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Por 11:13 Notícias

“Se o Moro for cassado, Moro sai da política”, diz advogado do ex-juiz na Justiça Eleitoral

Na expectativa do início do julgamento que pode resultar na cassação do mandato, o advogado Sergio Moro (União-PR), Gustavo Bonini Guedes afirmou em entrevista à Folha que o ex-juiz pode deixar a política, caso o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) acompanhe o parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) e determine o fim da atuação dele no Senado. 

“Eu não acredito, mas, se o Moro for cassado, Moro sai da política, mas a política continua existindo. Outros adversários serão escolhidos para a batalha. Os inimigos se renovam”, disse.

Na sequência, Guedes afirmou que “se o TSE cassar o Moro, nestas eleições municipais este precedente vai ser usado para cassar mais gente”, já falando de um provável recurso, na última instância da Justiça Eleitoral.

Previamente marcado para ter início nesta quinta-feira (25), o início do julgamento de Moro deve ser adiado. 

Relator do caso, o juiz Luciano Carrasco Falavinha Souza ainda não liberou seu voto e não colocou o caso na pauta de votações.

Há ainda ama indefinição sobre a composição do plenário, formado por sete magistrados, que depende de decisão do presidente Lula.

Na terça-feira (23), terminou o mandato do desembargador Thiago Paiva dos Santos. Os substitutos, José Rodrigo Sade e Roberto Aurichio Junior, também encerram os mandatos no próximo dia 27.

Caso seja postergada para a próxima semana, o julgamento não teria o quórum máximo, necessário para julgar Moro. Caberá a Lula indicar os nomes dos magistrados, mas o presidente ainda aguarda a aprovação da lista tríplice pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que só retoma as atividades em 1º de fevereiro.

Apesar de dizer que quer enfrentar logo o julgamento no tribunal paranaense, o advogado de Moro, no entanto, afirma preferir o adiamento do caso, com os novos nomes já atuando no tribunal.

“Prefiro julgar com juiz escolhido pelo presidente Lula, e sei da seriedade dos nomes que estão na lista tríplice, do que julgar na última sessão de um juiz. O importante é não julgar ao apagar das luzes dos mandatos”, disse.

Guedes, que também atuou como advogado no caso da Juíza Selma (Podemos-MT), que teve o mandato de senadora cassado e abriu jurisprudência para a cassação de Moro, vê diferenças nos dois processos.

“Pouca gente conhece mais este caso do que eu —atuei no caso dela— e é uma bobagem quando tentam comparar. O que mais pegou foi um empréstimo que ela fez do suplente. No caso do Moro, é 100% dinheiro dos partidos políticos, que é o que manda a legislação. Não tem dinheiro de pessoa física”, diz.

No entanto, ele tergiversa ao ser indagado sobre a contratação do escritório do suplente de Moro, Luis Felipe Cunha, pelo Podemos por R$ 1 milhão para atuar na pré-campanha. Para a acusação, há indícios de lavagem de dinheiro.

Em sua versão, o advogado diz que era ele quem seria contratado, mas que “houve por parte do partido a informação de que não gostariam de me contratar pelo fato de eu ter assinado contra o PSL [hoje União Brasil] uma ação de desfiliação de justa causa da Joice Hasselmann”.

“Alguém disse internamente lá. Se alguém usou o nome do Bivar porque não gosta de mim, não sei. Respeito o Bivar, não tenho nada contra ele. Mas entendi a resistência como compreensível”, emendou.

Por fim, ele critica a inclusão da despesa, paga com fundo partidário, com advogados na pré-campanha.

“Se a legislação eleitoral define que eu não preciso somar o advogado para [efeito de cálculo sobre] limite de campanha, por que eu vou somar para a pré-campanha? Não tem cabimento nenhum”, dispara.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Fonte: Revista Fórum

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