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Produto Interno Bruto desconsidera matérias-primas e bens usados

Kelly Oliveira e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país. O Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) calcula a quantidade e os valores de tudo o que é produzido, como carros, pães e salários. Para evitar contagens repetidas de um mesmo bem, as matérias-primas são desconsideradas. Somente o valor acrescentado em cada etapa da produção é registrado. Bens usados e revendidos também são excluídos porque o objetivo é medir apenas a produção do ano de referência.

A medição abrange todos os setores da economia – agricultura, comércio, serviços, indústria e governo. Exportações e importações de bens e serviços também são registradas. Com base nesse valor, chega-se ao PIB nominal. Para chegar ao crescimento real da economia, o IBGE precisa ainda descontar a inflação em relação ao ano anterior, o que faz o cálculo considerar apenas a variação nas quantidades produzidas.

O economista Newton Marques, professor da Universidade de Brasília (UnB), explica que o cálculo é feito com base na quantidade e no preço médio dos produtos, descontados os insumos (por exemplo, despesas com material para produzir, salários e impostos). “Por isso é que o PIB é o valor agregado. O que agregou ao produto”, disse.

Marques lembra que a importância do PIB como indicador econômico está na capacidade do país de gerar emprego. “Se o país tem crescimento do PIB muito baixo, isso mostra que a economia não está conseguindo gerar postos de trabalho suficientes tanto para os que estão desempregados quanto para as pessoas que estão entrando no mercado de trabalho”, disse.

Atualmente, lembra Marques, a crise econômica internacional tem afetado o crescimento dos países. “Isso acaba fazendo com que o PIB uma hora cresça muito e outra hora cresça menos. A crise afeta bastante as economias que são dependentes, como a do Brasil”, disse. O economista acrescentou que as oscilações do PIB ao longo dos últimos anos é também consequência de uma economia que está sendo ajustada, após enfrentar períodos de inflação muito alta.

Para este ano, a expectativa de Marques é que o PIB cresça entre 3% e 3,5%, com a melhora na confiança dos empresários. Para o professor, o setor privado deve responder aos incentivos dados pelo governo e investir mais este ano. “No ano passado, os empresários não investiram na produção. Não acreditaram que havia demanda suficiente porque o governo vacilou muito. Não foi uma política firme”, disse.

Edição: Juliana Andrade

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Notícia colhida no sítio http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-01/para-medir-crescimento-da-economia-pib-desconsidera-materias-primas-e-bens-usados

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Em 2012, economia brasileira teve melhor desempenho no final do ano

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O último trimestre foi o que apresentou melhores taxas de crescimento econômico no ano passado. De acordo com dados divulgados hoje (1o) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último trimestre de 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento de 0,6% em relação ao terceiro trimestre e de 1,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Os demais trimestres haviam apresentado altas menores: o terceiro teve crescimento de 0,4% em relação ao trimestre anterior e de 0,9% em relação ao mesmo período de 2011; o segundo trimestre teve taxas de 0,3% e 0,5%; já o primeiro teve altas de 0,1% e 0,8%.

“Pode ser um sinal de que se está tendo uma retomada. Pode ser uma oscilação ou um sinal de reversão no movimento econômico. Mas a gente só confirma algo com os dados do próximo trimestre”, disse o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto.

Na comparação com o trimestre anterior, o último trimestre de 2012 teve altas nos setores de serviços (1,1%) e indústria (0,4%), enquanto a agropecuária teve queda de 5,2%. Já na comparação com o mesmo trimestre de 2011, houve crescimento de 2,2% no setor de serviços e de 0,1% na indústria. A agropecuária caiu 7,5% neste tipo de comparação.

Sob a ótica da demanda, houve crescimento em todos os segmentos na comparação com o trimestre anterior: consumo das famílias (1,2%), consumo do governo (0,8%) e investimentos (0,5%). No setor externo, houve alta de 4,5% na exportação de bens e serviços e de 8,1% na importação.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento das famílias cresceu pela 37ª vez consecutiva, com alta de 3,9%, devido ao aumento da renda e ao crescimento das operações de crédito. Nesse tipo de comparação, o consumo do governo também cresceu (3,1%), mas os investimentos caíram 4,5%. As exportações subiram 2,1% e as importações, 0,4%.

Edição: Juliana Andrade

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Beneficiado pelo consumo das famílias, setor de serviços é destaque da economia brasileira

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O setor de serviços foi o único que apresentou crescimento na economia brasileira em 2012. Com alta de 1,7% no ano, o setor, que já representa 68,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sustentou o crescimento de 0,9% da economia do país. Isso porque a agropecuária e a indústria tiveram quedas na produção no ano, de 2,3% e 0,8%, respectivamente.

Segundo o coordenador de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto, o crescimento dos serviços foi beneficiado pelo consumo das famílias, que, em 2012, aumentou pelo nono ano consecutivo, ao registrar alta de 3,1%.

De acordo com o IBGE, em 2012 houve elevação de 6,7% na massa salarial real e alta de 14% nas operações de crédito para pessoas físicas. “Os serviços têm uma conexão forte com renda e consumo. O impacto do crescimento é do consumo das famílias que demandam serviços”, disse Olinto.

Entre os setores de serviços que mais se destacaram estão os serviços de informação, que cresceram 2,9%, a administração, saúde e educação pública (2,8%) e outros serviços (1,8%). As atividades imobiliárias e aluguel tiveram alta de 1,3% e o comércio, de 1%. Crescendo abaixo do PIB, aparecem a intermediação financeira (0,5%) e transporte, armazenagem e correio (0,5%).

O setor da agropecuária teve uma redução de 2,3% devido a quedas nas produções de culturas como arroz (-15,4%), soja (-12,3%), cana-de-açúcar (-5,6%) e laranja (-4,3%).

Apesar da queda de 0,8% da indústria em 2012, o subsetor de produção e distribuição de eletricidade, gás e água foi o grande destaque do PIB, com alta de 3,6%. A construção civil também cresceu (1,4%). As quedas ficaram com os subsetores de extrativismo mineral (-1,1%) e indústria da transformação (-2,5%).

No setor externo, a exportação de bens e serviços cresceu 0,5% e a importação, 0,2%. Já a formação bruta de capital fixo (que representa os investimentos) caiu 4% no ano, principalmente devido à queda de 9,1% na produção de máquinas e equipamentos.

A taxa de investimentos sobre o PIB fechou o ano em 18,1% (em 2011, foi 19,3%). Já a taxa de poupança teve o menor índice desde 2002, com um índice de 14,8%.

Edição: Lílian Beraldo

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Notícia colhida no sítio http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-01/beneficiado-pelo-consumo-das-familias-setor-de-servicos-e-destaque-da-economia-brasileira

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O PIB DE 2012 E A RECEITA QUE AFUNDA A EUROPA

 Baixo crescimento brasileiro em 2012 (PIB de 0,9%) atiça o discurso ortodoxo.  Mas as alternativas conservadoras à política econômica são as mesmas que afundam a Europa nesse momento. Desesemprego em janeiro bateu recorde na zona do euro: 11,9%. Colapso atinge indiscriminadamente todos os países que aplicam o receituário martelado aqui pelo dispositivo midiático: corte de gastos, desmonte de direitos trabalhistas, extinção de subsídios sociais.

No caso brasileiro, os professores banqueiros advogam, ademais, um ‘pequeno choque’ de juros, para reforçar o regime de metas de inflação e ressuscitar a supremacia do interesse rentista na política econômica.

Na Grécia, 27% da população está desempregada; na Espanha, 26%; em Portugal, 17,6%. Na Itália, a festejada austeridade do tecnocrata Mario Monti jogou o país num vácuo institcional: reconduziu Berlusconi ao centro da disputa política e gerou 11,7% de desemprego. Na Espanha são mais de seis milhões de desempregados; o PIB do país caiu 3,7% em 2009; 0,4% em 2010; cresceu apenas 0,4% em 2011 e voltou a cair quase 1,5% no ano passado. Mas a inflação na zona euro está agora dentro da meta fixada pelo BCE.

Alvissarás: diriam os sábios tropicais; agora, sim, pode-se baixar os juros. Talvez  um pouco tarde: o arrocho produziu 30 milhões de desocupados criando uma dinâmica recessiva autônoma no coração da UE. A previsão do comissariado de Bruxelas é de que o desemprego mais alto em 20 anos continuará subido em 2013, para atingir 12,2% da população.

O PIB registrará um novo recuo, de pelo menos 0,3% (Leia o blog do Emir, direto da Espanha; nesta pág.

E ainda:a análise de Slavoj Zizek; o artigo de Marcelo Justo, de Londres e as notas  ‘O que Aécio faria do Brasil que temos hoje?’; ‘Crise e Síndrome de Estocolmo’ e ‘Pratos cuspidos’

(Carta Maior; Sábado, 02/03/2013)
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22/02/2013

O que Aécio faria do Brasil que temos hoje?

Encarregado de fazer o contraponto à la carte para a mídia, Aécio Neves sequer roçou a grande pergunta embutida no feixe de avanços sociais e econômicos reunidos pela Fundação Perseu Abramo, para o evento da última 4ª feira, ’10 Anos do PT’.

A pergunta é:

‘Se voltasse ao poder, o que o conservadorismo faria do Brasil que temos hoje?’

A omissão não deve ser debitada à superficialidade pessoal do provável candidato tucano em 2014.Colunistas da cota reservada a José Serra sibilam essa interpretação.

Maldade.

O fato de Aécio ter omitido preferências não significa que não as tenha.

Ele as tem.

São as mesmas dos seus rivais de partido; as mesmas dos vulgarizadores de seu credo na mídia.

As mesmas marteladas pelos professores-banqueiros encarregados de pavimentar a candidatura conservadora até 2014.

Fácil é defendê-las em artigos acadêmicos.

Palatável, discorrer sobre elas em colunas dirigidas aos iniciados da mesma igreja.

Complicado assumi-las em uma tribuna pública.

Quase inviável assoalhar um palanque presidencial com o seu conteúdo.

A tarefa consiste em desqualificar e desautorizar grandezas sociais de uma mutação histórica dificilmente reversível pelas urnas.

Para ir direto ao ponto mais agudo de uma dinâmica inconclusa mas incontrolável:

As favelas brasileiras reúnem 12 milhões de habitantes e formam hoje um mercado de R$ 56 bilhões.

O equivalente a uma Bolívia.

Não é propaganda do PT. É o resultado da pesquisa feito pelo Data Favela em 2011.

Ela mostra que 65% das populações faveladas pertencem agora ao que se convencionou denominar de nova classe média, ou classe C.

Em 2002 o percentual era de 37%.

Favela continua sendo favela.

Mas o recheio humano mudou. E aí reside o paradoxo de uma dinâmica infernal para aécios e assemelhados.

O mesmo ocorre nas periferias metropolitanas que continuam sendo periferias conflagradas.

Ou nos bairros distantes que continuam carentes de serviços essencias.

E também nos conjuntos habitacionais, vilas e arruamentos rurais do resto do país.

Que continuam sendo tratados como resto do país.

A população aí residente saiu do rodapé da renda para o segmento do consumo popular. Representa agora 52% do Brasil.

O dado banalizou-se.

Mas não a completa extensão do paradoxo político que encerra.

Não o desconforto eleitoral que constrange o discurso do conservadorismo.

A ponto de Aécio recitar frases de efeito que não tem nenhum efeito.

A ponto de Lula, Dilma e o PT, de um modo geral, apostarem que esse impulso ainda pode encher as velas de mais uma vitória eleitoral. Guiada pela promessa do passo seguinte dessa história: a cidadania plena.

Mesmo difuso e ainda sem projeto –que cabe ao PT esclarecer– o aceno tem receptividade expressiva.

Milhões de brasileiros que formariam um país do tamanho da Argentina deixaram de ser meros sobreviventes de um naufrágido de 500 anos.

Chegara à praia.

Querem mais.

Como dizer-lhes: ‘Não, o regime de metas de inflação não comporta vocês’.

Ou, como preferem os professores-banqueiros do PSDB:

‘O populismo petista aqueceu a demanda para além do hiato do produto (potencial produtivo acionável na economia; que eles interpretam como um grandeza inelástica)’.

A receita para reverter o desmando é a plataforma que os tucanos e assemelhados hesitam em explicitar em palanque.

Um lactopurga feito de choque de juros e cortes no salário real; a começar pelo salário mínimo.

Quase tão simples assim.

A dificuldade reside no fato de que o ‘voluntarismo petista’ consumou um colégio eleitoral que hoje elege sozinho um presidente da República, se quiser.

De modo que o problema não é Aécio.

Um Aécio careca enfrentaria a mesma dificuldade.

O balanço reunido pelo PT (http://www.fpabramo.org.br/sites/default/files/Folheto_PT_10anos_governo_Net.pdf) envolve escolhas e desdobramentos que vão além das platitudes da má vontade conservadora.

A tal ponto que argui a zona de conforto da própria agenda progressista.

Para que o fim da miséria seja só o começo, como promete a provável bandeira da reeleição da Presidenta Dilma, há perguntas à espera de uma resposta.

Sobre uma delas o governo se debruça exaustivamente nesse momento.

Trata-se de viabilizar um novo ciclo de investimentos que redesenhe os contornos de um país previsto originalmente para acomodar apenas o terço superior da renda.

A nova cartografia escapa às receitas técnicas que seduzem uma parte do governo.

Reequilíbrios macroeconômicos são indispensáveis.

Mas as soluções imaginadas cobram um protagonista social que as legitimem e ferramentas que as executem.

A hegemonia numérica da chamada classe C sobreviveu à crise mundial do capitalismo porque, entre outras coisas, Lula e Dilma colocaram os bancos estatais a seu serviço.

No ano passado, o Banco do Brasil expandiu em 25% a sua carteira de crédito, à base de agressiva redução dos juros.

A Caixa Econômica Federal ampliou a sua em arrojados 42%.

Para desgosto da mídia que vaticinou prejuízos calamitosos, o BB e a CEF registraram lucros recordes em 2012.

As taxas de inadimplência foram inferiores às da banca privada que, exceto o Bradesco, viu seus lucros minguarem em relação a 2011.

Bancos estatais dominam agora 47% do mercado de crédito no país.

Dispor de ferramentas autônomas permitiu ao governo criar um fenômeno de consumo indissociável da aspiração por cidadania plena.

Isso mudou a pauta política do país ao dificultar sobremaneira o discurso conservador.

Qual seria o equivalente na batalha do investimento?

Por enquanto não existe.

Daí as dificildades dilacerantes que empurram o governo de concessão em concessão. Com resultados ainda imponderáveis.

Como compartilhar esse desafio com quem tem mais interesse num desenlace progressista e bem sucedido: milhões de brasileiros à procura de um país onde caiba a sua cidadania?

A cartilha dos ’10 anos do PT’ deixou esse capítulo em aberto.

Cabe ao V Congresso do partido escrevê-lo em 2014.

Mas é quase tarde. É preciso correr e começar já.

Postado por Saul Leblon

Artigo colhido no sítio http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1195

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