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Por 13:21 Notícias

Em 40 minutos de entrevista ao JN, Bolsonaro mentiu 13 vezes, diz Estadão

A entrevista do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, ao Jornal Nacional (JN) da TV Globo, nesta segunda-feira (22), foi um festival de mentiras, distorções e dados errados, como mostram sites de checagens de informações como o Aos Fatos e levantamentos feitos por jornalistas de vários órgãos da imprensa.

Ele disse nunca ter xingado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), apesar de ter feito isso em eventos públicos, mentiu sobre a falta de oxigênio que matou pacientes de Covid-19 em Manaus, sobre as obras de transposição do São Francisco, errou ao citar dados de desemprego no mandato da presidenta Dilma Rousseff e ainda disse que em seun governo não tem corrupção, apesar das provas e denúncias de órgãos de fiscalização federais que são divulgadas a toda hora.

O Estadão que contou 13 mentiras nos 40 minutos de entrevista a William Bonner e Renata. Foi uma mentira a cada três minutos, estampou o jornal. 

Xingou ministros do STF, sim 

Bolsonaro mentiu quando disse que nunca xingou ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele chamou Alexandre Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitora (TSE) e responsável por inquéritos dos atos antidemocráticos que envolvem o presidente e seus aliados, de canalha. Dias depois, chamou o ministro de otário. O primeiro xingamento foi em evento de rua no dia 7 de Setembro, na Avenida Paulista.

Também xingou Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral até o primeiro semestre deste ano, de filho da puta –  declaração foi transmitida ao vivo pelo Facebook – e imbecil, em conversas com apoiadores.

Tem corrupção no governo, sim

Bolsonaro também mentiu quando disse que não tem corrupção no governo, como mostram as denúncias de corrupção no Ministério da Educação (MEC), que culminou com a prisão do ministro Milton Ribeiro; o caso envolvendo o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, algo de investigação da Polícia Federal por suspeita de corrupção. Para a PF, ele estaria envolvido em venda ilegal de madeira; as denúncias de superfaturamento na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), envolvida no Bolsolão do Lixo, assinatura de contrato de R$ 61,75 milhões com diarista para compra de tratores, compra de R$ 2 milhões em tubos sem necessidade para atender o Centrão entre tantas outras.

Falta de oxigênio matou pacientes de Covid-19 em Manaus

Mas no JN, Bolsonaro disse que agiu rapidamente e que os cilindros de oxigênio chegaram a Manaus em menos de 48 horas após colapso. Mentira de Bolsonaro.

O governo federal foi informado de que ia faltar oxigênio no início de janeiro de 2021. Nos dias 11 e 12, o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, esteve na capital do Amazonas para promover o tratamento precoce e confirmou que havia uma crise de oxigênio.

No dia 13 de janeiro, pacientes começaram a morrer por falta de oxigênio. Mas, só no dia 17 de janeiro de 2021, 96 horas após o colapso, o governo anunciou que balsas tinham atracado em Manaus com 70 mil metros cúbicos de oxigênio. Muito pouco. No dia 18 de janeiro, um carregamento com 107 mil metros cúbicos de oxigênio doados pela Venezuela chegou ao Brasil.

Bolsonaro mente sobre as obras de transposição do São Francisco

Sobre as obras de transposição do Rio São Francisco que estavam paradas desde 2012, Bolsonaro repetiu uma mentira que já contou outras vezes.

Não foi o governo dele que concluiu as obras que garantem água para os nordestinos. “Conforme já verificado por agências de checagem, notícias e documentos oficiais indicam que ao menos 92,5% da execução física dos dois eixos estruturantes do projeto estavam prontos quando o atual presidente assumiu. Ou seja, são obras que estavam quase prontas quando a presidenta Dilma foi vítima do golpe.

Desemprego – dados errados 

Quando não mente, Bolsonaro distorce dados. Sobre desemprego, ele disse durante e a entrevista que em 2014 e 2015, tivemos uma perda de quase 3 milhões de empregos no Brasil. Mentira.

No fim de 2014, último ano em que a presidenta eleita Dilma Rousseff conseguiu governar sem ser sabotada pelo Congresso Nacional, o Brasil alcançou a menor taxa de desemprego de sua história: 4,8%.

Segundo o Estadão, dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), publicados pelo Ministério do Trabalho em 2015, apontam que o Brasil perdeu 1,5 milhão de vagas de emprego formal naquele ano, mas registrou um saldo positivo de 623 mil em 2014. O déficit entre os dois anos citados por Bolsonaro, portanto, foi de cerca de 877 mil empregos. 

Além disso, informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) publicadas pelo Estadão na época apontam uma perda de postos de trabalho distante da quantidade mencionada pelo presidente. Em 2014, o Brasil registrou um saldo positivo de 420 mil empregos, seguido por um fechamento de 1,54 milhão de vagas.

Confira aqui a íntegra da checagem do Estadão.

Fonte: CUT

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