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Inadimplência de 3 porcento é a menor da série; operações rumam para 3 trilhões de reais

NOTA PARA A IMPRENSA – 29.1.2014

Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro

I – Operações de crédito do sistema financeiro

O total de crédito do sistema financeiro, computadas as operações com recursos livres e direcionados, alcançou R$2.715 bilhões em dezembro, após crescimento mensal de 2,4%, acumulando expansão de 14,6% no ano, comparativamente a 16,4% em 2012. A relação crédito/PIB atingiu 56,5%, ante 55,5% em novembro e 53,9% no final de 2012. Na evolução mensal, destacou-se o crédito às empresas, cujo saldo avançou 3%, alcançando R$1.464 bilhões, comparativamente à expansão de 1,8% na carteira de pessoas físicas que totalizou R$1.251 bilhões.

O menor ritmo de expansão do crédito em 2013 refletiu a desaceleração nas operações com recursos livres, influenciada pela elevação da taxa básica de juros a partir de abril e pelo menor dinamismo do consumo das famílias. As operações com recursos direcionados registraram expansão nos principais segmentos, destacando-se, comparativamente à evolução verificada em 2012, a aceleração do crédito rural e a manutenção do ritmo de crescimento dos financiamentos imobiliários e com recursos do BNDES. Ao longo de 2013, o mercado de crédito apresentou aumento das taxas de juros, acompanhado de redução dos spreads, elevação de prazos e recuo consistente da inadimplência, cujos índices alcançaram patamares mínimos da série histórica, iniciada em março de 2011.

As operações com recursos livres alcançaram participação de 55,5% no total de crédito do sistema financeiro, totalizando R$1.508 bilhões em dezembro, após expansões de 1,7% no mês e 7,8% em doze meses. No mês, a expansão de 2,4% nas carteiras de pessoas jurídicas, saldo de R$763 bilhões, foi impulsionada pelas contratações de capital de giro, repasses externos e financiamento a exportações. Os créditos livres a pessoas físicas cresceram 1%, somando R$745 bilhões, com destaque para as operações com cartão de crédito.

O saldo do crédito direcionado atingiu R$1.207 bilhões, após crescimentos de 3,3% no mês e 24,5% em 2013. O saldo referente a pessoas físicas elevou-se 2,9% no mês e 32,1% no ano, alcançando R$506 bilhões, mantendo-se o destaque para os financiamentos imobiliários. Os créditos destinados às empresas somaram R$701 bilhões, após aumentos de 3,7% no mês, e 19,6% em doze meses, que refletiram, principalmente, as expansões respectivas de 3,3% e 15,9% nos financiamentos para investimentos com recursos do BNDES. As concessões do BNDES, que não incluem as operações do BNDESPAR, totalizaram R$169,7 bilhões em 2013, superando em 22,9% as concessões acumuladas no ano anterior. Destacaram-se os desembolsos destinados à agropecuária, aos transportes terrestres e aéreos e à infraestrutura urbana.

Consideradas as operações com recursos livres e direcionados, o crédito ao setor privado cresceu 2,2% no mês e 14% em doze meses, alcançando R$2.565 bilhões em dezembro. No resultado mensal sobressaíram as operações destinadas à indústria, com saldo de R$517 bilhões e expansão de 3,2%, com ênfase para as contratações dos segmentos de extração mineral, energia e construção, e os créditos rurais, saldo de R$218 bilhões e expansão de 4,9%. No ano, os maiores crescimentos ocorreram nos financiamentos imobiliários e no crédito rural, cujos saldos, compreendidas as operações contratadas por pessoas físicas e jurídicas, avançaram 32,5% e 30,2%, respectivamente. Os financiamentos imobiliários totalizaram R$395 bilhões e corresponderam a 8,2% do PIB, ante 6,8% no final de 2012. O crédito para o setor público somou R$150 bilhões, após expansões de 6,8% no mês e de 26,4% em doze meses.

As concessões totais de crédito, com recursos livres e direcionados, atingiram R$357 bilhões em dezembro. O aumento de 22,7% relativamente a novembro foi impulsionado pelo aumento sazonal das contratações destinadas às empresas, com ênfase nas modalidades capital de giro, financiamento a exportações, conta garantida, financiamentos para investimento com recursos do BNDES e crédito rural. Os desembolsos para pessoas físicas também refletiram fatores sazonais, como a maior utilização do cartão de crédito e o menor recurso ao cheque especial. As concessões acumuladas no ano de 2013 superaram em 11,6% as ocorridas em 2012.

I.1 – Taxas de juros e inadimplência

A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro, consideradas as operações com recursos livres e direcionados, alcançou 19,7% em dezembro, após recuo de 0,3 p.p. no mês e elevação de 1,7 p.p. no ano. No crédito com recursos livres, a taxa média situou-se em 29%, com recuo mensal de 0,4 p.p. e crescimento de 3,7 p.p. em relação a dezembro de 2012. No crédito direcionado, o custo médio situou-se em 7,5%, após manter-se estável em relação a novembro e elevar-se 0,5 p.p. em doze meses.

Nos empréstimos às famílias, a taxa média de juros atingiu 25,6%, após redução de 0,5 p.p. no mês e elevação de 1,3 p.p. no ano. Nas operações com recursos livres, a taxa média situou-se em 38%, ao diminuir 0,5 p.p. no mês, refletindo o decréscimo de 0,4 p.p. nos créditos pessoais. No segmento com recursos direcionados, a taxa média permaneceu em 7,3%.

Nos créditos às empresas, o custo médio recuou 0,1 p.p. no mês e subiu 1,8 p.p. em relação a dezembro de 2012, situando-se em 15,1%. As operações com recursos livres apresentaram taxa média de juros de 21,4%, após declínio de 0,1 p.p. no mês e alta de 3,4 p.p., enquanto nas operações com recursos direcionados, a taxa média alcançou 7,7%, assinalando elevações de 0,1 p.p. no mês e 0,5 p.p. em doze meses.

O spread bancário das operações de crédito, consideradas as operações com recursos livres e direcionados, alcançou 11,1 p.p., após decrescer 0,4 p.p. no mês e na variação interanual. Os spreads relativos aos segmentos de pessoas jurídicas e físicas corresponderam a 6,9 p.p. e 16,4 p.p., respectivamente.

A inadimplência do sistema financeiro, referente a operações com atrasos superiores a noventa dias, recuou 0,1 p.p. no mês, situando-se em 3%, o menor patamar da série histórica iniciada em março de 2011. O indicador refletiu as quedas de 0,1 p.p. nos segmentos de pessoas jurídicas e de pessoas físicas, que alcançaram 1,8% e 4,4%, respectivamente. Nas operações com recursos livres e com recursos direcionados, o indicador alcançou 4,8% e 0,9%, na ordem.

II – Evolução dos agregados monetários

A média dos saldos diários da base monetária alcançou R$240 bilhões ao final de 2013, após elevações de 8,5% no mês e de 4,1% em doze meses. A variação mensal resultou do incremento de 10,5% no papel-moeda emitido e da contração de 0,1% no saldo das reservas bancárias.

Os fluxos mensais dos fatores condicionantes da emissão monetária evidenciaram retração de R$43,1 bilhões nas operações do Tesouro Nacional, de R$7,1 bilhões nos depósitos de instituições financeiras, que compreendem os fluxos mensais relativos aos recolhimentos compulsórios, e de R$7 bilhões nas operações com o setor externo. Em sentido oposto, as operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez do mercado monetário, foram expansionistas em R$89,7 bilhões. O impacto referente aos títulos públicos correspondeu a compras líquidas de R$99,2 bilhões no mercado secundário e a colocações líquidas de R$9,5 bilhões no mercado primário.

O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) atingiu R$339 bilhões em dezembro, após elevação de 10,6% no mês, que refletiu incrementos de 10,7% no papel-moeda em poder do público e de 10,5% nos depósitos à vista. Nos últimos doze meses, o M1 apresentou crescimento acumulado de 8,3%.

Os meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 acrescido de depósitos de poupança e títulos privados, registraram expansão de 3% em dezembro, totalizando R$2 trilhões. O saldo dos depósitos de poupança registrou elevação mensal de 2,4%, atingindo R$597,9 bilhões, após captação líquida de R$11,2 bilhões no período. Os títulos privados assinalaram incremento de 1,2% no mês, alcançando saldo de R$1 trilhão.

O conceito M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, expandiu-se 1,2% no mês, somando R$3,8 trilhões, refletindo o crescimento de 3% do agregado M2 e de 0,2% no saldo das quotas de fundos de renda fixa, que alcançou R$1,7 trilhão. O M4, conceito que acrescenta ao M3 os títulos públicos de detentores não financeiros, registrou elevação de 1,6% no mês e de 8,6% nos últimos doze meses, atingindo R$4,5 trilhões.

Estatísticas complementares às divulgadas nas Notas para Imprensa estão disponíveis no sistema de séries temporais do Banco Central do Brasil, no endereço http://www.bcb.gov.br/?sgs.

Notícia colhida no sítio http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM

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