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Por 13:24 Agenda Sindical, Destaque

Categoria bancária promove protesto contra as altas taxas de juros em frente ao Banco Central em Curitiba

Bancários e bancárias de Curitiba e região se reuniram na manhã desta terça-feira (14), em frente da sede do Banco Central (BC) em Curitiba, para protestar contra as altas taxas de juros impostas pelo BC. A taxa Selic está em 13,75%, a mais alta do mundo e vem impedindo que a economia brasileira saia desta estagnação.

O ato na capital paranaense foi organizado pela Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT/PR) e contou com o apoio da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) e do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região.

O presidente da Fetec, Deonísio Schmidt, afirma que o Banco Central hoje só atende aos interesses dos banqueiros e rentistas. “O protesto de hoje ocorre em todo o Brasil. Não podemos mais aceitar esta exorbitante taxa de juros que atrapalha a vida do trabalhador e que enche ainda mais os cofres dos banqueiros. Não há autonomia do BC, pois quem dita as regras do jogo são os donos dos grandes capitais”, explica.

A secretária-geral da Fetec, Daniele Bittencourt, alerta que o objetivo e a razão do BC estão totalmente desvirtuados. “O Banco Central deveria atender ao interesse da população, porém o Roberto Campos Neto (atual presidente da instituição) está lá apenas para agradar o mercado e aos banqueiros. É preciso dar um basta nisso”, diz.

“Aos rentistas, as batatas”

Parafraseando Machado de Assis em seu livro “Memórias póstumas de Braz Cubas”, “aos rentitas/banqueiros/mercado, as batatas”. Campos Neto, o presidente do BC que estava no grupo de Whatsapp de ministros de Bolsonaro mesmo ocupar um ministério e que fez campanha velada ao candidato derrotado para presidente da República, segue firme no propósito de atrapalhar o crescimento do país para que uma absoluta minoria possa lucrar com os juros altos. Não há explicação ou motivo que justifique o Brasil ter a maior taxa Selic do mundo.

“O problema do BC autônomo nestes moldes é que atende apenas o projeto dos banqueiros e ao 1% dos brasileiros que vivem de especulação. Um estudo revelado pelo Brasil 247 mostra que com esta política de juros o país irá gastar metade do que arrecada só com juros este ano. Qual a explicação para ter juros tão altos? Não existe justificativa, a não ser beneficiar os interesses de quem colocou o atual presidente do BC, que são a Febraban, os “faria limers” e quem vive desta exploração”, avalia o secretário de formação da Fetec, Pablo Dias.

Banqueiros não podem atrapalhar o desenvolvimento do país

O presidente da CUT/PR, Marcio Kieller, acredita que a população deve estar ciente das artimanhas impostas pelo atual presidente do BC e como isso afeta a vida de todos. “O Banco Central tem que servir a população, mas não é isto que estamos vendo. Queremos com este ato trazer luz para a sociedade e mostrar o quanto estamos sendo prejudicados. Para o Brasil crescer é necessário que o BC atue junto e não fique fazendo a vontade dos banqueiros e do mercado”, opina.

Costa Neto no BC é a certeza de recessão

O deputado estadual Requião Filho (PT) esteve presente no protesto. Para o parlamentar, Costa Neto à frente do BC poderá custar caro ao Brasil. “O atual presidente do Banco Central só quer garantir a boa saúde financeira dos bancos. O interesse dele pelos outros 99% dos brasileiros é nulo. Os juros altos impedem o acesso ao crédito, dificulta a vida das pequenas e médias empresas e complica o consumo no país. A recessão irá com força para cima dos trabalhadores, enquanto os banqueiros lucram cada vez mais. Banco Central independente é um crime. BC autônomo, como interesse nos anseios da população, é algo que pode melhorar – e muito – o desenvolvimento do Brasil”, salienta.

Texto e foto: Flávio Augusto Laginski

Fonte: Fetec

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