Flávio Costa
Do UOL, em São Paulo 25/05/201606h00
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Márcio Neves/UOL
Gafes de ministros complicam início da gestão Michel Temer
O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirma que o tamanho do SUS precisa ser revisto. Para o titular da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB), “nenhum direito é absoluto” e o presidente interino, Michel Temer, não precisa escolher o próximo procurador-geral da República com base na lista tríplice indicada por integrantes do Ministério Público Federal. Já Mendonça Filho (DEM), que comanda a pasta da Educação e Cultura, apoia a cobrança de mensalidades nos cursos de extensão e pós-graduação nas universidades federais.
Já o agora ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), perdeu o posto após ter uma conversa divulgada pelo jornal de “Folha de S.Paulo”, onde ele defende a mudança de governo como forma de deter a Operação Lava Jato. “Tem que mudar o governo para estancar essa sangria,” afirmou Jucá em conversa com o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, investigado pela força-tarefa.
Ajuste fiscal
Mas há especialistas com visão diversa dos primeiros dias do governo interino. “A missão do governo Temer é fazer o que Dilma não conseguiu: obter aprovação no Congresso para as medidas de enfrentamento da crise econômica com esse sistema político que nós temos. Não é um governo que fará uma reforma política no país, não é este seu papel”, afirma o cientista político Paulo Fábio, da UFBA (Universidade Federal da Bahia).
Para ele, o presidente interino mostrou segurança nos dois assuntos principais para a condução de governo: as formações da base partidária de apoio no Congresso e a de sua equipe econômica, sob a chefia de Henrique Meirelles, ministro da Fazenda.