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Por 10:34 Cidadania, Recentes

Em Porto Alegre, Lula se solidariza com Seu Jorge: ‘Não podemos aceitar o racismo’

O candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reuniu milhares durante uma caminhada no centro de Porto Alegre nesta quarta-feira (19). O presidenciável se solidarizou com o cantor e compositor Seu Jorge, que foi alvo de ofensas racistas durante um show na capital gaúcha no último final de semana.

“Nós não podemos aceitar o racismo de jeito nenhum. A escravidão acabou há muito tempo. E nós não temos o direito de aceitar que alguém ainda queira criar uma maioria branca, rejeitando o povo negro. Esse país é um país de iguais. O preconceito é crime inafiançável”, afirmou o candidato.

Em cena lamentável, ao final de um show de Seu Jorge, na última sexta (14), uma pequena parte do público agrediu o cantor com gestos imitando macaco. A delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, acolheu imagens registrando a atitude racista.

Lula também comentou o caso do humorista Eddy Junior, que foi vítima de um ataque racista de uma vizinha do condomínio onde vive na zona oeste de São Paulo. “Nós temos a Constituição, que diz que o racismo é um crime inafiançável. Portanto, o problema do preconceito no Brasil não é falta de lei. É uma questão que está na massa encefálica de uma sociedade que foi escravista durante 350 anos.”

Nesse sentido, como medidas educativas de combate ao racismo, Lula citou que instituiu o ensino de história da África no currículo do ensino fundamental durante o seu governo. “Somente preparando nossas crianças e jovens é que a gente vai ter, num futuro bem próximo, um povo sem racismo”.

Críticas a Bolsonaro

Após a caminhada, em um carro de som em frente ao Palácio Piratini – sede do governo gaúcho –, Lula criticou o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). “Nunca imaginei disputar uma eleição contra a mentira“. Afirmou que “não existe verdade” nas palavras do seu adversário. Destacou que Bolsonaro comprometeu a imagem do Brasil no exterior. “Ninguém quer vir ao Brasil, e ninguém convida ele a ir lá fora.”

E também o responsabilizou pela volta da fome que atinge 33 milhões de brasileiros. E ainda denunciou o uso da máquina pública por Bolsonaro na sua tentativa desesperada de se reeleger. “Nunca desde o Marechal Deodoro alguém utilizou a máquina com a maior desfaçatez que o meu adversário está utilizando. Ou seja, sob todo os meios de liberação de recursos, de invenção de recursos. É uma coisa de um certo desespero. Mas a sociedade brasileira está madura de que chegou a hora de voltar à democracia”.

Propostas

Na educação, disse que Bolsonaro corta recursos das universidades toda a semana. Em contrapartida, disse que vai voltar a investir no ensino universitário, resgatando programas de inclusão, como o ProUni e Fies. Prometeu escolas em tempo integral e ensino técnico. E também sugeriu um “pacto” com prefeitos e governadores para recuperar a defasagem no ensino decorrente do descaso do governo Bolsonaro durante a pandemia.

Além disso, Lula criticou o atual governo por ter congelado o salário mínimo nos últimos quatro anos, sem aumento real. Por outro lado, destacou que no seu período, o salário mínimo teve valorização de 74%. Defendeu o combate ao emprego informal – o “bico” –, e disse que vai promover o entendimento entre empresários e trabalhadores para rever a “reforma” trabalhista de 2017, citando a experiência espanhola como exemplo. “Não é normal a gente abandonar o trabalhador à própria sorte.”

O candidato reafirmou que, se eleito, vai empregar todos os esforços para aprovar uma lei que garanta a igualdade salarial entre homens e mulheres, conforme determina a Constituição. Da mesma forma, anunciou que o seu ministério contará com maior participação feminina. E lembrou que políticas em programas, como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família, as mulheres eras as principais beneficiárias.

“A mulher não é inferior, é igual. Elas estão entrando no mercado de trabalho. Mas lamentavelmente, nós, os homens, ainda não aprendemos a entrar na cozinha para compartilhar com as nossas companheiras os afazeres de casa”, disse o candidato.

Disputa local e segundo turno

A 11 dias do segundo turno das eleições, o candidato petista manifestou otimismo. “Estou convencido de que estamos muito perto de uma vitória.” Por outro lado, na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul – entre Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), Lula afirmou que o PT gaúcho tem autonomia para decidir, mas fez uma ressalva. “A única coisa que vocês não podem permitir é que o Onyx seja governador desse estado. O Rio Grande do Sul merece mais, é símbolo da democracia nesse país. E a gente não pode permitir que a extrema direita, preconceituosa, venha governar esse estado.”

Foto: Ricardo Stuckert

Fonte: RBA

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