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‘Meu CPF é um, o CPF de Bolsonaro é outro’, diz Arthur Lira, que entregou notícia-crime à PGR

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), entregou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, nesta segunda-feira (16), uma notícia-crime sobre o ataque terroristado dia (8). Lira também afirmou a jornalistas que “cada um responde pelo que faz”, depois de questionado sobre a inclusão de Bolsonaro no inquérito da PGR que investiga seu possível incentivo aos atos terroristas. “Acho que cada um responde pelo que faz. Meu CPF é um, o CPF do presidente Bolsonaro é outro. Nós temos que ter calma nesse momento e investigar todos os aspectos”, afirmou.

As investigações dos atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes está sendo conduzida pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, criado por Aras na quarta-feira (11), para se concentrar nos atos de vandalismo golpistas de seguidores de Jair Bolsonaro.

O procurador-geral da República se portou como aliado do ex-presidente durante todo o mandato, mas após o 8 de janeiro está pressionado por todos os poderes a “trabalhar”. Ou seja, exercer sua função de atuar pela sociedade, e não pelos interesses do presidente, como fez nos quatro anos passados.

Na sexta-feira (13), a PGR anunciou ter entrado com pedido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Bolsonaro, que será incluído como possível instigador e autor intelectual dos ataques a Brasília. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, acatou o pedido rapidamente na própria sexta e incluiu o ex-presidente  nas investigações.

Lentidão

Já Aras, diante do pedido de Lira, afirmou que o Ministério Público Federal “tomará todas as medidas cabíveis junto às autoridades judiciais para apurar e punir os responsáveis pelos atos e sobretudo para impedir que fatos como os registrados no dia 8 de janeiro jamais voltem a ocorrer no país”.

Apesar da aparente mudança de postura, a avaliação é de que, mesmo assim, o chefe da PGR não age com a rapidez que deveria. Porém, ele prometeu: “já temos 40 denúncias prontas e associaremos até sexta-feira as novas denúncias”.

A prisão de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, foi determinada elo ministro Alexandre de Moraes na terça-feira dia 10, a pedido da Polícia Federal.

Preso, Torres veio sem o celular

Torres está preso no 4ª Batalhão da Polícia Militar no Guará, em Brasília, desde sábado (14) pela manhã, quando chegou dos Estados Unidos. Porém, o ex-secretário do governador Ibaneis Rocha (afastado do cargo por Moraes) desembarcou no Brasil sem o celular, peça considerada fundamental para as investigações. No mesmo dia 10 em que foi decretada sua prisão, ele postou no Instagram que seu Whatsapp tinha sido clonado: “não aceitem nenhuma mensagem ou ligação”.   

O interventor da segurança pública no Distrito Federal, Ricardo Cappelli, que ficou no lugar de Torres, acusou seu antecessor de “sabotagem”.  “No dia 2 de janeiro, Anderson Torres assumiu a Secretaria de Segurança, exonerou todo o comando e viajou. Se isso não é sabotagem, eu não sei o que é”, disse.

A situação de Torres piorou muito depois que a PF encontrou na casa dele a minuta de um decreto que instauraria “estado de defesa” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Foto: Leonardo Prado/SECOM/MPF

Fonte: RBA

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