esse resultado correspondeu a 40,4% de tudo o que o país produziu – Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (31).
Na comparação com dezembro de 2009 (42,8%), a relação entre dívida e PIB registrou queda de 2,4 pontos percentuais. Segundo o BC, o superávit primário, economia feita para o pagamento de juros da dívida, e o crescimento da economia contribuíram para essa queda.
Neste ano, a dívida líquida do setor público deve corresponder a 37,8% do PIB, estima o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Essa projeção leva em consideração a expectativa de crescimento do PIB de 4,5% neste ano. Também é considerado o cumprimento da meta de superávit primário – economia feita para o pagamento de juros da dívida – de R$ 17,9 bilhões (resultado que corresponde a 3% do PIB). Para fazer a projeção da dívida, o BC também observa as estimativas do mercado financeiro, a taxa básica de juros, Selic, e os índices de inflação.
A dívida bruta deve fechar o ano em 55% do PIB, o mesmo patamar registrado ao final de 2010.
Por Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil. A matéria foi ampliada // Edição: Lílian Beraldo.
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Dívida pública chega a R$ 1,6 trilhão em 2010
Brasília – O estoque da dívida pública federal atingiu, em 2010, R$ 1,694 trilhão, ficando dentro da banda estabelecida pelo governo de no mínimo R$ 1,6 trilhão e no máximo R$ 1,73 trilhão, de acordo com dados do Plano Anual de Financiamento (PAF) da Secretaria do Tesouro Nacional divulgados hoje (1º). Para 2011, os limites para a dívida pública federal foram estabelecidos entre R$ 1,8 trilhão e R$ 1,93 trilhão.
Para o Tesouro Nacional, houve uma melhora no perfil da dívida pública no ano passado, com o percentual de títulos prefixados (com taxas estabelecidas na compra do títulos) chegando a 36,6% do total. Subiu também a participação de títulos corrigidos pela inflação, cuja parcela passou para 26,6%. Somados, os dois indicam 63,2% da parcela da dívida – o melhor resultado da série, iniciada em 1990, informou o Tesouro Nacional. Isso mostra uma queda na participação de títulos indexados a moeda estrangeira e a juros, que não permitem que o governo trace um estratégia melhor para a rolagem da dívida.
O total da dívida indexada pela Selic (taxa básica de juros) chegou a 30,8%. Já a parcela corrigida pelo câmbio ficou em 5,1%. O prazo médio da dívida ficou em 3,5 anos, o mesmo de 2009. Em TR (Taxa Referencial de Juros) e outros indicadores, o percentual da dívida ficou em 0,8%.
A parcela da dívida que vence em 12 anos aumentou de 23,6%, em 2009, para 23,9%, em 2010. Esse percentual é inferior ao estabelecido no PAF de 2010, de 24%. Para 2011, a banda estabelecida ficou entre 24% e 28% e o prazo médio estipulado ficou entre 3,4 e 3,7 anos.
Por Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil. Edição: Lílian Beraldo.
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Alta da Selic amplia liderança do Brasil no ranking dos maiores juros reais
Brasília – O reajuste da taxa Selic para 11,25% ao ano ampliou a liderança do Brasil entre os países com maiores juros reais. Segundo cálculos da corretora Cruzeiro do Sul, a taxa real de juros brasileira subiu de 3,9% para 5,3% ao ano.
Os juros reais equivalem à taxa Selic descontada a inflação. Para chegar a esse número, a corretora levou em conta a projeção de inflação para os próximos 12 meses.
Em segundo lugar dos países com maiores juros está a Austrália, com 1,9% de juros reais ao ano, seguida pela África do Sul, com 1,8%.
Segundo a instituição financeira, o encarecimento das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) alterou algumas previsões de índices de preços para este ano, o que mudou algumas colocações no ranking. A inflação mais alta, no entanto, é insuficiente para tirar o Brasil da liderança.
De acordo com a corretora, para que o Brasil saia da primeira colocação, a taxa Selic precisaria cair 3,5 pontos percentuais, para 7,25% ao ano. Na reunião de hoje (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou os juros básicos em 0,5 ponto percentual.
A elevação da taxa Selic ajuda no combate à inflação, mas tem impactos sobre as contas do governo ao encarecer a dívida pública. Os juros altos também têm efeitos sobre o câmbio ao estimularem a entrada de dólares e valorizarem o real. O dólar barato favorece o controle dos preços, à medida que impulsiona as importações de produtos que competem com similares brasileiros, mas prejudica as exportações, pois os bens nacionais perdem competitividade no exterior.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil. Edição: Rivadavia Severo.
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Bancos esperam que juros cheguem a 12,25% até abril
São Paulo – As instituições financeiras estimam que a taxa básica de juros (Selic) deve subir, pelo menos, mais um ponto percentual e fechar 2011 em 12,25% ao ano, segundo pesquisa divulgada hoje (3) pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A expectativa dos 33 analistas ouvidos pela Febraban é que haja um aumento de 0,5 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em março, e outro aumento igual na reunião seguinte, em abril. A Selic está fixada em 11,25%.
Apesar da previsão de aumento dos juros, o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, acredita que o custo do crédito ao consumidor pode cair caso o governo federal faça um ajuste fiscal. Essas medidas evitariam, na avaliação do economista, interferências do Banco Central na economia para combater a inflação.
No fim do ano passado, o Banco Central elevou os depósitos compulsórios e retirou de circulação R$ 61 bilhões, diminuindo a quantidade de recursos disponível para empréstimos. Para 61% dos analistas que participaram do estudo da Febraban, ainda não foi possível saber o impacto da elevação dos depósitos compulsórios nos preços e no mercado de crédito.
De acordo com Sardenberg, as ações do governo para controlar as despesas também determinarão como será o comportamento da inflação nos próximos meses. Essa também foi a opinião de metade dos analistas ouvidos na pesquisa da federação.
O economista ressaltou que o cenário internacional deve pressionar os preços no mercado interno, refletindo a elevação dos preços das commodities (produtos básicos cotados internacionalmente) e a recuperação das economias da Europa e dos Estados Unidos. Segundo a pesquisa da Febraban, a expectativa é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 5,5% em 2011, acima da previsão feita em dezembro, de 5,2%.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o setor financeiro espera crescimento de 4,6% em 2011 e 4,5% em 2012. Para o câmbio, a previsão é que, em dezembro, o preço do dólar chegue a R$ 1,75. Hoje (03/02), o dólar comercial fechou em R$ 1,67.
Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil. Edição: Vinicius Doria.
NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.gov.br.