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Bancos querem liberdade para continuar demitindo

No segundo dia de negociação, FENABAN mantém postura intransigente contra a garantia de emprego

O segundo dia do início das negociações entre trabalhadores e banqueiros foi, mais uma vez, tenso para as duas partes. As reivindicações propostas na minuta de reivindicações da categoria bancária e defendida pelo Comando Nacional foram, novamente, recusadas pela Fenaban. O sindicato patronal manteve a postura intransigente de não querer discutir e negociar os itens de avanço nas questões de emprego e nas cláusulas sociais da minuta de reivindicação dos bancários.

Para o presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão, apesar das negociações terem avançado pouco nestes primeiros dias, a postura do Comando Nacional foi firme e demonstrou para os patrões que os trabalhadores não irão aceitar que as reivindicações importantes e necessárias sejam deixadas de lado. “O aspecto positivo dessas primeiras negociações foi que colocamos os bancos contra a parede, exigindo que as pendências e os avanços dos trabalhadores sejam discutidos e negociados. O lado negativo ficou por conta da intransigência da Fenaban que não permitiu em nenhum momento que a negociação avançasse”, afirma.

Segundo a Fenaban, a garantia de emprego, reivindicada pelos trabalhadores, não pode ser discutida pois esse não é um tema tão importante para os bancários, já que o saldo de contratações/demissões neste primeiro semestre foi positivo. O que eles se esquecem de contabilizar nesta conta é que os novos contratados entraram ganhando um salário 38% menor do que os que foram demitidos. “Os bancos querem continuar com a liberdade para demitir. Exercendo a rotatividade e demitindo aqueles que eles consideram que não atingem a performance que eles julgam ideal no cumprimento das metas”, explica Elias.

Quanto à terceirização, os banqueiros não admitem transformar os correspondentes em trabalhadores bancários. Para os bancos, este assunto deveria ser discutido em uma mesa temática específica durante o próximo ano.

A Fenaban deixou claro, ainda, na mesa de negociação que não gostou da atitude da Contraf-CUT durante a audiência pública, no Congresso Nacional, no último dia 15 de agosto. Segundo a Fenaban, só os bancários puderam expor e defender a sua visão. Para o presidente da FETEC-CUT-PR, isso demonstra a força dos bancários na discussão e reforça que a estratégia firme e de enfrentamento da Contraf neste tema tem dado certo. “Tanto é assim, que os bancos ficaram incomodados com o nosso êxito durante a audiência pública”, pondera Elias Jordão.

O Comando Nacional reivindicou ainda mais contratações de negros nos bancos e igualdade salarial entre homens e mulheres. Ainda assim, a Fenaban continuou com a postura frustrante de emitir respostas negativas a tudo.

Somente nas questões relativas ao tema de igualdade e oportunidades os bancos admitiram estar devendo quanto ao retorno das discussões debatidas durante todo este ano na mesa temática. Porém, a Fenaban reforçou o sucesso e o empenho de todos os bancos na questão, o que não se confirma na prática. “Eles utilizam o marketing social de uma forma muito agressiva nesta questão. Admitem que estão devendo, mas se eximem da responsabilidade e de discutir de forma séria o assunto”, aponta Elias.

Em relação às melhorias no atendimento aos clientes, com a contratação de mais funcionários e o trabalho em dois turnos, para diminuir as filas e cumprir as 6 horas de trabalho dos bancários, o sindicato patronal afirmou que esta reivindicação deve ser levada à Febraban e ao Banco Central, e que não cabe na mesa de negociação.

Este caso reflete bem a postura dos bancos, que não se responsabilizam pelos problemas e nem se mostram dispostos a negociar as soluções. “É um descaso. Apesar do Comando Nacional insistir, provocar a discussão, eles se recusam a conversar. Essas primeiras reuniões são um sintoma de como serão as negociações desta Campanha. Vamos precisar, mais do que nunca, de um enfrentamento firme e engajado e de uma mobilização forte para que os avanços ocorram nas mesas de negociação”, alerta o presidente da FETEC-CUT-PR.

A próxima rodada de negociação será nos dias 5 e 6 de setembro sobre os temas de saúde e condições de trabalho. “A postura da Fenaban deve ser a mesma. Aí chega no última dia de negociação e eles vêm com um caminhão de respostas sobre tudo o que reivindicamos para tentar atropelar as discussões. Faremos uma grande mobilização para garantir as conquistas de todos os trabalhadores bancários”, garante Elias.

Por Cícero Bittencourt

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Primeira rodada de negociação desaponta bancários

PRESIDENTE DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE CURITIBA E REGIÃO RESUME PRIMEIRA CONVERSA ENTRE BANCÁRIOS E BANQUEIROS

Foi encerrada nesta quarta-feira, 31 de agosto, a primeira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), sobre reivindicações sociais e emprego. Para a decepção da categoria, mais uma vez, a classe patronal desdenhou as demandas dos trabalhadores. “Já na primeira negociação, os banqueiros deixaram claro que não se preocupam com atendimento aos clientes e que não querem nem discutir as questões de emprego bancário. Para eles, a ratificação da Convenção 158 da OIT é desnecessária, pois não é um tema que transita no setor. O impedimento das demissões, segundo a Fenaban, também impediria novas contratações. Além disso, o processo de terceirização, que inclui os correspondentes bancários, vai muito bem, conforme os banqueiros, contribuindo com a redução de gastos dos bancos nas contratações”, resume Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, que está participando das reuniões em São Paulo.

Na opinião do presidente do Sindicato, a classe patronal está reafirmando sua intenção de manter a rotatividade que impera no setor financeiro, demitindo milhares de bancários e achatando a massa salarial da categoria ano a ano. “A única preocupação da Fenaban é com a manutenção dos lucros exorbitantes e com o corte de gastos. Não há nenhum indício de que os banqueiros queiram estancar o processo de precarização do emprego bancário, pelo contrário”, completa Otávio Dias. “É uma pena que os negociadores assumam tal postura desde já, pois, como já afirmou Carlos Cordeiro, que preside o Comando Nacional dos Bancários, não iremos sair desta campanha sem discutir melhorias no emprego”, enfatiza.

A segunda rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban acontece nos dias 05 e 06 de setembro, abordando as questões de saúde e condições de trabalho.

Por: Renata Ortega.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.bancariosdecuritiba.org.br

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