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Por 15:02 Sem categoria

CUT se soma às manifestações pela descomemoração dos 50 anos da Globo

No dia em que a TV Globo comemora seus 50 anos de existência (26/4), a Central Única dos Trabalhadores e outras 35 entidades comprometidas com a democracia e a liberdade de expressão participarão de ato político contra a emissora. As atividades foram definidas em reunião realizada na última quinta-feira (16) no auditório da CUT Brasília.

Chamada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC, a atividade terá início às 9h na Torre de TV, com a realização de oficinas de cartazes e camisetas, organização e distribuição de materiais. Ao longo do dia, os manifestantes farão caminhada até a W3 norte, onde fica a sede da emissora. Lá, os ativistas planejam intercalar falas políticas e intervenções culturais, sendo a última atração o samba da resistência.

“O monopólio dos meios de comunicação representado pelo grupo Globo, é extremamente prejudicial para a classe trabalhadora, que todos os dias é alienada com uma visão unilateral que visa atender aos interesses do grande empresariado e dos setores de direita”, explica o dirigente da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.

DNA golpista

No manifesto assinado pelas entidades que participarão do ato, foram salientados momentos históricos em que a emissora se posicionou contra o interesse da liberdade, da democracia e de toda a sociedade brasileira.

Um dos fatos destacados foi o apoio do grupo Globo ao golpe militar de 1964, quando  Roberto Marinho, então editor do jornal “O Globo”, incentivou a deposição do presidente João Goulart, o que deu subsídio ideológico para que as forças armadas tomassem o poder.

Durante todo o tempo do regime, a rede de comunicação financiada pelo capital internacional, prestou total apoio aos militares, fato do qual só se retratou quando a opinião pública, subsidiada por iniciativas como a Comissão da Verdade, reconheceu as barbáries e condenou esse período da história do País.

A Rede Globo não se limitou ao período ditatorial para difundir seus ideais e prejudicar o povo. As primeiras eleições democráticas após os anos de chumbo, em 1989, foram descaradamente manipuladas pela emissora, que percebeu que um metalúrgico chamado Luís Inácio Lula da Silva tinha chances de ocupar o maior cargo do país.

Assustados com a crescente campanha de Lula, a emissora editou os debates e entrevistas, além de trabalhar com a assessoria do adversário, Fernando Collor de Mello, como o diretor da TV Globo na época, José Bonifácio de Oliveira, mais conhecido como Boni, admitiu em entrevista: “Existia uma grande dificuldade porque o Lula era do povo e o Collor era autoridade. Então, nós produzimos um suor na camisa do Collor e enchemos a pasta dele de folhas em branco, para parecer que se tratavam de denúncias contra Lula”, afirmou o diretor.

“Até os dias de hoje, o grupo Globo criminaliza os movimentos sociais e o movimento sindical. No caso dos trabalhadores, o jornalismo da rede que tanto se diz imparcial e defensor dos direitos da população, trata as greves como caso de polícia, destaca os possíveis transtornos ocasionado pela ausência dos profissionais e deixa de noticiar o dia a dia daqueles trabalhadores, as dificuldades pelas quais passam e os reais motivos que os fizeram protestar e paralisar suas atividades”, afirma o secretário de Comunicação da CUT Brasília, Marco Junio Nouzinho.

Fora da Lei

De acordo com a Constituição Federal de 1988, são proibidos os monopólios e oligopólios midiáticos, ou seja, uma empresa de comunicação não poderia ser detentora de canais de rádio, tv, jornais, revistas e afins. Atualmente, a rede Globo é detentora de 69 veículos de comunicação.

Além disso, a rede é acusada pela Receita Federal de sonegar mais de R$180 milhões em impostos.

O relatório da Receita comprova que a emissora  montou um esquema internacional envolvendo diversas empresas para mascarar a compra dos direitos da Copa do Mundo de 2002. O objetivo principal seria burlar o pagamento de impostos que deveriam ser recolhidos à União pela compra dos direitos.

O Congresso apoia a Globo

Na última terça-feira (14), o plenário principal da Câmara dos Deputados homenageou os 50 anos da emissora. O atual presidente da Casa, Eduardo Cunha, elogiou amplamente o grupo por seu “padrão de qualidade”. A emissora também foi elogiada pelo deputado Sergio Zveiter que atribuiu ao jornalismo da Globo, sem pudor, os títulos de “ético”, “independente” e “imparcial”.

Apesar de toda a falação sobre a suposta liberdade de expressão em favor do oligopólio midiático da Globo e afins, três manifestantes foram expulsos da sessão solene por tentar protestar silenciosamente (como é permitido nesse tipo de ocasião) e abrir um cartaz com os dizeres:  “Pela democratização da comunicação”.

Os militantes não só foram retirados da sessão solene, como foram encaminhados pela Polícia Legislativa ao lado de fora da Casa que deveria ser do povo.

Fonte: CUT Brasília

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