Os constantes casos de assédio moral/sexual e as abusivas cobranças para cumprir metas estão fazendo a categoria bancária adoecer. É cada vez mais corriqueira a cena de bancários e bancárias sendo afastados por problemas como depressão, transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, entre outras doenças mentais.
Como uma forma de combater essa situação e ainda ensinar a categoria a como proceder diante destes abusos, a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) e seus sindicatos filiados (Curitiba, Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama) promoveram na manhã desta terça-feira (12) a campanha “Setembro Amarelo”, que tem como objetivo prevenir o suicídio.
A pressão na categoria bancária tem sido tanta que algumas pessoas, desesperadas com o seu sofrimento, acabam por dar fim à vida. Os representantes sindicais conversaram com a categoria e com a população sobre isso, levando material informativo e orientando-os em como proceder diante de um quadro tão delicado.
A secretária da saúde da Fetec/PR, Vanderleia de Paula, revela dados alarmantes sobre a saúde do bancário. “Nossa categoria representa 1% dos trabalhadores registrados em carteira, mas somos 25% dos trabalhadores afastados por problemas de saúde mental. Além disso, 40% dos bancários e bancárias fazem uso de medicação controlada. É um número preocupante e, o que é pior, não vemos os bancos melhorarem esta questão”, alerta.
Vanderleia diz também que as metas abusivas não são exclusividades de apenas um banco. “Essa questão de metas e adoecimento dos trabalhadores é verificado em todos os bancos. Uma pesquisa mostra que o excesso de cobranças traz problemas para o profissional, pois ele se sente desprestigiado, adoece e rende menos”, conta.
A secretária faz um apelo para quem estiver passando por uma situação semelhante. “Caso você ou algum colega seu esteja enfrentando esta questão de metas e assédio, procure o seu sindicato. Eles contam com funcionários especializados que irão fazer o devido encaminhamento para um psicólogo e psiquiatra. Não adoeça em virtude das metas abusivas. Sua vida vale mais do que isso”, encerra.
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Texto e fotos: Flávio Augusto Laginski
Fonte: Fetec