fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 09:53 Sem categoria

Liga Árabe rechaça a ameaça de agressão à Líbia pelos EUA

China, Rússia e 57 países da Organização da Conferência Islâmica pedem que soberania do país seja respeitada

A Liga Árabe rechaçou na quarta-feira dia 2 qualquer forma de intervenção militar estrangeira na Líbia, exigindo respeito à sua “unidade nacional, soberania e integridade territorial”. Os 22 países membros, representados pelos ministros das relações exteriores, repudiaram, na reunião realizada no Cairo, a zona de exclusão aérea aventada pelos EUA. Também a Organização da Conferência Islâmica, que reúne 57 países de fé islâmica, se manifestou contra qualquer intervenção na Líbia.

Nos últimos dias, o governo Obama andou dizendo que “todas as opções” estavam sobre a mesa, enquanto o Pentágono anunciava estar “reposicionando” em torno da Líbia sua frota do Mediterrâneo. Junto com o lulu de plantão em Londres, David Cameron, ele ensaiou a ameaça de uma “zona de exclusão aérea” sobre o território líbio, que chegou a ser levada à Otan. Ameaça que foi respondida pelo líder líbio Muamar Kadafi, de que haverá “milhares de mortos” se os EUA tentarem invadir o país e roubar o petróleo líbio.

O embaixador permanente da China na ONU, Li Baodong, que assumiu a presidência rotativa do Conselho de Segurança para o mês de março, afirmou que “há que respeitar a opinião dos Estados árabes e africanos”. A China salientou a necessidade de “respeitar a soberania, independência e integridade territorial da Líbia” e de impulsionar “uma solução pacífica a cargo do povo desse país e sem interferências”. A Rússia, por sua vez, condenou a “zona de exclusão aérea” como uma interferência indevida além de “um grave erro”.

OTAN

O novo chanceler francês, Alain Juppé, em entrevista ao canal de televisão TF1, se mostrou cabreiro sobre o resultado de uma intervenção militar. A questão “merece ser olhadas duas vezes” e poderia ser “extremamente contraproducente”, admitiu. “Não sei qual seria a reação árabe, do povo árabe e das populações ao longo do Mediterrâneo se vissem forças da Otan desembarcar num território do sul do Mediterrâneo”.

Ekmeleddin Ihsanoglu, secretário-geral da OCI, ressaltou que a Organização que é integrada por todas as nações de fé islâmica – além dos árabes, países como Irã, Paquis-tão, Indonésia e Malásia -, se opõe “a qualquer intervenção militar na situação líbia”. Ele pediu que fossem utilizadas “todas as opções para solucionar o conflito por meios pacíficos e sem recorrer à força”.

Ainda com as mãos sujas do sangue de meninos, mulheres e velhos afegãos mortos em raides da aviação dos EUA nos últimos quinze dias (veja matéria), a secretária de Estado Hillary Clinton foi ao Conselho de Direitos Humanos da ONU dar aulas de “imperialismo humanitário”. Nos debates do Conselho, o chanceler cubano Bruno Rodríguez afirmou que “resulta notório que é a voracidade pelos hidrocarbonetos, e não a paz nem a proteção das vidas dos líbios, a motivação que anima as forças políticas conservadoras, que chamam hoje, nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, a uma intervenção militar da OTAN em território líbio”. Por pressão dos EUA, a Líbia foi suspensa do CDH.

Nos debates na Liga Árabe, o embaixador da Síria, Iussef Ahmed, apontou ser necessário que os países árabes “se confrontem com as tentativas de interferência externa que buscam influenciar essa nova atividade do povo árabe, desviar o seu curso no qual busca atingir seus objetivos e aspirações”. Ele advertiu que é preciso “romper cadeias e rejeitar pressões particularmente nos desenvolvimentos recentes que provam que ao fim das contas as forças ocidentais e os Estados Unidos só querem proteger seus interesses, avançar suas agendas e os interesses de seu aliado, Israel”.

LIDERANÇAS

Em Tripoli, Kadafi – falando a dezenas de lideranças de todo o país, integrantes do Congresso Nacional Popular e da imprensa estrangeira – voltou a afirmar que os atos contra seu regime “partiram de fora da Líbia e de membros da Al Qaeda” e de “gangues armadas”. “Nós pedimos ao mundo e às Nações Unidas que enviem missões de reconhecimento para descobrir onde as pessoas foram mortas, se nas ruas ou em frente a estações de polícia ou quartéis, se eram policiais e soldados ou apenas civis? Elas descobrirão que alguns deles eram civis que atacaram estações policiais e quartéis. E que policiais e soldados defenderam as suas posições.”

O confisco de bilhões de dólares que estavam em bancos dos EUA e da Inglaterra foi ironizado pelo dirigente líbio. “Minha verdadeira riqueza é a gloria de nosso povo. Não tenho ativos e me sinto orgulhoso de não ter dinheiro americano, de não ter dólares. Fui informado de que o primeiro-ministro da Inglaterra, David Cameron, resolveu congelar os meus ativos. Mas esses são ativos líbios, são do Banco Central líbio, pertencem ao povo líbio.  Mas, ainda que congelem o dinheiro do povo líbio, nós não vamos nos render por um bocado de dólares. Tantos mártires morreram em defesa da nossa terra. Esse é o verdadeiro ativo que temos, e não está a venda por dólares e não tem medida de valor. Pois é o nosso verdadeiro crédito, do qual, nos sentimos orgulhosos”.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.horadopovo.com.br.

================================

Aliança Bolivariana insiste em mediar acordo para fim da crise na Líbia

Brasília – Os líderes dos países que integram a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) –  Venezuela, Bolívia, Cuba, Equador e Nicarágua – criaram uma comissão de mediação para ajudar a pôr fim à violência na Líbia e permitir que se encontre uma solução pacífica para encerrar a crise política que começou há três semanas. As informações são da imprensa estatal da Venezuela, a Agência Venezuelana de Notícias (AVN).

O vice-ministro das Relações Exteriores do Equador, Kintto Lucas, disse que a Alba considera “ viagens e contatos” para o progresso da comissão de paz. A proposta de formação da comissão foi do presidente venezuelano, Hugo Chávez. No entanto, a oposição líbia informou que rejeita a sugestão e não reconhece a comissão.

O equatoriano disse que a proposta busca apoio, na Organização das Nações Unidas (ONU), do Conselho de Segurança, que impôs sanções ao governo do presidente líbio, Muammar Khadafi. Lucas afirmou ainda que  os esforços pretendem garantir a  “mediação que conduza à paz”.

Paralelamente, a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) discutem as possibilidades de intervenção militar e exclusão aérea na Líbia. Os temas estão em discussão hoje (10) e amanhã em debates promovidos pelos ministros das Relações Exteriores e da Defesa.

O vice-ministro das Relações Exteriores do Equador não detalhou os contatos mantidos com os líderes dos países para compor a comissão. No entanto, na semana passada, Chávez disse que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alba poderiam atuar como “uma equipe de coordenação política com o Continente Africano, a Liga Árabe e a União Africana”.

Por Renata Giraldi – Repórter da Agência Brasil. Edição: Graça Adjuto.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.gov.br

Close