
Lula, há muito tempo entendeu que esta guerra política não tem mais limites. Tem essa consciência, plenamente, desde que sofreu o abuso da prisão – eufemisticamente chamada de condução coercitiva – e a invasão de sua casa, não toma os processos judiciais em que encontram mil motivos para mover-lhe como casos pessoais.
São política e política é o chão de Lula, o que ele sabe, racional e intuitivamente, fazer de melhor.
Claro que tem, como qualquer ser humano, a dor da injustiça. Mas se ela abate certo tipo de almas – e em alguns momentos, a todas – em outros ela alimenta a vontade de lutar.
Ele sabe que as páginas mais veementes em sua defesa são a memória de milhões de brasileiros e de brasileiras, para os quais ele tem um significado imenso, muito diferente da elite e de parte da classe média, recalcada com o tempo em que este país provou que, apesar de todos os problemas, carências e injustiças sociais, tinha esperanças de crescer e desenvolver-se.
Gente que “vendeu” para o país uma cultura de ódio e de intolerância que nos aproximou da selvageria.
Tivemos, claro, nossas culpas na formação deste clima, sobretudo pelos ingênuos que acreditaram que a classe média e o controle remoto eram lastros para a democracia e para a liberdade.
Mas não é este o núcleo do problema. O centro da questão está no fato de que o conservadorismo, no Brasil, nada tem a oferecer senão um regime de brutalidade social que depende da brutalidade política para manter-se, pois não se sustentaria pela via eleitoral em pleitos sem restrições.
Lula tem esta consciência, na inteligência intuitiva que tem – o que irrita gente besta como o ex-jornalista que escreve folhetins da Globo – e na que se sublimou com a trajetória política quase milagrosa que o conduziu de um sindicato de operários à Presidência da República.
Sabe que, neste outro 24, como no de 1954, “precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes”. E sabe também que lhe restam muitas armas para resistir além de um revólver 32 contra o próprio peito.
Nada começa ou termina na próxima quarta feira. Estamos lidando com a História e a história de um país não se escreve numa sala fechada, com o poder fugaz de três homens, caso ousem se substituir ao juiz supremo de uma nação, o seu povo.
Artigo colhido no sítio http://www.tijolaco.com.br/blog/histerica-esta-direita-que-so-tem-votos-no-trf-4-lula-esta-tranquilo/
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Lula está sendo julgado pelos seus acertos, não pelos seus erros
15 de janeiro de 2018 às 15h18
O JULGAMENTO DE LULA
Por Michel Zaidan Filho*, no blog de Roberto Almeida
Se fosse o ex-presidente Lula que possuísse um luxuoso apartamento na prestigiada Avenida General Foch, em Paris, registrado no nome de um “laranja” chamado Jovelino de Carvalho, e por acaso sócio dos filhos de Fernando Henrique Cardoso na Fazenda Buritis, ele estaria muito encrencado.
Afinal, um ex-metalúrgico não teria como adquirir um imóvel tão caro na França.
Se fosse o ex-presidente Lula que tivesse suas contas no exterior denunciadas pela ex-amante, pedindo inclusive uma investigação policial dessas contas, estaria frito.
Se fosse o ex-presidente Lula que tivesse comprado os votos da sua reeleição ao preço de 500.000,00, pagos em “cash” pelo Banco Itaú, não sobraria nada de sua integridade moral e política.
Mas nada disso abalou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que continua lépido e fagueiro condenando Lula.
A respeito desse sociólogo paulistano, é preciso reconsiderar as observações feitas por Celso Furtado sobre a sua conduta, quando Cardoso, com uma só penada, extinguiu a SUDENE.
Trata-se de uma pessoa mesquinha, invejosa e despeitada.
Nunca gozou do imenso respeito que os franceses tinham por Furtado, como o grande teórico do subdesenvolvimento latino-americano.
Embora tenha sido ajudado pelo nosso grande economista no exílio voluntário parisiense.
E em relação a Lula, a inveja foi publicamente confessada numa entrevista a Marília Gabriela, quando perguntado pela imensa aprovação popular com que Lula deixava a Presidência da Republica, muito ao contrário dele.
A essa altura dos acontecimentos, só os cegos acreditam na imparcialidade da Justiça no Brasil, porque não contemplam a face da iniquidade do Poder Judiciário.
Para uns, tudo: presunção de inocência, absolvição, prisão aberta, tornozeleira eletrônica etc.
Para outros, suspeição, condenação in limine, preconceito e discriminação.
Direito Penal, direito dos pobres.
É inadmissível que um estadista tão bem sucedido, no Brasil e fora do Brasil, não tenha reunido condições para ter ou usufruir ou pretender comprar um apartamento tríplex em Guarujá ou um sítio em Atibaia ou outra coisa qualquer.
Como Bill Clinton, que fez inúmeras palestras ao custo de 11.000 dólares para pagar aos advogados que o livraram do “impeachment”, Lula foi frequentemente solicitado por universidades e personalidades do mundo inteiro, para falar sobre o êxito da sua liderança mundial (“global play”), como político, como árbitro, como liderança regional na América Latina, como líder sindical etc.E foi bem remunerado por essas palestras.
Não se conhece contas externas de Lula onde esse dinheiro foi depositado, como alega Fernando Henrique Cardoso, a respeito das suas.
Um patrimônio de um ex-presidente da República que constasse apenas de um apartamento tríplex e um sítio, ai sim, dir-se-ia que era um fracassado.
Mas o patrimônio de Lula é imaterial, e sumamente mais valioso (e temerário para as elites brasileiras) do que esse tríplex e esse sítio.
É o patrimônio político, social, ideológico.
Depois de Getúlio Vargas, nunca houve um presidente tão popular como Lula.
Carismático, identificado com o povo, e titular de um capital político de fazer inveja a qualquer sociólogo.
Lula está sendo julgado, não pelos seus erros, mas sim pelos acertos, inúmeros acertos.
A nossa elite tacanha e apátrida não suporta o tamanho do êxito de um filho do povo, tornado Presidente, não por um golpe, mas pela vontade soberana do Povo brasileiro.
Esse é o pecado cometido pelo ex-presidente Luiz Inácio LULA da Silva.
*Michel Zaidan Filho, natural de Garanhuns, é cientista político e professor na UFPE
Artigo colhido no sítio http://www.viomundo.com.br/politica/michel-zaidan-lula-esta-sendo-julgado-pelos-seus-acertos-nao-pelos-seus-erros.html
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A derrocada da credibilidade do MPF, por Wilson Ramos Filho (Xixo)
