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Por 09:14 Sem categoria

Decisão do Superior Tribunal Federal é preliminar e faz parte do processo democrático, afirma o presidente do Partido dos Trabalhadores

O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini, afirmou nesta quarta-feira (29) que as decisões tomadas pelo STF nos últimos dias são preliminares e fazem parte do processo democrático. A partir de agora, diz ele, a acusação terá de apresentar provas robustas para sustentar sua tese.

Nesta semana, o STF aceitou denúncias contra um grupo de 40 pessoas, entre elas sete petistas, que supostamente teriam participado de um esquema de “compra de apoio político”.

“O importante é que (…), no julgamento do mérito, seja feita a mais absoluta justiça”, avaliou Berzoini. Ele lembrou que, até o momento, a acusação original sobre a suposta compra de votos continua carente de sustentação.

“Principalmente quando se vê o então presidente da Câmara (deputado João Paulo Cunha) e o então líder do governo (ex-deputado Professor Luizinho) entre os processados por corrupção. Teriam eles algum motivo para vender seus votos?”, pergunta.

Na entrevista, Berzoini também falou sobre os temas do 3º Congresso Nacional do PT, que começa na próxima sexta-feira (31), e sobre as perspectivas das eleições de 2008 e 2010. Mas ressalvou que a questão eleitoral não estará no centro dos debates: “Nossa presença no movimento sindical e nas lutas populares em geral é da maior relevância e precisa ser destacada como eixo estratégico”, disse.

Leia abaixo a íntegra da entrevista:

Como o sr. avalia a decisão do STF de aceitar as denúncias sobre a suposta “compra de apoio político” envolvendo um grupo de 40 pessoas, entre elas sete petistas?

O acatamento da denúncia é uma decisão preliminar, que abre o processo judicial no qual a acusação tem que apresentar provas robustas e a defesa apresenta sua contestação. Não nos cabe debater minúcias da decisão. Apenas reafirmar que a acusação original de compra de votos continua carente de sustentação, principalmente quando se vê o então presidente da Câmara e o então líder do governo entre os processados por corrupção. Teriam eles algum motivo para vender seus votos? Mas o importante é encarar isso como parte do processo democrático e acreditar que, no julgamento do mérito, seja feita a mais absoluta justiça.

Todas as teses inscritas para o 3º Congresso do PT defendem mudanças na estrutura partidária. Em sua opinião, quais mudanças são mais necessárias?

O PT tem uma estrutura democrática inédita na política brasileira. Das mudanças propostas, nenhuma altera essa trajetória. Buscamos maior transparência, melhor funcionamento da formação política, das finanças do partido, dos setoriais e da comissão de ética, entre outras. Além disso, o debate sobre o calendário eleitoral do partido e a duração dos mandatos definirá nossa forma de funcionamento no próximo período.

Este Congresso, como os anteriores, vai definir as linhas estratégicas do partido para os próximos anos. Que peso as eleições de 2010 têm nessa definição?

É sempre bom lembrar que o PT não pode fundar suas políticas apenas nas eleições. Nossa presença no movimento sindical e nas lutas populares em geral é da maior relevância e precisa ser destacada como eixo estratégico. As eleições de 2008 e 2010 são parte da necessária disputa sobre os rumos da política brasileira. Em 2008, as eleições municipais colocarão em jogo o crescimento das forças democráticas e populares. O PT e seus aliados tradicionais têm boas chances nos maiores municípios e podem crescer muito nos pequenos e médios. As eleições de 2010, estaduais e a nacional, serão decisivas para definir o perfil do país no século 21. A continuidade das mudanças lideradas pelo presidente Lula devem pautar essa eleição nacional. O PT deve preparar nomes para apresentar à eleição presidencial, mas sempre mantendo o diálogo com os partidos da coalizão. O objetivo central é fortalecer o PT e o projeto democrático popular.

O tema “Socialismo Petista” parece caminhar, durante o Congresso, para a reafirmação do PT como um partido socialista, democrático e popular. O que faz do PT um partido com essas características?

O desafio de um partido socialista que governa num regime capitalista é difundir os valores do socialismo democrático, procurando construir na prática referências de como pode ser um projeto de nação, na qual os interesses populares e nacionais estejam acima e à frente da mera acumulação. Construir essa síntese é uma tarefa que não se esgota em um congresso ou num curto período, mas um desafio de gerações de militantes.

O projeto de país do PT também será amplamente discutido no Congresso, dado o número de resoluções apresentadas sobre este tema. Em que medida a experiência acumulada no governo Lula influencia ou interfere na definição de tal projeto?

O governo Lula é um projeto político e administrativo de sucesso, que enfrenta seus erros e contradições. O Brasil que queremos é decorrência desse rumo e da perspectiva de democratização do estado, da maior eficiência da gestão econômica, dos investimentos sociais e em infra-estrutura, além das questões de segmentos sociais e ambientais. Em menos de cinco anos, alteramos os rumos do país, mesmo enfrentando crises e dificuldades políticas. O povo compreendeu isso, e manifesta seu apoio nas eleições e nas pesquisas de opinião. Cabe ao PT aprofundar essa construção política e apontar o projeto que possa representar esse anseio popular de democratização dos direitos sociais, da renda, da riqueza e das oportunidades.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.pt.org.br.

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